Sai Betuska. Correu a informação, nesta segunda-feira, 12, que Manoel Marques teria dado um cartão vermelho ao dono da Rádio Clube de Itapira, o Betuska. Segundo tais comentários, o grande JP assumiria o posto até o final do contrato de transmissão das sessões.
Entra JP. Ainda, sobre esse falatório, como o contrato entre a Câmara Municipal e a Rádio Clube estava sendo renovado, Manoel teria vinculado a renovação à substituição de Betuska por JP.
Xô ditadura! Caso tal conversa se confirmasse, Manoel Marques colocaria por terra o discurso de paladino da democracia que tem procurado demonstrar, “eriçando” as garras ditatórias.
O fogo da eleição. Hoje, o Dropes entrou em contato com o presidente da Câmara e através do assessor de imprensa, Rodrigo, tais comentários foram jogados na fornalha das pepas.
Uma coisa nada tem a ver com outra. Rodrigo confirmou o processo de renovação do contrato e esclareceu: “nem teria como colocar qualquer exigência dessa natureza no contrato. Cabe apenas à Rádio definir quem estará no comando da transmissão, não a câmara. A licitação não prevê essa situação.”
Contrato renovado. Para tirar a limpo, o Dropes entrou em contato com o Betuska, que naquele momento não se encontrava na Rádio. Mas o grande JP atendeu e confirmou as informações passadas pelo Rodrigo. “O contrato foi renovado, não ocorreu nenhuma exigência do Manoel”, disse JP.
Onde há fumaça, há fogo. Não é bem verdade que nada aconteceu. O Betuska, de vez em quando, fazia algumas perguntas capciosas e comentários que não agradavam a Manoel. Houve, portanto, uma conversa entre os dois para acerto dos ponteiros. Nada mais natural. Afinal, ninguém paga para ser criticado pelo recebedor.
Juntando uma coisa com outra. Manoel chegou a manifestar tais descontentamentos com outras pessoas. O contrato estava em vias de renovação. Terça-feira passada JP foi o âncora da transmissão da sessão, numa substituição perfeitamente justificada. Foi o que bastou para a imaginação popular fechar o raciocínio.
Useiro e vezeiro. É claro que diante da disputa eleitoral avizinhada, os comentários ganham tons agressivos e tendenciosos. Já pensaram se não tivesse o Dropes para colocar tudo em pratos limpos?
Betuska ao vivo. Conforme anunciado pelo Rodrigo e JP lá estava Betuska, velho guerra, no comando do microfone da Clube nesta terça-feira. Não se sabe se foi por conta do clima tranquilo do pequeno expediente ou foi pelo tal acerto de ponteiros, Betuska estava menos jornalístico.
A sessão desta terça prometia. Estava prevista a entrada da apreciação das contas de 2007 que teve um viés de reprovação do TCE ao considerar que o prefeito Toninho Bellini não gastou os 25% obrigatório em Educação, no ano de 2007. Faltaram meros R$ 36.000,00.
Mais uma semana. Depois que a assessoria jurídica da câmara assegurou que o prazo fatal vence no dia 23 de março, sexta-feira da semana que vem, sem os votos desejados, Mino Nicolai pediu adiamento para mais uma semana. O fim da novela ficou para a próxima terça, 20.
Era boato? Aquela conversa de que tinha pelo menos um vereador, da oposição, concordado em votar favoravelmente as contas - em troca de favores pecuniários ou outros benefícios quaisquer - não se consumou. Sabe-se que essas coisas, quando estão amarradas, não devem ter muito tempo entre a combinação e o compromisso, sob pena de vir à tona o arrependimento e ficar o dito pelo não dito. Logo, tudo não deve ter passado conversa mole para boi dormir.
Éramos trinta e seis. O prefeito Toninho Bellini e o vice Antonio Carlos Martins entraram com uma proposta rescisória com objetivo de rever o parecer desfavorável do Tribunal de Contas. Daí o enredo da novela poderá ser:
Cenário 1. Os governistas conseguem mais um voto, as contas são aprovadas e vão todo mundo para a pizzaria comemorar.
Cenário 2. As contas são rejeitadas. Imediatamente o fato é desqualificado. Buscar-se-ão os procedimentos jurídicos para neutralizar ou amenizar as consequências políticas. Pelo menos até as eleições.
Cenário 3. A apreciação das contas será suspensa por prazo indeterminado em face de uma determinação judicial ou administrativa. Tentarão empurrar a decisão final para depois das eleições.
A palavra reprovação é muito forte. Dificilmente Toninho Bellini e Martins perderão os direitos políticos. Não existe irregularidade insanável. Mas a questão que preocupa está na esfera política. Será muito difícil ao candidato governista explicar as contas reprovadas. Para a maioria, a diferença diminuta é o que menos importa.
Casimiro foi o único. É bom lembrar que o único prefeito que teve as contas reprovadas em Itapira foi Casimiro. O candidato seguinte, Bebeto, apesar do apoio, até então consagrado, teve dificuldades e foi substituído a poucos dias da eleição por Barros Munhoz. Faltou pouco para Alberto Mendes ocupar a cadeira da João de Moraes.
Ninguém precisa ficar preocupado. Para Manoel Marques, talvez a parte mais interessada dessa história, disse hoje, após a sessão, que o povo de Itapira está consciente de que Toninho Bellini não roubou, não deixou de investir em Educação. Sabe que foi investido mais.
O pequeno expediente estranhou. Depois de um longo e tenebroso inverno Sonia Santos não ocupou a tribuna. Foi o suficiente para baixar o tom dos discursos seguintes. Ferrarini aproveitou para elogiar o trabalho da Conseg, da Secretaria de Serviços Públicos, a ajuda que a Administração Municipal tem dado às entidades assistenciais e aos subsídios estudantis.
Só desinformados. Esperava-se que Cleber Borges aproveitasse a publicação do seu nome como presidente da comissão provisória do PPL, dando-lhe total controle da sigla, para tripudiar sobre as torcidas contrárias. Limitou-se a chamá-las de desinformadas.
Mino Nicolai, como manda os ditames de civilidade, ocupou a tribuna para pedir desculpas ao presidente da casa, aos vereadores, à Sonia Santos, estendeu ao atual, ao ex-marido e aos familiares e às mulheres em geral.
Sangue italianio. Explicou que passou três semanas ouvindo palavras fortes contra ele e o irmão. Aguentou o quanto pode. Mas estourou. Na última terça, talvez o nó entalado ou pelo sangue italiano que corre em suas veias acabou usando mal as palavras, dando-lhes sentidos diferentes as desejados.
Nota oficial? Não resta a menor dúvida de que o vereador teve um gesto nobre ao pedir desculpas na tribuna. Mas deveria ter publicado - quem sabe ainda o faça – uma nota nos jornais da cidade para caracterizar o seu arrependimento e prestar um grande auxílio no combate ao machismo incrustado nos brasileiros.
Mino acabou falando muito. Foi repetitivo. Cometeu novo deslize. Acabou se colocando como “muito homem” para ir até a tribuna para pedir desculpas à vereadora Sonia e às pessoas que ele teria ofendido. Em vários momentos, na tentativa de negar a postura machista, acabava confirmando-a.
Em defesa do vereador. Tais deslizes são naturais no homem brasileiro que considera o reconhecimento do papel da mulher como uma obrigação politicamente correta. Isso vem de uma estrutura de centenas de anos que orienta as suas convicções. Para evitar isso, o discurso não pode ser improvisado. Deveria ser escrito e submentido à apreciação de uma mulher.
Processo interno. Um petista comentou que Mino só ocupou a tribuna para pedir desculpas depois de saber que poderia correr, contra ele, um processo interno nas instancias superiores do PT. Fato que complicaria a vida política do vereador. Seja verdadeira ou não essa informação, o gesto do vereador pode ser considerado um avanço.
Só ele saiu da paz e amor. Manoel Marques foi o último a utilizar o espaço do pequeno expediente. Saiu um pouco fora do clima pacífico. Atacou o jornal A Gazeta e condenou a atitude da diretora regional de ensino de Mogi-Mirim, Elin de Freitas Monte Claro Vasconcellos, que teria proibido as escolas de Ensino Médio de participar do Parlamento Jovem, por considerá-lo organizado para fins políticos.
Mais conhecidos. O Parlamento Jovem tem o objetivo de preparar os jovens para a vida política. É bem verdade que ele poderia ser utilizado pelo presidente e vereadores para se tornarem mais conhecidos diante de uma grande massa estudantil.
Desconfia-se. Podem ser detectados dois erros: a câmara deveria ter apresentando esse projeto antes, ano passado, por exemplo. Para não implantar em ano eleitoral, cujo presidente é pré-candidato e a maioria dos vereadores buscará a reeleição.
Tutela demasiada. O outro erro viria da diretoria de ensino, caso sejam confirmadas as premissas de Manoel. Tal iniciativa peca pela tutela demasiada. Caberia aos próprios alunos a decisão de participar ou não do referido projeto. As escolas poderiam ser orientadas a promover debates internos no sentido de avaliar as intenções, confessáveis ou não, dos propositores.
É preciso cuidado. Aliás, tal proibição poderia suscitar movimento contestatório entre os estudantes, transformando eventuais “espertalhões” – se fosse o caso – em vítimas de um aparelho repressor.
Dedução. Vale a pena ressaltar que Manoel Marques deduziu que houve interferência em face das conversas que manteve com diretoras e funcionários das escolas. Não houve nenhuma manifestação oficial da Diretoria de Ensino.
Quer Orcini na chapa. Alberto Mendes aproveitou a sessão que homenageou o pupilo Adolpho Bellini para cumprimentá-lo e acompanhou a apreciação das contas de 2007. Saiu com Toninho Orcini à tiracolo, com cara de quem teria uma longa noite de reunião pela frente. Alberto quer definir o vice o mais rápido possível.
Firme no ditado. Mas Toninho Orcini tem dito que será candidato a vereador. Não dá sinais de que mudará de ideia. Toninho está firme naquele ditado, mais vale um cargo de vereador na mão, que um de vice, voando.
Quinta continua.
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Nino Marcati, da Redação do PCI.