Pouca gente sabe – principalmente os grandes interessados no assunto - que o dia 14 de março homenageia os carecas. O tema fatalmente remete à famosa marchinha de carnavalescrita em 1942 por Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti, É dos carecas que elas gostam mais, quando carequinhas são questionados sobre sua condição sempre muito especial – pelo menos aos olhos dos que têm vastas cabeleiras.
Segundo o médico dermatologista Plínio Lopes, 76, a calvície é um fenômeno intrinsecamente ligado a fatores genéticos. Explica que pessoas com essa tendência são acometidas pelo enfraquecimento do que chamou folículos pilosos. Ele considera que as pessoas de origem caucasianas são mais suscetíveis à calvície do que os indo-americanos, asiáticos e africanos, mas que isso não é evidentemente uma regra. “Temos também muitos elementos destas origens étnicas que têm calvície”, constata. Plínio conta que hoje em dia existem técnicas de implante que são bastante seguras, algo que era raro há questão de uma ou duas décadas.
UM empresário de 45 anos que não quis ser identificado, disse ter tido dificuldade para conviver com sua calvície prematura, que deu o ar da graça por volta dos 20 anos. Junto com outro colega, tentou um implante em meados dos anos 90, sem contudo ter tido sucesso. “O implante naquela época era e centenas de fios. Hoje são de milhares,e isso faz toda a diferença”, raciocina. Apesar disso garante que hoje em dia não se importa mais. “A gente se acostuma com a situação”, conforma-se.
O cartorário Devaldo Cescon, o Pasté, 51, figura entre os carequinhas mais famosos da cidade. Pasté conta que por conta da hereditariedade não teve como escapar. Tem irmão, tios , sobrinhos “do lado de pai e de mãe”, todos carecas. A calvície começou segundo ele, muito cedo, com 18 anos. “Sorte minha que casei com 17”, diverte-se. Sempre muito bem humorado, Pasté disse que sempre levou na esportiva eventuais gozadores. ”Nunca me importei“, garante.
O empresário do setor imobiliário José Carlos Domingues, 38,atual presidente do Conseg (Conselho Municipal de Segurança) é outro que disse sempre ter levado na base da normalidade a calvície. Acha que herdou características do pai, José Bueno, que segundo ele tem os cabelos meio ralos. Domingues disse que só ele na família ficou com a calvície exposta . Os fios começaram a rarear quando tinha 23 anos. Ele conta um fato curioso para justificar sua indiferença com relação ao fato. Disse que um dia sofreu um acidente muito sério de moto, do qual saiu ileso. “A partir daí passei a dar mais valor a coisas mais importantes como a saúde, a família e própria integridade física”, contou.
Marca
O comerciante João Dalmolin, 67, outro careca famoso, disse que herdou a sua calvície da família do pai e da mãe. Já com 17 anos se viu nessa situação e garante que nunca se incomodou. Atualmente apontou um motivo para se preocupar. O sol escaldante que se fez presente durante a maior parte do verão que se aproximado final, segundo ele, machuca a pele. Passou a usar com constância um boné. “Muita gente nem me reconhece nas ruas quando uso boné”, revela.
Além do mais, Dalmolin tem ainda outro motivo para não reclamar da careca. Ele conta que o radialista Toy Fonseca, da Rádio Clube, criou ainda que de forma desprentenciosa, um slogam que ficou grudado em sua loja, a Móveis Brotinho, que ficou famosa como sendo a “loja do Carequinha”.
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