O falecimento do empresário Vladimir Siqueira, na tarde do último domingo, dia 09, aos 79 anos, ainda repercute quase uma semana depois. O Prefeito Toninho Bellini anunciou que em ofício endereçado no início desta semana ao Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, sugeriu que a unidade escolar que o Serviço Social da Indústria (SESI, órgão vinculado ao sistema FIESP/CIESP) está erguendo junto ao bairro Penha Rio do Peixe. “Tomei a iniciativa de forma espontânea, sem ter uma ideia mais clara se este tipo de reivindicação pode se materializar. Justifiquei no ofício dirigido ao Paulo Skaf que se trata de um grande representante do empresariado local, uma pessoa ilibada, digna de uma homenagem deste porte”, revelou Bellini.
Conforme apurou A Cidade junto a uma fonte ligada ao SESI e que pediu para ter a identidade preservada, este tipo de homenagem não é comum na rede SESI. “A denominação oficial de escolas no estágio em que se encontra hoje a unidade de Itapira é de Centro Educacional. A partir do momento em que for inaugurado o novo prédio, receberá a denominação de Escola Sesi - Itapira”, esclareceu. No entanto, a fonte consultada fez questão de acrescentar que a direção Fiesp pode perfeitamente levar em consideração o pedido feito. “Embora não seja usual este procedimento, não vejo porquê não possa ser atendido. Acredito que a causa pode perfeitamente sensibilizar os dirigentes da FIESP”, deduziu.
Velório do “Comendador” atraiu quase 4 mil pessoas
O corpo de Vladimir Siqueira foi velado nas dependências da IMBIL desde a noite de domingo, até segunda-feira de manhã. Estima-se que cerca de 4 mil pessoas passaram pelo velório. O funeral saiu da IMBIL por volta das 10h00 e cerca de meia hora depois deu entrada, sob aplauso, no Cemitério da Saudade, onde amigos e familiares aguardavam a chegada do corpo. Fazia muito calor no momento. Um toque de silêncio executado pelo músico Luiz Fernando de Almeida, presidente da Banda Lira Itapirense, selou a cerimônia
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A morte do empresário causou comoção em muitas rodas da cidade. Apesar de empresário bem sucedido Siqueira tem origens humildes. Filho do casal Francisco Antonio e Helena Nozari Siqueira, ele cresceu nas imediações da avenida Rio Branco. Segundo o co-cunhado Gilton Peres, 78 anos, desde jovem ele era uma pessoa muito determinada e tinha especial habilidade para trabalhar com peças de fundição. Chegou a trabalhar em algumas empresas da cidade, mas desde muito cedo produzia peças em sua própria residência. Após uma iniciativa como sócio de uma empresa do setor que acabou não vingando, arregaçou as mangas e fundou em 1977 a IMBIL, hoje uma das mais importantes empresas do setor de bombas centrífugas de todo o país e que figura entre as quatro maiores em termos de mão de obra e faturamento no município.
Seu tino empresarial não passou despercebido dos colegas. “Era uma pessoa muito dedicada à família, um empresário arrojado e que se desdobrou para que sua empresa atingisse o atual estágio de excelência que a coloca entre as maiores do seu segmento de atividade em todo o Brasil”, comentou Funabashy Yoshio, do Conselho Diretor da Fábrica de Papel e Papelão NSA da Penha.
Siqueira também se aventurou pela seara política, exercendo o cargo de vereador de 1969 a 1972. Foi vice-prefeito na gestão de José Roberto Barros Munhoz (1989-2002). O ex Prefeito avaliou que “foi uma perda irreparável para a cidade”. Bebeto Munhoz disse ainda que Siqueira se caracterizou por “ações importantes em prol de toda a cidade, como empresário, como político e benemérito”. Embora tenha se notabilizado em presidir a APAE no período de 2007 a 2009, Siqueira ajudava a diversas outras entidades, sempre de forma discreta. Carlos Travassos com quem trabalhou na APAE durante os três anos em Siqueira presidiu a APAE o classificava como sendo “pragmático ao extremo”. “Era uma pessoa do tipo que não costumava mandar recados. Era muito exigente, muito correto e sempre muito presente nas atribuições que chamava para si”, elencou.
Vitorioso
O Deputado Estadual José Antonio Barros Munhoz também externou sua tristeza com o falecimento de Siqueira, de quem era muito próximo. Ele considera que Siqueira “foi um vitorioso”. Na manhã de segunda-feira, antes de se despedir dos familiares do “Comendador” como era carinhosamente conhecido Vladimir Siqueira, Munhoz teceu algumas palavras às pessoas que se encontravam na sala onde seu corpo foi velado. Enalteceu sua carreira como empresário, destacou suas virtudes como chefe de família, suas qualidades como empresário de destaque, homem público e o apreço que possuía pelos menos favorecidos. “Vladimir Siqueira jamais relegou suas origens. Era uma pessoa formidável”, elogiou. Munhoz por conta de compromissos oficiais assumidos anteriormente não foi à cerimônia de sepultamento. No momento do sepultamento ele tinha compromisso em Vargem Grande do Sul, junto com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Ivan Sartori.