Uma decisão da juíza Hélia Regina Pichotano, da 2ª Vara Civil, atendendo pedido formulado pela Secretaria de Negócios Jurídicos da Prefeitura, determinando que 70% do efetivo da Guarda Municipal volte ao trabalho, foi a primeira manifestação do Poder Judiciário em torno da greve deflagrada na noite de terça-feira. Desde então, somente 30% do efetivo trabalhando.
A rigor, esta foi a maior novidade em torno dos desdobramentos da greve, principal acontecimento desta semana aqui na cidade. Um greve inédita deflagrada na noite de terça-feira, 03, após assembleia realizada pelo sindicato da categoria na Praça Bernardino Campos, acompanhada por cerca de 300 pessoas. O estado de greve já havia sido oficiado ao prefeito José Natalino Paganini (PSDB) pela direção do sindicato no dia 28 de maio, depois que fracassou a tentativa de um acordo ancorada na proposta oficial de reposição de índice inflacionário na ordem 6,28% a título de reajuste para todo o corpo do funcionalismo, mais 10% de reajuste no vale-alimentação e abonos de assiduidade e de Natal.
A paralisação alterou a rotina da região central da cidade. Com apoio de um caminhão e de dirigentes da Federação dos Servidores Municipais do Estado de São Paulo, os manifestantes se posicionaram defronte ao Paço Municipal, onde entoavam palavras de ordem contra o prefeito.
O prefeito José Natalino Paganini disse que considera o movimento grevista irresponsável, criticou a postura do sindicato e disse que seus dirigentes estão vendendo ilusões para os servidores. “A direção do sindicato tenta vender a ideia de algo que não é possível ser concedido e ao mesmo tempo espalha insegurança no seio da nossa comunidade, isso é inadmissível”, protestou.
Disse que a proposta oficial apresentada aos servidores, os 6,28% de reposição e 10% de aumento no ticket alimentação, abono de assiduidade e Natal foi o limite. Segundo elel, ao chegar a esta proposta teve que fazer uma avaliação muito criteriosa no sentido de que teria que torcer para que a arrecadação do município tivesse um melhor desempenho daqui para frente. “Nossa proposta foi superior à da grande maioria de prefeituras da região do mesmo porte da nossa, prefeituras que levaram em conta reposição inflacionária e mais nada”, alfinetou.
Indagado se aceitaria conversar sobre o reinício de conversações, afirmou que com o funcionalismo em greve não tem conversa. Ao ser questionado a respeito de um boato que circulou na tarde de ontem especulando que uma espécie de abaixo-assinado teria corrido diferentes departamentos da Prefeitura solicitando que ele reapresentasse a proposta oficial rejeitada em assembleia dos próprios servidores, Paganini disse que desconhecia a iniciativa. “Se isso ocorreu, foi algo dentro do próprio funcionalismo. Eu desconheço”, garantiu.
O prefeito expressou ainda uma espécie de indignação com a presença de pessoas de outras cidades dentro do movimento. Disse que se sentiu insultado e ofendido por pessoas que não conhecem sua história de vida.
O outro lado
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Cristina Helena Silva Gomes, disse que a decisão da juíza Hélia Regina Piuchotano seria integralmente acatada. Sobre o tal manifesto de servidores pedindo reconsideração do prefeito para que conceda o que foi ofertada inicialmente, disse que tinha conhecimento deste episódio, que classificou como mais uma manobra de pressão.
Ela disse que o sindicato iria representar contra a prefeitura na Justiça devido a uma suposta rede de pressão em cima do movimento vinda da Prefeitura. Ela confirmou que na tarde deste sábado, 07, ás 15h30, haverá uma nova assembleia de servidores na sede do sindicato para avaliação do movimento.
Para a dirigente, o movimento não enfraqueceu conforme diziam fontes ligadas à Prefeitura. “Na minha visão o movimento se mostra coeso e sendo desafiado por toda uma série de intimidação vinda da atual administração”, garantiu. Os setores mais afetados foram da Defesa Social e Educação. Ontem foram realizadas passeatas pela região central e no final da tarde foi registrado um momento de tensão quando os manifestantes se dirigiram para a frente ao Hospital Municipal. Havia temor de que houvesse uma invasão do local.
Na manhã de ontem houve passeata pela região central
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.