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24/12/2014 | Alegrias e desventuras de um Papai Noel que perdeu a profissão

 

João Batista: foi bom enquanto durou

Quem olha de perto o autônomo João Batis­ta Rossi Duarte, 45, teria enormes dificuldades para enxergar nele o persona­gem mais famoso entre crianças da maior parte do planeta durante a celebra­ção do Natal: Papai Noel. A pelo morena e, principal­mente, o biotipopróximo do esbelto, afastam toda e qualquer possibilidade de que alguém venha a contratá-lo para a função.

João Batista Duarte, apesar das evidências em contrário, exerceu de 1998 a 2000 a função de Papai Noel oficial da cidade. Ele relembra que na época possuía um corpanzil bem maior, com sobras nas cin­turas, que segundo ele, dava para enganar com algum enchimento.

O convite foi feito as­sim meio que por acaso. “O Gonzaga ( o advogado Luiz Gonzaga Monteiro de Faria) teve algum pro­blema do qual não me lembro, e não pôde as­sumir a função. Já estava meio em cima da hora. Aí o Ferrarini (Luis Henrique Ferrarini, ex-vereador) me disse que a Associação Co­mercial estava querendo preencher a vaga e me sugeriu conversar com o Zé Luiz (José Luiz Lopes, ex-presidente da ACEI). Conversamos e como ele percebeu que eu estava mesmo muito interessado e que eu gostava muito de crianças,acabou dando certo”, recordou.

No começo, Duarte conta que ficou sem sa­ber exatamente como se portar. Mas, em seguida, desenvolveu um método próprio, que consistia em interagir com as crianças de maneira a deixá-las mais a vontade, como um animador de auditório. “Eu sempre deixava algu­ma coisa no ar para que aquela criança ali do meu lado matasse a charada e desta forma ficasse mais a vontade. Dava muito certo”.

Havia também o lado que cortava o coração. “Não foram poucas as vezes que eu recebia pedidos da criança cujos pais eram pobres. Era sempre uma situação muito triste no meu interior. Mas, evi­dentemente, que a gente tentava deixá-la contente. Uma vez, contei para a minha mãe (Áurea Rossi, falecida em 2001) o caso de um menino que queria um boneco do homem aranha e ela comprou o brinquedo e me fez dar a ele. Precisei segurar as lágrimas”, revelou.

Ao lado da mãe, ele se viu numa saia justa quando o filho Junior, hoje com 18 anos, fitou-o depois que uma criança lhe puxou a barba. “ O Junior tinha ido até a casa do Papai Noel com a minha mãe. Ele percebeu que era eu pelo meu nariz. Neguei, mas depois que passou a época do Natal cheguei nele e contei a verdade. Não teve trauma, ele acei­tou bem a iniciativa”, re­lembra.

O falecimento da mãe em 2001 abortou sua par­ticipação como Papai Noel. Desde então, vem lutando para sobreviver. Acabou se tornando vendedor autônomo e até dois anos atrás era possível ser visto em frente ao antigo Clube XV de Novembro, com seus pertences. “Levei alguns tombos que me causaram dificuldades. A gente acaba confundindo amizade com negócio e fui lesado. Mas nada que a gente não consiga rever­ter”, mencionou.

Atualmente, João Ba­tista Duarte arrumou um trabalho no Instituto Sa­maritano e se diz satis­feito. “Estou contente, num momento muito bom, com saúde e trabalhan­do”, afirmou. Indagado se não sente algum tipo de nostalgia quando vê o Papai Noel atendendo a criançada, disse que bate uma enorme saudade, mas que, aquele período em sua vida, ficou definitivamente para trás.”Hoje os projetos são outros, as prioridades são outras. Bola para fren­te!”, encerrou.

Fonte: Da Redação do PCI

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