A gênese dos chamados “rolezinhos” é o desejo de jovens da periferia das grandes cidades, de acessarem espaços frequentados pelas classes às quais aspiram. Sua análise pode ser estendida às decisões judiciais que impediram tais eventos, porém, as tentativas de afastá-los atiça ainda mais tais anseios.
Os shoppings são espaços privados, e seus gestores têm obrigações legais para com frequentadores, colaboradores e logistas. Desta forma, as autoridades públicas são igualmente responsáveis por garantir a segurança das pessoas e do patrimônio.
Se há delito, a polícia deve intervir e seguranças privados podem agir – e isso não é objeto de debate. O problema surge quando esses agentes reprimem de forma desproporcional ou tentam impedir encontros de forma preconceituosa. O argumento utilizados pelas autoridades é de que os shoppings não são locais adequados para manifestações sociais. Isso pode ser verdade do ponto de vista jurídico e urbanístico, mas não esqueçamos que em muitas cidades os shoppings fazem as vezes de espaços públicos em um país que carece de tal aparelhamento.
Os “rolezinhos” são a expressão de uma batalha social e reprimi-los pode fazer com que estes jovens se sintam ainda mais excluídos da sociedade.