A comissão processante da Câmara Municipal de Itapira criada para investigar supostas irregularidades na gestão do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) quando era presidido pelo atual vice-prefeito, Antonio Eduardo Boretti (PCdoB), conseguiu no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo por meio de um Agravo de Instrumento, cassar a liminar concedida à defesa de Boretti, através de mandado de segurança impetrado perante a Segunda Vara Cível da Comarca de Itapira,suspendendo temporariamente as investigações daquela comissão, cujo desfecho pode resultar num processo de cassação do mandato de Boretti. Com esta decisão a Câmara pode dar continuidade ao processo instaurado para investigar a suposta conduta irregular do atual vice-prefeito quando ocupava a função de presidente da autarquia, na administração anterior e nos primeiros cinco meses da atual administração.
O Agravo foi julgado pelo desembargador Coimbra Schmidt, que no seu entendimento, argumentou que no simples tramitar do processo não há perspectiva de resultar agravante dano de duvidosa reparabilidade, salientando que o contraditório estaria sendo observado. Entendeu ainda que ao suspender o processo, o Poder Judiciário interferiu no funcionamento de um Poder independente e autônomo no exercício de sua prerrogativa institucional. Schmidt asseverou ainda em seu despacho que somente após encerrado o procedimento caberá ao Poder Judiciário verificar, caso invocado, se houve ou não a inobservância de qualquer ilegalidade.
Ao tomar conhecimento da decisão proferida, o presidente da comissão processante, o vereador Mauricio Casimiro de Lima (PSDB) disse que já esperava por esta decisão, uma vez que, segundo ele, a comissão vem seguindo todos os trâmites legais, dando ao investigado o direito a ampla defesa. Lima lembrou ainda que todos os documentos solicitados pela justiça foram apresentados antes mesmo do final prazo estipulado.
Com a decisão do TJ, a comissão deverá retomar já no início desta semana, conforme mencionou Maurício Lima, os trabalhos. Lima disse que não existe pressa para a conclusão do processo, embora considere que o intervalo entre a paralisação dos trabalhos e a revogação da medida que impedia sua continuidade tenha propiciado um atraso no andamento das investigações, que no seu ver não era desejado. “O importante é que as apurações sejam conduzidas de forma transparente e dentro da legalidade”, reiterou.
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