Um dos grandes desafios das grandes metrópoles mundiais é resolver os problemas no trânsito, investindo milhões em grandes obras, como: viadutos, pontes, avenidas largas, além de investimento em aumento trens e metrô. Mas todo esse investimento causou um aumento significativo na poluição, e o transporte público, sempre lotado e nem sempre eficiente, fizeram com que as cidades apostassem seriamente em uma nova solução: a boa e velha bicicleta.
Na Europa e Ásia, o hábito de andar de bicicleta está bem mais enraizado nos costumes dos cidadãos. Andar de bicicleta nas capitais da Europa, como: Paris e Roma, e também em Tokyo no Japão, é bem seguro e tranqüilo, e além da beleza urbana, são centenas de quilômetros de ciclovias todos respeitando as normas de segurança e contando com uma ótima estrutura, como: grandes bicicletários e pontos de aluguel de bicicleta.
Já em São Paulo e Nova York, a situação é bem diferente. Além de contar com grandes centros empresariais e o tráfego pesado e intenso de veículos, causando acidentes fatais quase que diariamente, tornando-se uma verdadeira aventura pedalar pelas ruas da cidade.
Para mudar essa situação, a prefeitura de Nova York, em 2006, iniciou um plano de construção de 320km de ciclovias e ciclo faixas com intenção de dobrar o percentual de deslocamentos diários feitos sobre bicicletas até 2012.
A infraestrutura foi totalmente inaugurada em 2009 e um ano antes do esperado, já existia o dobro de ciclistas do que havia em 2006.
Além das ciclo faixas e ciclovias, 20 bicicletários públicos e 3,1 mil paraciclos foram abertos aos ciclistas.
No meio deste ano, um sistema de empréstimo de bicicletas - serviço que em cidades européias já é considerado tão essencial quanto ônibus ou metrô -, com 600 estações de aluguel e mais de 10mil bicicletas deverá ser inaugurado.
Toda essa mudança profunda em tão pouco tempo deveu-se simplesmente à vontade política. O prefeito priorizou o uso da bicicleta como meio de transporte e autoridades asseguraram que essas políticas fossem postas em prática. Ao atingir essa meta, iniciaram projetos para que até 2030 a cidade tenha mais de 2800 km de ciclovias e ciclo faixas, o que deve mais que triplicar o número de ciclistas.
O plano é ousado e, por isso, enfrenta várias críticas. Em bairros onde as ciclo faixas foram instaladas há mais tempo, os motoristas acabaram se acostumando e a aceitação tem aumentado a cada dia. Já em bairros com maior concentração de veículos, ainda existe uma forte resistência.
Mas tudo não passa de uma questão de tempo. O modelo de mobilidade urbana centrado no carro está falindo; várias cidades do mundo já perceberam isso, inclusive São Paulo, e agora é uma questão de tempo para elas se adaptarem.
Em São Paulo, pessoas que andariam de bicicleta, não o fazem por medo de pedalar pelas ruas a cidade, enfrentando carros, motocicletas, caminhões e ônibus. O risco é enorme, e isso só vai mudar com a construção de uma grande estrutura como a de Nova York. São Paulo atualmente conta apenas com 48 km de ciclovias, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Trafego), a meta estipulada pelo Prefeito Gilberto Kassab, é de construir até o fim de 2012, 100 km de ciclovias. Se a meta for atingida juntamente com toda a infraestrutura, certamente os ciclistas paulistanos se sentirão mais seguros e estimulados a adotar a bicicleta como meio de locomoção.