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Itapira, 24 de Novembro de 2024
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29/06/2014 | Câmara apreciará as contas de Bellini nesta terça-feira

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Na referida sessão, estava tudo certo para que o pri­meiro suplente da bancada do PT, o ex-vereador Mino Nicolai - irmão de Toninho Bellini - assumisse a vaga do colega Cesar Augusto da Sil­va, o Cesar da Farmácia, que apresentou pedido de licença não remunerada para aquela sessão. A bancada da situação, majoritária, indeferiu o pedido de licença sob argumento de que o vereador estava ten­tando realizar uma manobra política. Contrariado, Mino Nicolai assistiu à sessão das galerias e Cesar teve registro de falta em seu prontuário. O caso gerou saia justa entre o petista e lideranças da situação.
 
César, um fenômeno político a ser decifrado
 
A carreira política do ve­reador Cesar Augusto da Silva, o Cesar da Farmácia (PT), vem sendo marcada por alguns princípios estranhos à política itapirense. Cesar foi o único vereador da oposição eleito em 2012, ele integrava a coligação PDT/PT/PSDC. 
 
Dos situacionistas, pou­cos conheciam o petista elei­to e, entre oposicionistas, inclusive os integrantes da co­ligação, Cesar era tido como um candidato mediano, que poderia ficar no máximo na faixa intermediária de votos. Ninguém chegou a colocar o nome dele entre os mais votados. Na época, entre os petistas, Mino Nicolai reunia todas as condições para receber o maior nú­mero de votos. Diziam que Mino, com o apoio do irmão Toninho Bellini, teria pelo menos dois mil votos. Outra esperança petista residia em Marcos Cavini. O nome de Cesar nunca figurou entre os possíveis mais votados. Cesar amealhou 707 votos; Mino, 514 e Cavini, 347. 
 
Diante dos resultados, vários políticos dos grupos partici­pantes passaram a analisar o fenômeno Cesar. A melhor con­clusão ficou assim entendida: o PT detinha nas pesquisas 23% da preferência do eleitorado. Em Itapira, essa tendência podia ser menor, mas ostentava um percentual significativo. Teriam votado em Cesar os eleitores do PT insatisfeitos com a ad­ministração anterior, optaram por um petista light. Durante a campanha, Cesar teria se comportado como um candi­dato petista, mas não criticava Barros Munhoz ou Paganini com ferocidade. Acredita-se que a maioria dos votos para vereador dada a Cesar teve José Natalino Paganini como preferido para prefeito.
 
Nos primeiros meses do ano passado, até a expulsão de Rafael Lopes do grupo político situacionista, Cesar se comportava como um ve­reador oposicionista, mas que apoiava as iniciativas do prefeito Paganini. Chegou a rejeitar as contas de 2010 de Toninho Bellini.
 
Pressionado pelos seus pares e parte da oposição que tinha em Cesar a única voz contrária, o vereador pe­tista mudou o tom e passou a acompanhar o vereador Rafael.
 
Quando da apreciação das contas de Toninho Bellini nes­te ano, Cesar abriu mão da sua cadeira para colocar o suplente Mino Nicolai para defender o irmão. Naquela oportunidade, os pedidos de licença não remunerada foram aceitos e Mino Nicolai acabou retornando ao acen­to. Na época, ficou a dúvida se Cesar tinha se ausentado de caso pensado ou se re­almente precisava daquele afastamento. Ventilou-se, contudo, a informação que Cesar assumiria a presidência do PT e renunciaria ao mandato para dar lugar a Mino Nicolai, definitivamente. Ao retomar o posto, Cesar afastou a bo­ataria e garantiu que nunca renunciaria.
 
Bastou o assunto contas do ex-prefeito retornar à pauta para que Cesar da Farmácia voltasse a pedir um novo afastamento e na primeira fila, lá estava Mino Nicolai, devidamente paramentado, pronto para assumir a vaga petista. Mas como o pedido de licença passa pela votação da casa, a maioria dos vereadores votou contrariamente e Mino não pode assumir.
 
Espera-se para a próxima terça-feira um novo pedido de Cesar da Farmácia.
 
O pedido de licença, mes­mo que seja para tratar de assuntos particulares, é um direito do vereador. Para evitar que um vereador use o direito de forma indevida, a maioria qualificada poderá negar o requerimento. Nesse caso, o suplente não assume.
 
O afastamento das ati­vidades legislativas para tratar de assuntos particu­lares somente é justificável quando o vereador evidencia a necessidade real desse afastamento. Tal necessidade ocorre de forma aleatória e é perfeitamente explicada. No caso, ficará difícil ao vereador petista provar a aleatorieda­de da necessidade diante da ocorrência simultânea dentro do mesmo motivo: a apreciação das contas.
 
Nino Marcatti


Fonte: Da Redação do PCI

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