Fernanda com o instrutor Sebastião: curso requisitado
Frequentadores habituais do CVT (Centro de Valorização do Trabalho) “Prefeito José Casimiro Rodrigues” notaram desde o início deste mês uma movimentação atípica. Numa das salas de aula localizada no final do corredor que dá acesso à aplicação dos diversos cursos ministrados pelo organismo, barulho, clarão e um odor característico de determinadas linhas de montagens industriais sinalizava que no local algo diferente estava ocorrendo.
A educadora Maria Fernanda Venturini Santa Luccia, diretora do CVT, informou que o local foi adaptado para receber um curso de formação profissional definido por ela como top nas manifestações feitas pela maioria dos empresários consultados pelo órgão sobre quais cursos deveriam ser priorizados como forma de ajudar as empresas locais a enfrentar a falta de mão de obra qualificada. E a maioria indicou o curso de soldador. “Logo no início desse ano nos reunimos com diversos representantes do empresariado realizando uma sondagem sobre as diferentes expectativas que eles possuíam sobre a questão da qualificação profissional, uma forma de planejarmos melhor a contratação dos cursos que estamos aplicando. O curso de soldador aparece entre os cinco mais reclamados”, reforçou.
Prosseguindo, Fernanda disse que quase que imediatamente percebeu as dificuldades que cercam a contratação desse tipo de treinamento. “É um treinamento que é muito requisitado e por isso tivemos que nos esforçar muito para conseguir trazê-lo”, revelou.
O resultado prático é que foram criadas, com a chancela do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) seis turmas com 10 inscritos em cada uma, cujo aprendizado começou a se desenhar no dia 30 do mês passado com a chegada do instrutor Sebastião Vanir Correa de Melo, que tem 38 anos de profissão e há 27 anos atua como instrutor do SENAI. Antes de ser designado para Itapira ele era o responsável pelo treinamento de cerca de 100 funcionários de um famoso estaleiro baseado no Guarujá, litoral sul de São Paulo, que tem contratos para suprir necessidades da Petrobrás na exploração do Pré-Sal.
Etapas
Melo explicou que seu trabalho no município é mais complexo pelo fato de ter que ensinar o ‘beabá’ da profissão para muitos dos inscritos no curso de treinamento. “Alguns estão aprendendo o básico, com possibilidade de adquirirem conhecimento para um nível maior de especialização. Caso façam o curso da forma como esperamos, poderão atender diferentes necessidades do mercado de trabalho”, contou.
Com aulas nos períodos da tarde e da noite, Correa de Melo atende, além de iniciantes, profissionais que já trabalham como soldador mas que querem um treinamento mais específico. Ele tem à disposição máquinas, equipamentos, material de consumo e cerca de quatro toneladas de material ferroso e não ferroso, cortados na medida certa para o treinamento que está aplicando.
Entre os novatos existem três mulheres. Luana Aparecida Rosa Coraça, 22, disse que está desempregada e antes de se matricular ganhava algum dinheiro como diarista. Foi avisada do curso por um amigo e se inscreveu. Ela disse que sentiu alguma dificuldade no início, assegurando que já está dominando a técnica da soldagem por eletrodos e que espera progredir na profissão. Outras colegas ouvidas avaliaram a situação pela mesma ótica, ou seja, vale a pena aprender uma nova profissão, cuja remuneração no chão de fábrica está entre as melhores.
Fernanda confidenciou que já está trabalhando para a permanência do curso por pelo menos mais uma temporada. “Muitos empresários quando souberam da instalação do treinamento nos procuraram para matricular seus funcionários. Evidentemente que estamos analisando cada pedido e vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para atender a todos os pedidos”, garantiu.
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