O sorriso estampado no rosto da mamãe de primeira viagem Jaqueline Bicego e da pequena Emanuelly, de apenas cinco meses, revela que agora a vida das duas está muito tranquila. E isso graças ao Banco de Leite de Itapira.
Porém, nem sempre foi assim. “A Emanuelly precisou ficar internada para tomar banho de sol e não queria pegar no meu peito, mesmo eu tendo muito leite. Eu precisava tirar o leite pra ela conseguir mamar, e então as enfermeiras me orientaram a doar. Mesmo depois que a minha menina teve alta, continuei doando. As enfermeiras pegaram meu endereço e vinham em casa duas vezes por semana fazer a visita”, afirma Jaqueline. Ela narra com emoção os primeiros dias de vida de sua filha, quando a impossibilidade de amamentá-la tornou-se um drama familiar.
O Banco de Leite Humano de Itapira tem ajudado, todos os dias, a resolver situações parecidas com a de Emanuelly. Para isso, tem atendido em média 150 mães por mês. As visitas domiciliares giram em torno de 60 por mês. “Quando a mãe tem alguma dificuldade de amamentação ou muito leite, são dadas orientações especiais para ela”, reforça Juliana Belinello, coordenadora do Banco de Leite Humano de Itapira.
Com ações como esta, além de um amplo trabalho de apoio às gestantes, o Banco de Leite de Itapira tem se firmado a cada dia como referência regional. Um exemplo disso é a parceria entre o Hospital Mu¬nicipal de Itapira e a Santa Casa de Mogi Guaçu, que tem se fortalecido a cada dia. Thaciany Gomes, coordenadora da UTI neonatal da Santa Casa de Mogi Guaçu, lembra que tem mantido estreito contato com a equipe do Banco, com a qual tem parceria há longo tempo. Ela informa que o incentivo e as orientações às mães para que doem o leite têm sido muito intensos. “Nós temos recolhido o leite e encaminhado para Itapi¬ra, para que todo rigoroso controle de qualidade seja feito e para que, enfim, seja mandado de volta para cá. E tem dado muito certo.”
O Banco de Leite Humano lembra que com o leite materno, a criança se desenvolve com mais saúde, tem mais chances de recuperação e fica protegida de infecções, diarreias e alergias. Para Jaqueline, que passou de mãe receptora a doadora, isso fez toda diferença: “doar o leite foi uma experiência muito importante pra mim. Além de ter me ajudado, porque eu estava com muita dor de tanto leite que eu tinha, saber que eu poderia salvar outras vidas foi mais um motivo pelo qual eu doei. Hoje, a Emanuelly está bem e mamando normalmente. O que me deixou mais feliz foi o fato das enfermeiras me orientarem a ter mais paciência e amor com a pequena”, afirmou.