O prefeito da cidade de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli assinou, nesta segunda-feira, 9, o protocolo de intenções entre o município, a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e a cidade de Toyama para o desenvolvimento do ‘Projeto de Promoção da Reciclagem do Lixo em Mogi das Cruzes’.
O convênio vai permitir que Mogi tenha acesso à tecnologia no setor, com financiamento de R$ 600 mil, a fundo perdido, por parte da Jica. “Em abril de 2010, quando conversamos com o vice-prefeito de Toyama, Takamasa Hirose, ele nos sugeriu que utilizássemos o aprendizado dos japoneses nesta área. Nós desenvolvemos a ideia, passamos a contar com o apoio da Jica e hoje estamos assinando este acordo, que vai permitir uma valiosa troca de informações entre técnicos mogianos e de Toyama”, frisou Bertaiolli.
O acordo tem duração prevista até setembro de 2014 e incluirá a capacitação, no Japão, para técnicos mogianos; a definição de metodologias para separação de resíduos domésticos; a elaboração de planejamento de Educação Ambiental, a orientação técnica aos catadores e o estímulo à formação de entidades cadastradas e administrativamente estáveis.
O objetivo do programa é elevar a quantidade de material reciclado na cidade. Atualmente, 70% da área urbana do município é atendida pela coleta seletiva, mas somente 1,6% do lixo produzido acaba sendo reciclado.
O Japão é um exemplo mundial no campo da reciclagem. Em 2010, 77% dos materiais plásticos foram reciclados. A reutilização de garrafas PET chega a 72% (até 1995, não passava de 3%) e a de latas está em torno de 88%. Com 128 milhões de pessoas e pouco espaço para aterros, principalmente em metrópoles como Tóquio, o país incinera 80% do lixo que produz. Desde a década de 90, vem investindo também em métodos menos poluentes para diminuir a emissão de gases tóxicos que saem das centrais de incineração.
O Japão produz uma grande quantidade de lixo — cerca de 52 milhões de toneladas vindas apenas de domicílios —, mas cada cidade já tem suas leis para a reciclagem. Não basta pensar apenas nos conceitos de incinerável ou não. O processo está num estágio bem mais avançado que isso.
Esse acordo possibilitará uma melhora considerável na questão da coleta e reciclagem de lixo, tornando assim uma referência para outras cidades da região. Mas para que esse projeto realmente funcione, dependemos da cooperação dos moradores, para que façam a separação do lixo corretamente nas suas casas, e da prefeitura, divulgando e provendo o projeto, desenvolvendo campanhas, distribuindo cartilhas e material informativo sobre o assunto nos mais diversos veículos de comunicação, fazendo com que toda a população colabore com o projeto.
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