Outros R$ 22 milhões devem ser gastos no recapeamento de ruas

Até que ponto a administração anterior influi no mandato de um novo prefeito? Em quanto tempo o chefe do executivo consegue se livrar do 'fantasma' da administração anterior? E como as pessoas lidam com o discurso de que a dívida do município impede novos investimentos? As respostas para essas perguntas não são nada exatas e nem sempre é possível prever quais cartas cada novo prefeito irá retirar da manga para conseguir agradar a população.

Aqui em Itapira, o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) declara ter recebido da administração anterior uma dívida de aproximadamente R$ 15 milhões. De acordo com o Secretário Municipal da Fazenda, João Batista Bozzi, somente os restos a pagar, ou seja, os pagamentos que deveriam ter sido feitos até o dia 31 dezembro de 2012 pela administração Toninho Bellini, já somam cerca de R$ 7,2 milhões. Apenas com fornecedores de telefonia e energia elétrica, a dívida é de R$ 242.000,00 e R$ 299.862,00, respectivamente, sendo que R$ 87 mil são referentes a conta de energia elétrica de novembro de 2012.

No âmbito trabalhista, foram apurados até agora R$ 4.855.821,97 em férias vencidas, R$ 1.081,467,33 em horas extras de servidores do Hospital Municipal e R$ 294.583,81 em horas extras dos demais setores. Tendo em vista o atendimento que o hospital vinha oferecendo, estes números são no mínimo questionáveis. Para o secretário, o sistema de banco de horas e acúmulo de férias vinha sendo feito sem nenhum respaldo legal.

Já os gastos com a manutenção de veículos sucateados já ultrapassam a casa dos R$ 127 mil. Outras pendências judiciais de pequena monta somam R$ 92.890,27. Os restos a pagar somados de 2010 e 2011 totalizam R$ 286.858,32 e os de 2012 chegam a absurdos R$ 7.221.182,09, totalizando uma dívida real de R$ 15.188.865,79.

Abandono

O secretário municipal da Fazenda informou ainda que outras despesas estão previstas, como por exemplo, cerca de R$ 22 milhões que serão necessários para recapear boa parte das ruas do município que se encontram em mau estado. Tivesse o governo Toninho Bellini realizado o trabalho ano a ano, a situação não teria chegado a este ponto crítico. Segundo estimativas da pasta, para revitalizar o Hotel Fazenda Esperança serão necessários R$ 2,5 milhões. Outros R$ 4,5 milhões serão necessários para reerguer o Hospital Municipal e cerca de R$ 3 milhões para reformar e revitalizar os demais próprios municipais.

Segundo Bozzi, ainda não foram contabilizados os gastos com a operação tapa buracos, realizada em caráter de urgência nestes primeiros dias de governo. Outros serviços prestados cujos empenham não foram feitos podem chegar a cifra de R$ 1 milhão. Somando a dívida real mais os investimentos previstos para recuperação da cidade, o valor poderá chegar a R$ 50 milhões.  
Para o secretário, a ordem agora é adotar medidas de contenção de gastos para reequilibrar as finanças públicas, como redução de pessoal; autorização de hora extras quando extremamente necessária, sendo que estas serão pagas e não mais acumuladas em banco de horas; bem como controle de gastos de combustível e readequação da frota, além de remanejamento de funcionários.

"Os cortes a serem feitos são extensos, não caberia na página do jornal a quantidade de mudanças que devem ser feitas na administração", finalizou o secretário.