No último sábado, 27 de abril, uma força-tarefa da Secretaria de Promoção Social composta por 25 assistentes sociais foi a campo para mapear, conforme declarou a Secretária de Promoção Social Eliana Assugeni Sobreiro Dias, as principais necessidades dos moradores dos oito blocos de apartamento do conjunto habitacional São Judas Tadeu, no Cubatão.
A Secretária explicou que se trata de uma iniciativa solicitada pelo próprio prefeito, que estaria determinado a equacionar alguns problemas mais sérios que afetam estimadas 2000 pessoas que habitam os 238 apartamentos existentes no local. “Nossa preocupação num primeiro momento é a realização de um diagnóstico sócio-econômico mais abrangente que vai determinar as reais condições em que vivem estas pessoas. Queremos saber quem são os moradores, quais suas expectativas e aspirações mais imediatas com relação a que tipo de ajuda podem receber da municipalidade”, acentuou.
O multirão, que começou por volta das 8h00 e se prolongou até o meio dia, conseguiu ouvir menos da metade dos responsáveis por cada unidade habitacional e, uma ação parecida já está agendada para ocorrer no dia 18, também um sábado. “ Muita gente estava trabalhando e existem casos onde os apartamentos estão desocupados. Para se chegar ao resultado que pretendemos é indispensável que tenhamos o maior número de informações possíveis”, alertou.
Num diagnóstico parcial, as assistentes sociais detectaram como principal problema e fonte de reclamação dos moradores a situação precária da escadaria da maioria dos blocos. “ Estão em situação precária e oferecem riscos à integridade física dos moradores”, observou Eliana. A solução para este problema ela avisa que é complicada. “ Necessariamente o assunto tem que passar pela Câmara. Para que o município possa intervir em um empreendimento de natureza particular existem obstáculos legais a serem superados”, informou. Moradores reclamam da falta de manutenção de outros equipamentos de uso coletivo e de sinalização de segurança.
Segundo a Secretária houve uma queixa generalizada com relação a um mencionado “abandono” por parte do poder público municipal em relação à prestação de serviços essenciais como coleta de lixo e varrição. “ Com base em depoimentos que colhemos junto aos moradores, a coleta de lixo era feita de forma insatisfatória e serviços como varrição e poda de mato eram inexistentes. O próprio fato destas demandas estarem sendo atendidas de forma satisfatória acabou nos ajudando a estabelecer um canal de diálogo mais confiável com os moradores”, acrescentou.
Ainda com relação ao diagnóstico preliminar, a Secretária conta que por seu intermédio foi possível conhecer algumas particularidades. “ Ali moram muitas crianças e muitos idosos. Encontramos vários casos de descumprimento de direitos elementares deste público. Casos de famílias que estão excluídas de programas assistenciais por pura falta de orientação. Encontramos ainda situações antagônicas, de pessoas que possuem carinho e zelo por suas moradias, algumas de extremo bom gosto. Do outro lado existem moradias bastante precárias. Existe em alguns blocos algum tipo de iniciativa de organização, enquanto em outros impera a desinformação. São situações com as quais teremos que lidar”, preocupa-se.
Medidas
Uma das primeiras medidas que a Secretária promete tomar é a realização no próprio local de um cadastramento para moradores que têm direito a freqüentar programas sociais do tipo “Bolsa Família”. Com base nas informações que vem sendo coletadas , ela afirmou que será elaborado um relatório a pedido do Prefeito Paganini, onde serão sugeridas ações pontuais a cargo das diversas Secretarias. “ Vamos propor medidas de abrangência em nível de diversas secretarias, cujo objetivo num primeiro momento é reforçar a presença do Poder Público municipal naquele espaço. Aliás, esta foi uma tônica durante as entrevistas, a de que os moradores estavam se sentindo abandonados. Na medida em que o programa avançar, o Prefeito disse que vai acompanhar muito de perto de as providências recomendadas estão de fato sendo cumpridas”, avisou.
O programa batizado de Projeto Eu + Você = Nossa Comunidade teve uma espécie de ensaio geral há questão de 30 dias quando moradores do Conjunto José Tonolli passaram por uma entrevista parecida. “ Evidentemente que dentro da nossa expectativa, o trabalho no José Tonolli seria mais tranqüilo, por isso optamos em realizá-lo primeiro. A motivação é a mesma: procurar tornar mais efetiva a presença do poder público municipal e fortalecer a importância da organização social, uma forma de fazer com que estes moradores aprendam a defender seus direitos de uma maneira mais eficiente”, defendeu Eliana.
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