A seleção do Japão teve uma passagem rápida pela Copa do Mundo no Brasil. Foram três jogos, com duas derrotas e apenas um empate.
Mas, se a seleção nipônica não mostrou futebol para avançar na competição, se seus principais jogadores como Kagawa e Honda não se destacaram, a torcida japonesa se incumbiu de ser o ponto alto da passagem pelo Brasil.
No primeiro jogo, disputado no dia 14 de junho na Arena Pernambuco, em Recife-PE, quando o Japão perdeu para a Costa do Marfim por 2 a 1, uma cena chamou a atenção da grande maioria das pessoas que a viram, in loco, pela TV ou depois, pelas redes sociais. Após a derrota, ao invés de lamentar o resultado, munidos de enormes sacos de lixo, os torcedores japoneses trataram de limpar todo lixo produzido durante o período em que permaneceram no estádio.
O gesto, embora comum para os japoneses, causou estranheza em quem não conhecia esse lado do povo oriental e serviu de exemplo para quem está acostumado a deixar lixo por onde passa. A imagem correu o mundo e, com certeza, aumentou ainda mais o conceito do povo japonês.
A cena, entretanto, não causou espanto ao itapirense José Carlos Trinca, 62. Durante os 19 anos que viveu no Japão, Trinca aprendeu a conviver com esse tipo de cultura. “Lá, isso é normal, faz parte da educação e da cultura japonesa”, explica. “Se sujou, limpa”.
Segundo Trinca, essa cultura vem do berço, da educação que o povo japonês carrega. “Faz parte da educação deles, vem mesmo do berço”, revela. “A gente saía no final de semana para fazer churrasco, por exemplo, quando acabava tinha que limpar tudo e levar o lixo para casa”.
Quando retornou ao país, há alguns anos, junto com a esposa Vânia, Trinca se assustou com o que encontrou por aqui. “Realmente fiquei assustado, me acostumei com a cultura deles de limpar tudo e aqui todo mundo joga tudo no chão”, frisa. “É tudo muito diferente”.
Volta
Questionado se voltaria a residir no Japão, Trinca foi enfático ao afirmar que não pensaria duas vezes. “Com certeza, minha família ficou lá”, diz, referindo-se às filhas Cristiane, Fernanda e Camila e aos netos Haruki, Matheus e Thiago.
Cristiane, o marido brasileiro e o filho Haruki residem em Shizuoka; Fernanda, o marido brasileiro e os filhos Matheus e Thiago moram em Yamanashi, onde Trinca e a esposa residiram a maior parte do temo em que viveram do outro lado do mundo, e Camila, que é solteira, está em Nagoya. “Todos ficaram lá e eu gostaria muito de voltar para lá”, encerra.
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