O deputado Enio Bacci (PDT-RS) disse hoje (11) que foi ?pressionado? a não comparecer à reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, a fim de que não houvesse quórum para a votação de requerimentos. Segundo Bacci, a pressão partiu da cúpula de seu partido e de parlamentares ligados ao governo. A maioria dos parlamentares da base não compareceu aos trabalhos desta terça-feira, e o quórum para apreciação de requerimentos não foi atingido.
?A pressão foi no sentido de que a minha continuidade como membro titular da CPMI poderia estar comprometida caso eu não seguisse essa orientação de não comparecer para que não houvesse o quórum necessário. Essa pressão veio tanto de membros do governo quanto da cúpula do meu partido?, disse o deputado.
Bacci disse ainda que tem o apoio da bancada de seu partido para continuar investigando ?doa a quem doer? as denúncias de corrupção na Petrobras. No entanto, ressaltou que ?há uma diferença entre a bancada e a direção partidária?.
O deputado contou que recebeu de sete a oito ligações e até contatos pessoais para que não fosse à reunião, e que alguns desses interlocutores disseram que ele seria obrigado a deixar a CPMI se contrariasse a orientação. O parlamentar não quis revelar os nomes das pessoas que telefonaram para ele por considerar que isso seria ?antiético? e acreditar que elas não o fizeram por vontade espontânea, mas por orientação do governo.
Procurado pela Agência Brasil, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse ?que faz algum tempo que não fala com o deputado Enio Bacci?, e acrescentou: ?Não tenho conhecimento de nada. Desconheço essa denúncia?.
O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), também declarou não ter conhecimento da fala do deputado do PDT. Disse ainda que ?não falou com ele? e que não tem informação de que alguém teria procurado Bacci com o objetivo de repassar qualquer orientação.
O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), disse não saber da denúncia de Bacci e negou que o PT tivesse feito qualquer tipo de pressão. "Eu não estou sabendo disso [da denúncia de que houve constrangimento], mas posso afirmar que da parte da liderança do PT não houve [pressão para o não comparecimento]". Perguntado se na próxima reunião haveria votação de requerimentos, Vicentinho disse que "a reunião foi convocada pelo presidente da CPMI [senador Vital do Rêgo] para deliberar administrativamente, e eu espero que assim aconteça".
*Colaborou: Luciano Nascimento
Editor Aécio Amadohttp://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2014-11/deputado-diz-que-foi-pressionado-nao-ir-reuniao-da-cpmi-da-petrobrasComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.