?O número de chacinas têm crescido alarmantemente nos últimos anos?, disse Rildo Marques de Oliveira, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). Segundo ele, a quantidade elevada de chacinas e de vítimas têm preocupado o Condepe.
?Já levamos essa grande preocupação [ao secretário de Segurança Pública de São Paulo Alexandre de Moraes] que é essa questão do crescimento das chacinas. Hoje é impossível que o governo do estado e a secretaria neguem esses grupos de extermínio, como vinham fazendo até então?, falou ele.
Para o presidente do Condepe, é preciso que o estado investigue esses crimes e puna os responsáveis para evitar novas mortes. ?Identificamos que esse fenômeno não é à toa. Ele tem alguma causa. Queremos que o estado investigue a causa desses grupos que vão se formando, investigue os responsáveis pela formação desses grupos. Fato é que esses grupos existem e estão consolidados sobretudo aqui na região?, lamentou.
Segundo Oliveira, há suspeita de que esses grupos de extermínio sejam formados por policiais militares ?que agem fora do seu horário de serviço e por sua livre convicção? e que eles estejam ?sendo financiados por comerciantes e empresas de segurança privada?. ?É apenas uma suspeita, mas é isso que queremos, que seja conduzida uma investigação nesse sentido?, falou.
Na tarde de hoje, Oliveira participa de uma audiência pública, em Osasco, para discutir as chacinas no município paulista e em Barueri, ocorridas no dia 13 de agosto, que deixaram 18 mortos e seis pessoas feridas.
Participam da audiência representantes do Condepe, da Ouvidoria da Polícia, famílias de vítimas, policiais militares e movimentos sociais como o Mães de Maio. ?Esse tema tem que alcançar hoje um grande debate na população?, disse Oliveira. ?Que o Estado possa fazer efetuar a prisão e punição dos seus responsáveis, mas queremos trazer para os representantes do estado essa situação que já vem incomodando a população há alguns anos que é essa quantidade de chacinas em todo o estado?.
No início da audiência pública, uma grande faixa preta, com palavras escritas em branco, foi estendida no chão com a frase ?Nossos mortos têm voz?.
Ontem (25), um policial militar foi preso acusado por participação na chacina em Osasco. A informação, até o início da tarde de hoje, não havia sido confirmada oficialmente pela Secretaria de Segurança Pública. ?Vemos essa primeira prisão como positiva. E rápida. Acho que o estado precisa responder de maneira rápida. E e a suspeita é de que o modus operandi é daqueles que trabalham em segurança pública. Ou seja, não havia dúvida, para nós, de que as pessoas que participaram dessa execução sumária eram pessoas treinadas e com o modus operandi da Polícia Militar no estado de São Paulo. Não restava dúvida, mas agora veio a confirmação?, falou o presidente do Condepe.
Editor Maria Claudiahttp://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-08/audiencia-publica-em-osasco-discute-chacinas Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.