Durante os encontros regulares realizados no mês passado, as 320 famílias contempladas do Condomínio Morado Nova, que está sendo construído no Loteamento José Tonolli, receberam orientações a respeito do abandono de animais. As instruções foram repassadas pelos membros do COMPA (Conselho Municipal de Proteção dos Animais), que foram especialmente convidados para esclarecer dúvidas e orientar os futuros moradores.
Desde o sorteio dos apartamentos, as pessoas engajadas na causa animal do município começaram a se preocupar com a possibilidade do regimento interno do condomínio não aprovar a permanência de animais e, constantemente, o aumento dos índices de abandono.
De acordo com os membros do COMPA – presidente Rodrigo
Bertini, secretária Graciana Pereira Machado, segundo secretário Alair Cavallaro Júnior e Rogério Oliveira – o que ficou enfatizado durante o encontro é que, independente do que for decidido quanto à permissão ou não de se manter animais nos apartamentos, o abandono é crime e passível de prisão que pode ir de três meses a um ano e multa, ambos determinados na Lei Federal 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. “Estivemos lá justamente para alertar e orientar quanto à lei e suas implicações e também questões relacionadas quanto à posse responsável e a situação de condomínio, como, por exemplo, manter o animal dentro de casa”, disse Cavallaro Júnior.
Como era de se esperar, o encontro trouxe certa apreensão aos moradores, com muitos deles relatando que não desejavam dispor dos animais de estimação. Como o regulamento ainda não foi definido, a discussão deve se arrastar até meados de julho e agosto, quando a ocupação terá início. “Explicamos sobre as responsabilidades que cada um tem pelo animal e, como plano B, sugerimos que eles arrumem um parente ou amigo que possa ficar com o animal no caso de não ser permitido levar. E caso seja aprovada a permanência dos bichos, terá que haver respeito mútuo”, frisou Oliveira.
O presidente do COMPA, Rodrigo Bertini, criticou o fato de muitos munícipes terem se ‘acomodado’ diante de algumas situações e tenham passado a transferir algumas de suas responsabilidades ao município. “Se o animal é dele, ele é responsável por tudo o que ele faz”, afirmou. Graciana completou dizendo que é necessário mudar um pouco a consciência das pessoas e fazê-las entender que são elas que precisam levá-los para vacinar, castrar e zelar pelo seu bem estar em geral. “O que não pode é soltar na rua. A UIPA está com lotação máxima, a Zoonoses não recolhe animais e as outras duas ONGs do município não tem sede para abrigar toda essa demanda. Estamos tentando mudar alguma coisa de modo a colocar implicações para o dono, para que ele entenda que a partir do momento que ele adquire um animal é responsável por ele. O abandono vai causar não apenas problemas para o condomínio, mas para o bairro como um todo com animais causando acidentes, sendo atropelados, correndo o risco de morder alguém...”, preocupa-se.
De acordo com Letícia Maria Lima, monitora de educação profissional do Senac – instituição responsável por todo o trabalho educativo junto aos moradores –, a participação do COMPA se deu devido à preocupação dos membros quanto ao abandono dos animais, mas seguiu o cronograma rotineiro de reuniões. “Ainda não há outras conversas sobre esse assunto agendadas, mas eles continuam parceiros e os encontros com os moradores também prosseguem normalmente”, disse.
Para conhecer melhor a situação com a qual estão lidando, o COMPA solicitou ao Senac que, no próximo contato com as famílias, seja incluído no cadastro a quantidade de animais que cada uma delas tem.