Com o fim do recesso parlamentar, a Câmara Municipal deu prosseguimento nesta semana ao processo instaurado por uma Comissão Processante para a cassação do vice-prefeito Antonio Eduardo Boretti (PCdoB)por supostos delitos que teriam sido cometidos na gestão do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos). Instalada em agosto do ano passado, a CP teve origem numa sindicância realizada a mando do prefeito José Natalino Paganini (PSDB) na autarquia.
Superitendente da autarquia em duas ocasiões (de 2010 a 2012 na gestão do ex-prefeito Antonio Hélio Nicolai, o Toninho Bellini e no início da gestão Paganini, de quem é vice-prefeito), Boretti é acusado de improbidade administrativa na sindicância que apura supostos desvios de recursos na ordem de R$ 2 milhões do SAAE ocorridos de 2008 a 2013. Além dele, foram ouvidos o atual prefeito, o ex-prefeito Toninho Bellini, além de outras oito pessoas que testemunharam na segunda-feira e outros dois que foram ouvidos na quarta, promovendo uma movimentação atípica na sede do legislativo itapirense. Todo processo corre em segredo de justiça e por isso a imprensa não teve acesso as informações.
A CP é composta por três integrantes, vereador Maurício Casimiro de Lima (PSDB), como presidente; vereador Luis Machado (PTC), como relator, e vereador Rafael Donisete Lopes (PROS), como membro.
Lima disse que os trabalhos vêm sendo realizados num clima de absoluta tranquilidade e que seguem um cronograma lógico que deverá resultar na votação dos pareceres até o final deste mês. Ele explicou que necessariamente não haverá um só parecer. “Para que haja um só parecer é preciso haver um consenso, o que não existe até o presente momento”, esclareceu. Desta forma, ele acredita que os três vereadores terão um parecer cada um. O vereador voltou a defender a necessidade de um processo transparente e que ofereça pleno direito de defesa a todas as partes envolvidas.
Lopes também destacou o clima de tranquilidade durante os depoimentos. “Tudo transcorreu num clima da mais absoluta civilidade”, reiterou. Afirmou ainda que permaneceu durante todo o tempo em que os trabalhos se realizaram das 8h30 até às 19h15. “Sinto não poder dizer mais nada por força da imposição do segredo de Justiça”, justificou-se. O vereador Luis Machado não retornou as ligações.
Injustiçado
O vice-prefeito Dado Boretti, por sua vez, falou que não teve qualquer tipo de constrangimento ao prestar depoimento. “O ambiente foi de extrema cordialidade, como tinha que ser”, comentou. Dado reiterou que se sente tremendamente injustiçado pelas acusações que lhe foram imputadas e expressou sua crença na Justiça. “Justiça existe para isso”,reiterou. Segundo seu entendimento, ele está sendo processado por razões iminentemente políticas. “Todo mundo enxerga que antes de mais nada se trata de um processo político”, acusou.
Apesar de sua aparente tranquilidade, Dado Boretti revelou que a situação criou a ele alguns embaraços. “Não é exatamente uma situação confortável você construir uma reputação com muito trabalho e dignidade e de repente se ver em uma situação onde tem que provar que você não é nada disso do que estão lhe acusando. Mas como disse, deposito na Justiça minha total confiança de que tudo isso será esclarecido a seu tempo. Tudo isso é mais uma mostra da sordidez que reina no ambiente político. Por isso tudo que muitas pessoas de bem rejeitam entrar para a política. Eu ingressei na atividade política exatamente por acreditar que pessoas de boa índole devem assumir este tipo de responsabilidade. Ainda continuo acreditando e defendendo isto”, resumiu.
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