Pelo segundo dia consecutivo, o Chile amanheceu hoje (29) com protestos e passeatas. Manifestantes encapuzados ocuparam as principais avenidas de Santiago, a capital do país - as avenidas Villa Francia, La Pincoya e Florida. Em alguns locais, o trânsito foi bloqueado e policiais usaram bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes. Durante o protesto, havia crianças e idosos nas ruas. Houve queixas de excessos dos policiais, segundo os manifestantes.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse hoje, em entrevista exclusiva à emissora estatal de televisão, que o governo não vai tolerar “excessos nem abusos” por parte dos policiais. “[As queixas de abusos] me preocupam. Não vamos tolerar nenhum excesso policial”, disse ele. “Não vamos tolerar excessos nem abusos por parte dos policiais.”
No entanto, o presidente também defendeu a ação policial. “Os policiais cumprem ordens difíceis. Os policiais têm de manter a ordem pública, garantir a segurança e proteger a integridade das pessoas”, disse Piñera.
Os manifestantes chilenos cobram do governo mudanças no sistema educacional do país. No Chile, o ensino superior é privado, não existem universidades públicas. Também há cobranças para que o governo amplie o sistema público de creches. Piñera disse que as cobranças são legítimas e que o governo pretende atendê-las, assim que aprovar a reforma tributária, que está no Parlamento.
Porém, Piñera avisou que o ensino superior será mantido na iniciativa privada. Segundo ele, o objetivo é garantir que o chileno gaste, no máximo, 10% do orçamento pagando as mensalidades da universidade. O presidente acrescentou também que a pré-escola cobre a maioria dos chilenos com “qualidade e gratuidade.”
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