O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei, defendeu hoje (26) que os países emergentes tenham mais participação no Banco Mundial. O apelo foi feito às vésperas da 4ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na Índia, que começa quinta-feira (29). Para os chineses, os emergentes têm condições de comandar a instituição. Na disputa pela presidência do Banco Mundial estão um norte-americano, um colombiano e um nigeriano.
“A voz dos países em vias de desenvolvimento deve ser ouvida, [o que vai] assegurar a representatividade no Banco Mundial e em outras instituições financeiras internacionais”, ressaltou Hong Lei.
O atual presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, conclui o mandato de cinco anos em 30 de junho, e já anunciou que não tentará a reeleição. Os candidatos para o cargo são Jim Yong Kim, dos Estados Unidos, Jose Antonio Ocampo, da Colômbia, e Ngozi Okonjo-Iweala, da Nigéria.
A escolha do presidente será feita por consenso em abril. Há indicações de que os Estados Unidos detêm a maioria dos votos na instituição.
“O líder do Banco Mundial e de outras instituições financeiras devia ser selecionado com base nos princípios da justiça, abertura e transparência”, disse o porta-voz, lendo um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
Tradicionalmente, os dirigentes do Banco Mundial, nos últimos 70 anos, são norte-americanos. Situação semelhante ocorre no Fundo Monetário Internacional (FMI), que nas últimas décadas teve presidentes de origem europeia. No entanto, os líderes de economias em desenvolvimento e organizações não governamentais pressionam para mudar essa situação.
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