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Itapira, 30 de Janeiro de 2025
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15/07/2013 | Área médica protesta contra trabalho obrigatório no SUS para estudantes de medicina

 

O assunto dominou as manchetes em todo o Brasil, a decisão do Governo Federal em ampliar em mais dois anos o curso de medicina com a exigência de que estudantes trabalhem por dois anos na rede pública antes de receberem o diploma, repercutiu também aqui na cidade.

 
O médico-cirurgião Cassiano Martelli, presidente da representação regional da Associação  Paulista de Medicina (APM) considera que o  governo federal  tem feito uso do expediente de desviar a atenção para os problemas estruturais do país. “Vejo  esta movimentação como caso típico do governo em arrumar uma desculpa para desviar a atenção das pessoas para as necessidades básicas da população”, criticou.
 
Martelli segue um discurso afinado com relação ao que tem sido  denunciado pelas entidades classistas dos médicos. Para a categoria, não  adianta elevar o número de médicos se falta uma estrutura básica de atendimento. Martelli chama a medida de “serviço civil obrigatório”, numa alusão ao  alistamento para o serviço militar. Ele fala que o país têm recursos suficientes para um atendimento melhor na área de saúde e que na sua opinião falta um melhor gerenciamento. Além da falta de estrutura, aponta  também a falta de segurança para que os médicos possam atuar na periferia das grandes cidades.
 
Laís  Queluz Clementino, de 21 anos, estudante do primeiro ano da Faculdade de Medicina da USP também protestou. “ A solução que o governo pretende adotar me parece algo mais  ou menos como  se contratar um cozinheiro para matar a fome da população, só que sem a comida”, comparou. Ela afirma também que a partir do 5º ano os estudantes de medicina já tem que atender na rede pública. “Eu acho que a decisão do governo força a barra. Ninguém pode ser obrigado a fazer algo contra sua vontade,além do que, da forma como a discussão vem sendo encaminhada, existe o risco do profissional  da área médica ser colocado como o vilão desta história. Ou seja, de repente, o governo acaba por jogar a opinião pública contra a categoria”, adverte.
 
Posição parecida tem  Caio Henrique Zachi Martucci, também primeiroanista do curso de medicina da USP.  “A falta de estrutura reinante na maior parte do país impede que uma medida com a pretensão desta que o governo está anunciado seja eficiente. Não acho que seja por aí. Tenho conversado com vários colegas e a posição é majoritária. Existem alguns que apoiam a medida , entendendo ser lícito que  o estudante retribua o que recebeu do governo na forma da prestação de serviço, mas a medida atinge também estudantes de faculdades particulares. Eu vejo uma série de obstáculos para que esta medida se traduza de maneira prática e eficiente”, objetou.
 
 
Dentistas
 
Segundo se especula, com a inclusão da obrigatoriedade dos médicos  em trabalhar por dois anos para o governo, a medida poderá também ser estendida a outras categorias como os dentistas. Consultado a respeito, o cirurgião dentista Antonio Carlos Crivelaro, que preside  direção regional da  Associação Paulista dos Cirurgiões Dentista (APCD) baseada em Mogi Mirim; disse ser favorável à medida. “Eu enxergo esta determinação sob dois pontos de vista. O primeiro que diz respeito a um ganho de qualidade na formação do profissional que terá uma experiência de vida  inigualável atuando na rede pública. Existe hoje um excesso de cursos de especialização que acarreta por exemplo uma falta de clínico geral. E por outro lado é positiva a ideia de que estudantes da rede pública, principalmente, possam retribuir o investimento que o Estado fez em sua formação”, propôs.
 
 
Crivelaro: medida é positiva
 
Martelli: governo quer desviar a atenção para problemas estruturais do país
 
Laís:  bode espiatório
 
Caio: proposta de difícil execução
Fonte: Da Redação do PCI

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1 comentário
15/07/2013 20:07:58 | José Carlos Barbieni
Sem entrar no mérito da questão, porque um médico aceita receber r$ 80,00 do plano de saúde e cobra r$ 200,00 ou muito mais numa consulta particular, dá pra explicar? tem dedo do c.r.m nisso? se um médico quisesse poderia cobrar menos sem punição?
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