Líder do PSDB na Câmara entrará com pedido na Corregedoria da Casa caso parlamentares envolvidos na Lava-Jato não sejam substituídos
O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), defendeu, nesta terça-feira (10), o afastamento dos parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da CPI que investiga irregularidades na Petrobras. O tucano avisou que, caso o PP – partido de Sandes Junior (GO) e Lázaro Botelho (TO) – não tire os progressistas do rol de membros da comissão, o PSDB entrará com pedido na Corregedoria da Casa pela retirada de ambos do colegiado.
“É evidente que quem está sob investigação não pode integrar a CPI, que tem por finalidade exatamente investiga-los”, disse o líder tucano. “É totalmente sem sentido, inócuo e absurdo a permanência seja no Conselho de Ética ou nessa comissão”, completou.
Sampaio disse que a saída de ambos os deputados deveria ter ocorrido no mesmo momento em que foi divulgado que seus nomes constam na lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. Mas, a decisão cabe, conforme explicou o presidente da CPI, Hugo Mota (PMDB-PB), ao líder do PP, que indicou os dois deputados. É o partido que deve indicar novos nomes para compor a CPI.
O líder tucano avisou, que caso o PP não faça a indicação de novos nomes até esta quarta-feira (11) irá recorrer à Corregedoria da Câmara. “Entendo que quem está sendo investigado poderá ser absolvido, mas eles também têm que entender que a permanência tira a imparcialidade dessa CPI. Somos juízes de fato, temos poderes para quebrar sigilos; e como alguém que está sob investigação pode integrar os quadros de quem investiga? É uma situação indelicada até com o próprio parlamentar. Seria uma ofensa à imagem da própria CPI”, alertou.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse que seu partido vai recorrer à Justiça se não houver o afastamento dos deputados citados nos inquéritos até a próxima segunda-feira. Os parlamentares participam nesse momento da oitiva do do engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Em sua delação premiada à Justiça, Barusco declarou que a partir de 2003, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, passou a participar do esquema de recebimento de proprinas. De acordo com ele, Vaccari teria recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas para o PT, entre 2003 e 2013.
(Com informações da Liderança do PSDB na Câmara)
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