Prefeitura interrompe transporte de pacientes para hospitais da região
Sem aviso prévio, população fica mais uma vez “na mão”
A situação seria cômica se não fosse trágica, mas no apagar das luzes do Governo Novo Tempo, uma nova medida tomada pelo prefeito Toninho Bellini, tem deixado a população de “cabelo em pé”, em especial àquelas famílias cujos entes queridos e enfermos necessitam de atendimento em hospitais de municípios vizinhos. Já há cera de 15 dias, quando o serviço foi interrompido, constantes reclamações aportaram na redação do jornal A Cidade, algumas delas, inclusive, tecendo duras críticas ao então prefeito e seu governo.
Para que o leitor possa entender o que está acontecendo, a prefeitura municipal de Itapira, através da Secretaria de Saúde, manteve durante certo tempo um serviço de transporte de pacientes, cujo tratamento e exames precisavam ser feitos em hospitais de cidades vizinhas, como, por exemplo, o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) em Mogi Guaçu, o Centro de Reabilitação Lucy Montoro em Mogi Mirim, o Instituto de Doenças Renais e a Santa Casa Dª Carolina Malheiros em São João da Boa Vista e até mesmo para o Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp. Há cera de 15 dias, sem avisar antecipadamente os usuários, o serviço foi cortado, pegando muita gente de surpresa.
“Se levarmos em conta que na maioria dos casos atendidos a situação é grave, como hemodiálise e outros tratamentos que não temos em Itapira, a situação é ainda mais crítica. Eu, por exemplo, precisarei agora levar meu pai durante 30 dias consecutivos para São João da Boa Vista, uma despesa com a qual não estava contando. Realmente, mais um descaso da administração do prefeito Toninho Bellini com a população itapirense”, explicou uma usuária do extinto serviço que preferiu manter seu nome em sigilo.
Outro cidadão que não quis ter sua identidade revelada, explicou que pelo menos uma vez a cada 15 dias precisa ir até o AME de Mogi Guaçu e que como a renda da família não é tão alta, via o serviço como uma grande ajuda. “Este transporte gratuito era muito importante para quem não pode custear um tratamento de alguma especialidade fora de Itapira. É muito oneroso você viajar, pagar gasolina e pedágio e na maioria das vezes, perder o dia de serviço, já que os atendimentos não são imediatos”.
Câmara
Na sessão do dia 23 de outubro, o vereador Carlinhos Sartori (PSDB) protocolou um requerimento solicitando informações ao Executivo sobre o motivo pelo qual a Secretaria Municipal de Saúde não está mais concedendo transporte para pacientes em tratamento de saúde em outros municípios.
A matéria foi lida no expediente e enviada para ordem do dia, porém, o texto recebeu vistas (adiamento para a próxima sessão) do vereador Luis Hermínio Nicolai (PT). “É um assunto de extrema importância, mas o pedido de vistas é legítimo. Porém, o quanto mais rápido pudermos dar andamento neste requerimento melhor para a população”, frisou o Sartori.
O documento especifica que muitos pacientes que precisam de um atendimento especializado de saúde oferecido por outros Municípios estão sendo prejudicados pela falta de transporte, que sempre fora concedido pela Municipalidade. “Ocorre, porém, que recentemente esse benefício vem sendo negado aos pacientes, motivo pelo qual solicitamos as informações ao chefe do poder Executivo”, descreve a propositura.
O vereador enfatizou ainda que constatou o problema com vários cidadãos e por tal motivo apresentou o requerimento. Caso seja aprovado o documento deve ser obrigatoriamente respondido pelo prefeito.
Secretaria de Saúde
Nossa reportagem procurou pelo secretário municipal de saúde, Vladen Vieira, com o intuito de saber o porquê da interrupção do serviço, ainda mais sem aviso prévio aos usuários. Segundo o diretor da pasta, a prefeitura de Itapira prestou o serviço enquanto teve condições financeiras para isso, mas que desde setembro vinha tendo dificuldades para custear o serviço. “Com as contenções de gasto e de olho na Lei de Responsabilidade Fiscal, precisamos interromper o serviço. Nunca houve dotação orçamentária para este setor, portanto não há previsão destes gastos no orçamento do município. Enquanto tivemos verbas na pasta para atender a população, assim o fizemos, mas de algumas semanas para cá, com o ‘aperto do cinto’, tudo que não estava previsto no orçamento precisou ser cortado”, explicou Vieira.
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