A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu ao governo da Venezuela autorização para fazer uma avaliação independente sobre o respeito e a preservação dos direitos humanos no país. O apelo foi feito depois de o governo venezuelano ter cobrado uma multa de 1,6 milhão de euros (cerca de R$ 3,8 milhões) da emissora Globovisión, que faz oposição a Chávez.
A CIDH disse que há indicações de clima de “intranquilidade na cidadania e também de ódio e intolerância, por razões políticas". A comissão acrescentou que "o Estado não pode nem tem poder para definir o conteúdo que o jornalista recolhe na rua, nem pode dizer como se deve divulgar uma notícia".
Em resposta, o representante da Venezuela para os Direitos Humanos, Germán Saltrón, acusou a CIDH de "conspirar" contra o governo Chávez. Organizações não governamentais (ONGs) venezuelanas que atuam em defesa dos direitos humanos informaram à comissão que, na Venezuela, o acesso à informação pública sofre restrições, que impossibilitam a transparência.
Carlos Correa, diretor da ONG Espaço Público disse que, nos últimos três meses, foram feitos 65 pedidos de informação às entidades governamentais, relacionados à promoção e ao acompanhamento da situação de direitos humanos no país, dos quais 84% não foram respondidos.
Porém, as autoridades da Venezuela informam que existe acesso suficiente à informação pública e que cada instituição tem uma página na internet na qual disponibiliza informações.
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