Começou por volta das 11 horas de hoje (16) o julgamento de Elcyd Oliveira Brito, acusado de participar do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Também seria julgado hoje outro réu, Itamar Messias Silva dos Santos, mas o juiz acatou pedido do advogado de defesa, Airton Jacob Gonçalves Filho, para uma nova data da plenária e o julgamento foi adiado para o dia 22 de novembro.
No pedido de adiamento, o defensor alegou que terá de comparecer a outro julgamento, marcado com antecedência e horário incompatível. Segundo Gonçalves Filho, o Ministério Público (MP) de São Paulo apresentou na tarde de ontem (15) nova versão dos fatos e que, diante disso, será necessário rever a estratégia de defesa do cliente. “O ministério propôs uma nova versão para o caso. Eu vou estudar junto com o Itamar e, dependendo da eventual concordância dele, vamos analisar como proceder”, disse o advogado.
Um terceiro motivo, de ordem pessoal, foi também apontado como empecilho para a realização do julgamento. “Meu escritório foi assaltado na tarde de ontem. Passei a tarde na delegacia e não pude alinhavar os últimos detalhes da defesa”, alegou.
Presente no tribunal, o irmão de Celso Daniel, Bruno Daniel, disse à Agência Brasil que a expectativa é que os dois acusados recebam penas semelhantes às aplicadas aos réus condenados em maio. Na ocasião, o júri decidiu por 24 anos de prisão para Ivan Rodrigues da Silva, 20 anos para José Edison da Silva e 18 anos para Rodolfo Rodrigues da Silva.
“Acredito que as penas sejam similares as dos réus já condenados, já que se trata do mesmo episódio. Creio que isso interfira também no julgamento do Sombra [Sérgio Gomes da Silva, acusado de ser o mandante do crime]. Há muita coisa a ser revelada. Ainda há os processos de corrupção em Santo André. Temos um caminho a percorrer. Mas é claro que se o Sombra for a júri popular, que é a nossa expectativa, já é um avanço”, disse.
Celso Daniel foi morto com oito tiros em janeiro de 2002. Ele foi sequestrado quando saía de um jantar na companhia do empresário Sombra. O corpo do ex-prefeito foi encontrado dois dias depois na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha a Itapecerica da Serra. De acordo com o MP, Elcyd e Itamar estavam na caminhonete que interceptou o carro de Celso Daniel, antes do sequestro.
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.