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Itapira, 24 de Novembro de 2024
Notícia
04/03/2013 | Cetesb autua empresa que acumula produtos lácteos putrefados

 

Nesta semana veio à tona um caso que mobilizou lideranças  e setores ambientais do município e até a Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo, a CETESB. Denúncias de moradores incomodados com um  mal cheiro nauseante que tinha como origem um estabelecimento localizado no número 3030 da avenida dos Italianos, mobilizaram técnicos da  Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do Município (SAMA)  e membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente.

Durante visitação feita no local , foi constatado o empilhamento de milhares de embalagens do tipo longa vida de   produtos lácteos a céu aberto. Parte do material, segundo as autoridades, vazava das embalagens. Uma ativista ambiental que pediu para não ter o nome divulgado e que participou da inspeção contou que sentiu náuseas. No dia 29, depois de receber relatório sobre as condições do local, o Secretário  titular da SAMA, notificou a empresa para  que cessasse toda e qualquer atividade no local. Solicitou ainda ao setor de fiscalização que averiguasse as condições em que a Aspa Ambiental Indústria e Comércio  estava instalada. De imediato também levou o caso até o escritório da CETESB de Mogi Guaçu. “ Encontramos uma situação que a meu ver oferecia sérios indícios de desrespeito ao meio ambiente e por isso tomamos as medidas cabíveis”, informou Oliveira.

O Jornal A Cidade ouviu trabalhadores de empresas vizinhas, que confirmaram estarem incomodadas com o cheiro. “ Em dia de chuva era comum a gente ver um líquido fétido e  rançoso vindo de dentro do prédio (da Aspa). Em dia de muito calor você não imagina o cheiro ruim que vem dali de dentro”, disse Célia Alves  Machado, da empresa Jecta, que opera ali perto. Na empresa  Renascer, que faz divisa com o referido prédio, um funcionário que  preferiu omitir sua identidade disse que a situação vem causando incômodo desde o final do ano passado.

 

Por dentro

 

A  reportagem de A Cidade conseguiu entrar dentro do prédio. Teve acesso facilitado pelo único funcionário que toma conta do local,  que por motivos óbvios preferiu ficar no anonimato . F.W.S.P relatou que desde o começo do ano está tomando conta do prédio  e que não tinha, até aquele momento quando conversou com nossa reportagem,  conhecimento de nenhum tipo de autuação das autoridades ambientais.  Ele informou que  atividade  fim da Aspa é a reciclagem de produtos lácteos de origem animal ou vegetal dispensados por empresas comerciais  por causa do prazo de validade vencido, e ou, com defeito de fabricação.

Contou que os responsáveis pela empresa são de Rio Claro e que segundo soube, as dificuldades de operação previstas para  se iniciarem no final de 2012,  começaram a  partir de um litígio envolvendo aos atuais e antigos proprietários. A Cidade apurou ainda que no local funcionava até alguns anos atrás uma empresa que fabricava óleos lubrificantes, com um histórico de problemas junto à CETESB. Na prefeitura, a empresa tem como registro de atividade exatamente a fabricação de lubrificantes. O rapaz que atendeu a reportagem de A Cidade  deixou a entender  que os antigos proprietários já exerciam o trabalho de processamento daqueles produtos, cuja destinação final,  segundo ele depois de passar por um processo de  decomposição, é vendido para a indústria de ração animal. “ Meu patrão  está lutando para regularizar a atividade e finalmente poder começar a operar. Todos estes produtos já deveriam estar  passando  processo de reciclagem”, disse

Indagado se não estava incomodado com o  mau cheiro, F.W.S.P disse que tinha se acostumado, Ratos e larvas conhecidas como bigatos costumam aparecer em profusão no local. Quanto à suspeita de que a partir do local estaria sendo despejados dejetos no Ribeirão da Penha, ele retrucou. “ Pode observar que  não existe evidência de que o produto deveria ser processado  passou por aqui. Se  tivesse sido jogado ficaria muita gordura vegetal acumulada,  seria fácil de perceber” defendeu-se. No entanto, concordou com o fato de que a água da chuva acaba fazendo com que os resíduos sejam levados para fora do galpão.  A única recomendação que disse ter recebido foi a de cobrir com lonas plásticas as  milhares de caixas longa vida para impedir a ação do sol e da chuva. “ O problema é que as lonas acabam se desgastando com a ação do tempo”,lamentou.

 

 

CETESB visitou local e fez autuação

 

A gerência da CESTEB em Mogi Guaçu disse estar atenta ao problema. A engenheira Celina Rubiana da Silva visitou as instalações na quinta-feira e promoveu uma autuação da empresa  pela estocagem inadequada de produtos  e também por causa do mau cheiro.  Ela contou que  há cerca de 30 dias a empresa havia solicitado licença de operação e que técnicos da companhia estiveram no local para aferir as condições e diante do que foi encontrado, a direção da empresa foi advertida e o pedido de licença negado.

Ela informou ainda que na época da primeira visitação o cheiro ainda não causava tanto incômodo. Por causa do calor e das chuvas do período, certamente os produtos tiveram um processo de  deterioração mais rápido.  Ela também assegura que ao contrário do que o funcionário afirmou à reportagem de  A Cidade, as caixas de águas pluviais apresentavam sinais de irregularidades.

 

Parte dos produtos foram tapados com lona, única recomendação feita pelos responsáveis  segundo funcionário que atendeu a reportagem do Jornal

 

Fonte: Da Redação do PCI

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