A enrolação do Governo Federal em definir uma política séria para a questão do custo da energia elétrica deixando a entender que o consumidor não será penalizado com aumentos abusivos acaba de produzir mais capítulo, desta feita, que vai pesar no bolso de quem é cliente da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) como é o caso dos consumidores residenciais e industriais de Itapira. A empresa informou que as contas dos consumidores residenciais irá aumentar em 16,46%. Consumidores de baixa tensão, 17,97% e alta tensão, 16,10%.
Por meio de sua assessoria de comunicação, a CPFL informou que os critérios para o aumento são definidos pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em contato com a ANEEL, a agência não retornou as ligações.
O secretário adjunto de Energia do Estado de São Paulo, Ricardo Achilles, explicou, no entanto, que as atuais condições desfavoráveis para geração da energia produzida por hidrelétricas por causa da seca atípica que abateu sobre o verão nas regiões Sudeste e Centroeste, acabaram sendo determinantes para fazer explodir o preço da energia produzida. O governo precisou lançar mão de muitas termoéltricas que geram energia se utilizando do óleo diesel. Em nota enviada ao jornal A Cidade ele comentou o assunto. “A energia elétrica que utilizamos em nossas casas e em nosso trabalho provem de um sistema de geração majoritariamente hidrotérmico. Isso quer dizer que a maior parte da energia elétrica que utilizamos vem de usinas hidrelétricas e usinas térmicas que queimam combustíveis (gás natural, biomassa, carvão e óleo combustível). As usinas hidrelétricas produzem energia a um custo bem menor que as usinas térmicas, basicamente por dois motivos.
1. Não utilizam combustíveis, apenas água acumulada em seus reservatórios.
2. São, em geral, mais antigas, portanto o investimento em sua construção já foi amortizado.
O Governo Federal, responsável pela regulação do setor elétrico, sabe que já a alguns anos que os reservatórios das usinas hidroelétricas vem diminuindo, seja pelo regime de chuvas abaixo da média histórica ou pelo excesso de utilização de água na geração de energia.
Apesar disso, no decorrer do ultimo biênio o governo não realizou nenhum tipo de ação consistente para promover a redução do consumo e a racionalização da utilização da energia elétrica no país, muito pelo contrário, promoveu uma redução das tarifas as vésperas de uma eleição e passou à população a impressão de que o recurso era abundante e barato, o que incentivou o consumo.
Quando a energia hidráulica e barata começou a apresentar sinais de insuficiência devido a utilização em demasiado dos reservatórios foi preciso acionar, em capacidade máxima e por longo período, a geração térmica, mais cara e poluente.
O que ocorreu foi um acumulo de custos para as distribuidoras, pois essas precisam pagar imediatamente aos geradores a energia comprada, porém somente podem repassar esses custos aos consumidores em uma data anual específica determinada pela ANEEL.
No caso da CPFL essa data foi agora em abril, mas todas as concessionárias do Brasil passarão pelo mesmo processo durante esse ano.
As datas de reajuste das concessionárias brasileiras podem ser consultadas no site da ANEEL. (www.aneel.gov.br/visualizar_texto.cfm?idtxt=1695).
Gostaria de salientar que apesar do aumento de 16,46% (para consumidores residenciais) ser extremamente elevado, ele não constitui a totalidade dos custos provocados por essas medidas equivocadas. Outra soma bilionária foi necessária e essa saiu diretamente do Tesouro Nacional, ou seja, dos impostos pagos pela população. Contabilizados todos os custos a redução na conta de energia anunciada pela presidente em 2012 já foi mais que perdida”.
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