Na manhã desta sexta-feira, na presença de vereadores, secretários e convidados no auditório da Casa da Cultura “João Torrecillas Filho”, o prefeito José Natalino Paganini, o deputado Barros Munhoz e o presidente da câmara Carlos Alberto Sartori foi anunciada a instalação de uma nova unidade da Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos. Participaram da mesa o presidente e fundador do Cristália, Ogari Pacheco, o secretário municipal de desenvolvimento econômico Sergio Augusto Lopes Pinheiro e o gerente de negócios do Invest São Paulo, Renato de Barros Silva.

A nova indústria atuará no setor de biotecnologia e será construída na área de 115 metros quadrados, adquirida pela prefeitura recentemente, localizada na SP 147 nas proximidades da Algodoeira Caio. Estão previstos investimentos iniciais na ordem de R$ 50 milhões e a criação de 100 vagas. As obras devem ser iniciadas brevemente.

O prefeito Paganini não escondeu a emoção ao anunciar o novo empreendimento: “além de criar emprego e renda para Itapira, a nova empresa tem “pedigree” Itapirense. Vem de gente que conhece e ama esta cidade. A minha maior alegria é ver a perspectiva de criação de novas vagas e de ter certeza de que as nossas famílias estão felizes e tranquilas com o dia de amanhã.”

Carlinhos Sartori também reverenciou o momento ao dizer que a data de hoje será marcada na história de desenvolvimento de nossa cidade.

O deputado Barros Munhoz, mais audacioso, estabeleceu um paralelo entre esse novo empreendimento e a criação da Embraer que elevou o Brasil a vários patamares na área tecnológica e produzir produtos de alto valor agregado. “O laboratório Cristália está fazendo a mesma coisa, está há pelo menos 10 anos à frente dos concorrentes diretos. Itapira não poderia deixar essa grande empresa brasileira fugir ou criar raízes em outra cidade. Foi briga de cachorro grande. Todo mundo queria, pois sabem o que vai representar a biotecnologia no futuro. Não podíamos perder essa parada. E não perdemos. Aqui está ela conosco! Itapira já é muito importante no Brasil e no mundo por conta das ações do Cristália. A partir de agora será mais ainda.” E completou: ”O mais importante desse anúncio é que temos conosco a marca Cristália e a marca Pacheco, um nome conhecido e reconhecido no mundo inteiro.”

As palavras de Munhoz talvez soem incompreensíveis para a maioria das pessoas que imaginam que uma grande empresa é aquela que gera milhares de vagas em curto espaço de tempo. Esse empreendimento, apesar de grande, ainda engatinha no Brasil e será representativo no mundo no médio prazo, “precisamos ver essa notícia com olhares para o futuro!”, esclareceu Munhoz. De fato, sem olhar para o mercado interno que vai de vento em popa, os fabricantes de produtos farmacêuticos instalados no Brasil estão mantendo um ritmo alucinante nas exportações, mesmo quando o câmbio era totalmente desfavorável. Desde 2004 as vendas externas sobem a taxas em torno de 20% ao ano. Uma taxa que faz inveja a qualquer exportador chinês. Outro indicador do setor farmacêutico está na linha de investimentos, que apesar do arrefecimento da economia, continua se colocando entre os maiores importadores de máquinas e equipamentos, mostrando que o Brasil não quer dormir no ponto nesse assunto.

Ogari Pacheco não quis fazer nenhuma projeção em termos de aumento no faturamento da empresa, mas analisando o espaço mercadológico brasileiro e mundial e a ação de empresas que estão correndo atrás desse filão, Pacheco foi enfático: “quem chegar primeiro tem maiores chances em conquistar as melhores fatias”. Fazendo as contas não foi difícil concluir que a nova unidade poderá agregar faturamento, em dois ou três anos, acima dos 25%.

Ao ser questionado sobre eventuais parcerias ou sociedade do Laboratório Cristália com outros investidores, Pacheco declarou: “sim, a nossa parceria é com a comunidade. Hoje, os nosso funcionários ganham participam do lucro das nossas empresas.” O presidente não disse, mas sabe-se que de todo ICMS arrecadado por Itapira, um quinto (20%) vem do Cristália.