Américo Rodrigues Aparecido, 72, reside na Rua Major João Manoel e tem o hábito de acumular lixo, em sua casa, preocupando os moradores do bairro. Há pelo menos 10 anos, todos os resíduos sólidos, inclusive restos de alimentos, não eram descartados. Guardados como se fosse um tesouro.
Essa mania pode ser enquadrada como Síndrome de Diógenes ou Síndrome da Miséria Senil, uma doença que se caracteriza pela acumulação compulsiva de objetos, associada à incapacidade de usá-los ou descartá-los, mesmo quando são totalmente inúteis, perigosos ou insalubres. A síndrome se caracteriza, também, pelo isolamento social, diminuição da mobilidade e interfere na rotina básica, como dormir, tomar banho, limpar, cozinhar e se alimentar. Fatores que podem provocar doenças de outras naturezas na pessoa que tem esse tipo de mania e nos vizinhos, pois os itens insalubres produzem mau-cheiro e atraem insetos e roedores.
Américo vive sozinho, dorme sobre sacos de lixos. Sem a disponibilidade de energia elétrica, utiliza velas como fonte de iluminação, recurso que pode causar incêndio com a ajuda do material acumulado.
Alice Palandi, vice-presidente do Conselho do Idoso, informou que os moradores haviam organizado um abaixo assinado contra a atitude do morador que prejudica não só a ele, mas também aos que moram nas proximidades. Informou, também, que existe um processo judicial que tramita a vários anos no fórum local.
Diante da última denúncia, Alice decidiu mover céus e terras para que fosse tomada uma providência. Entrou em contato com o órgão de limpeza pública, com a guarda municipal e com o jurídico. Disse “ele sofre dessa doença há 10 anos e tem vivido nessas condições. Como integrante do Conselho do Idoso, me vi na obrigação de tomar uma atitude quanto ao problema. Foi então que entrei em contato com todos da prefeitura.”
João Alves, presidente do Conselho do Idoso, acompanhou o trabalho, auxiliando na limpeza e no diálogo com Américo.
Danilo Ventura informou: “em pouco tempo de limpeza, foi retirado um caminhão de entulho que foi direcionado para a Ascorsi para que fosse feita a triagem e a seleção de material reciclável.”
O diretor de Limpeza Pública, André Luis Siqueira, ressaltou que para retirar todo o lixo do local, será necessário o dia todo. Segundo ele “há muito tipo de lixo aqui, até mesmo hospitalar, que provavelmente foi retirado do asilo, devemos ser cautelosos. Depois de retirado o material, faremos uma contagem para relatar o tipo e as quantidades de lixo guardadas pelo cidadão.”
A Guarda Municipal estava presente dando suporte aos agentes da prefeitura e também para conter o morador que relutava para se desprender de “seus pertences”, esbravejando e dificultando o trabalho.
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