A escalada, que já vinha mantendo viés de alta mesmo antes do segundo turno das eleições presidenciais no final de outubro, está desafiando as agências que vendem pacotes turísticos a manterem a atratividade das viagens internacionais. A contar dia 01 de outubro, quando estava cotado a R$ 2,46 para venda para os R$ 2,66 registrados na última quarta-feira, 05, o pulo foi de exatos 7,5%.
Um dos setores que mais sente a oscilação da moeda americana é o do turismo. Com a chegada de final de ano muitas pessoas programa viagem ao exterior. As agências de turismo que atuam na cidade estão confiantes apesar da reação negativa das pessoas. O consultor de turismo José Roberto Prado, da Via Prado Turismo, afirma que a primeira reação a uma alta acelerada do dólar é fazer com que eventuais clientes reflitam melhor sobre a escolha a ser feita. “Eu acredito mais naquilo que é chamado de efeito psicológico do noticiário. As pessoas ficam mais precavidas e , eventualmente, podem desistir da viagem. Mas aquela pessoa que está determinada, não vai desistir por causa de 10 ou 15% a mais”, raciocina.
Ele lembra que a oscilação do dólar é muito atrelada a fatos de natureza política. “Num primeiro momento foi a eleição da Dilma, passada a eleição vem a falta de confiança do mercado na política econômica e mais recentemente a fragilidade da bancada de apoio ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama também influenciou a alta”, descreveu. Prado lembra ainda que a escalada do dólar eleva o preço de todos os serviços correlatos, como passagem aérea, hospedagem e serviços.
Questionado se pautados no noticiário os turistas que pretendiam ir ao exterior não acabarão dando preferência aos destinos nacionais, Prado entende que não se trata de ciência exata. Segundo ele, os destinos no país hoje em dia estão tão caros, sobretudo em época de alta temporada, que mesmo com o dólar mais caro, destinos no exterior ficam mais atraentes. “Aqueles que vão de fato viajar para a Europa, Estados Unidos ou outros destinos menos badalados, já se planejaram a algum tempo.Os que decidirem viajar de última hora, o farão sabendo que irão pagar mais caro”, alertou.
Concorrência
Uma outra agência da cidade também raciocina de forma semelhante. Ela disse que os que se podem dar ao luxo de fazer uma viagem ao exterior não se sentirão desmotivados por causa de um aumento que eleve em até 20% o custo final de seu pacote. “Quem tiver tudo contadinho, talvez. A gente nota por exemplo casos de pessoas emergentes que fazem planos de viagem nacionais que ficam divididos em fazer ou não uma primeira viagem quando acontece da promoção que namoravam aumentar de custo. Com quem está habituado a viajar ao exterior esse comportamento é mais raro, porque este público se habitua à flutuação do dólar. Aquilo que ontem parecia caro, hoje é visto com naturalidade”, explica. De acordo com ela, a rede de franquia que representa lança mão de uma política agressiva de cotar o dólar abaixo do valor de momento para determinados pacotes, visando justamente se diferenciar da concorrência. “Esta estratégia tem garantido uma normalidade na venda de nossos pacotes internacionais”, garantiu.
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