A derrocada brasileira na Copa deixou feridas no esporte e no dia a dia do brasileiro. Como perder nunca foi o verbo preferido dos brasileiros quando se trata de futebol, os resultados apresentados deixaram clara a desilusão dos torcedores em relação ao que foi feito pela seleção dentro e fora de campo.
Mas, não apenas a insatisfação dentro do esporte ficou latente. A Copa deixou um rastro de prejuízo na maior parte do comércio, principalmente nas cidades onde não ocorreram jogos.
Para o presidente da ACEI (Associação Comercial e Empresarial de Itapira), José Aparecido da Silva, o mês de junho foi o pior já verificado pelo órgão. “Nunca tivemos um mês de junho ruim assim”, disse. “Acredito que o comércio teve uma baixa de pelo menos 30% em seu movimento”.
Hélio Margiotto de Aguiar, da Play Fix, que atua tanto com vendas como com conserto de produtos eletrônicos, concorda e acredita que seu movimento foi 20% menor que o costumeiro. “As pessoas deixaram de realizar as compras habituais e a frequentar o comércio principalmente nos dias de jogos do Brasil, pois davam preferência por passar o dia em chácaras para assistir as partidas”, explicou.
Fábio Dagnoni, da Kaká Sorvetes, foi mais enfático. Para ele, nos dias de jogos o movimento caiu em torno de 40%. “A Copa prejudicou bastante sim, nos dias de jogo o movimento começava a diminuir bastante com umas duas horas de antecedência”, lembrou.
Para Marcel Luciano Ferraz, da loja Elegância Masculina, o ano precisa começar de forma urgente. “Estamos esperando ele começar, já tivemos Carnaval, Páscoa, Festa de Maio, Copa..., acredito mesmo que só vai começar depois das eleições e, dependendo do resultado, só em janeiro mesmo”, frisou. “O Dia dos Namorados desse ano foi o mais fraco que já tivemos em movimento”.
Outro lado
Se no comércio em geral o movimento foi fraco, pelo menos para quem atua no ramo de locação de telões o movimento foi positivo. Rinaldo Brida, da BCQ – Brida Controle de Qualidade, a procura foi boa por telões. “Embora não seja esse meu ramo principal, tive aumento nas locações”, explicou.
Em compensação, os contatos para publicidade ficaram para depois da Copa. “Ninguém fechou nada, nem publicidade em ônibus e nem para a Festa do Peão, a Copa servia até de desculpa do tipo passa depois da Copa, criou um gargalo tipo Carnaval”, contou Brida.