Pegando a toalha. Um problema muito sério apareceu num órgão municipal. Um problema que pode atingir quem mais precisa. Como reza a boa cartilha da administração pública, um diretor municipal reuniu os interessados para a resolução. Discutiram, elaboraram uma proposta e encaminharam ao prefeito.
Abrindo a toalha. Para surpresa geral, quando o dito ofício chegou às mãos do prefeito, deu meia volta e retornou para o diretor original, com a determinação de que lhe cabia a solução mais adequada.
Se enxugando na toalha. A surpresa deveu-se ao fato de que ao referido diretor não cabia tal competência, pois a solução passava por procedimentos exclusivos do gabinete maior.
Jogando a toalha. Ao diretor cabia - como de fato fez - encaminhar os meios para que a referida solução fosse viabilizada. Diante do surpreendente retorno do prefeito, o diretor procurou o Secretário de Negócios Jurídicos da Prefeitura que categoricamente respondeu: “Sabe de uma coisa, esquece isso esse ano. Espera o Paganini assumir que ele dará um jeito”.
Não somos mais tontos assim, não! Não é de hoje que Itapira assiste atônita, em todas as bandas, a defesa do “o que eu faço é legal”, mas quando “o outro faz a mesma coisa, aí é coisa de bandido”. Muito se reclamou dos oposicionistas quando alguns partidos mudaram de mãos, não é verdade?
Atrás do PTB? Pois bem, agora, diante do desespero para tentar conseguir um vice para sua chapa e apoio à sua candidatura, Manoel Marques foi atrás do PTB. Como por ali ninguém quis saber de ficar ao lado dele, não é que Manoel correu até a direção estadual do partido para tentar resolver o problema?
Lá como cá. A mesma língua. Da mesma forma como os petebistas itapirenses não quiseram nem ouvir o que Manoel tinha a oferecer. Em São Paulo, a coisa não foi diferente. Tanto a direção municipal, como a estadual foi incisiva: o PTB de Itapira está com Paganini e não abre.
Tribuna Livre. De novo as atenções da semana estão voltadas para a Câmara. Depois de conseguirem mais de 160 assinaturas, a mesa diretora concedeu aos manifestantes contra o reajuste, os quinze minutos na Tribuna Livre.
Atendeu. Num primeiro momento, a intenção de Manoel Marques era burocratizar o processo, exigir o atestado cartorial de que todas as assinaturas eram reais. Mas pelo menos nesse ponto, não lhe faltou inteligência.
No horário. Como se sabe, as sessões deveriam começar às 19h30min, mas todas as semanas, começam às 19h45min, por conta dos quinze minutos de atraso permitidos. Mas como só vereador tem essa regalia, os manifestantes, se quisessem, tinham que ser pontuais. Senão...
Helo Bueno foi indicada pelos manifestantes a ler o texto que pedia a revogação do reajuste em nome de procedimentos morais e éticos, independentemente da licitude do aumento que ficou abaixo dos 40% dos salários dos deputados.
Olha as dúvidas que pintaram? É verdade que os subsídios dos vereadores ficaram abaixo dos 40% dos deputados. Mas não ficou tão longe. Ficou em torno de 32%. Isso significa, por exemplo, que o trabalho de um vereador de Itapira é equivalente a 32% de um deputado estadual? Significa que a representação dele também é igual a 32%? Os votos que um deputado estadual precisa para ser eleito é na mesma proporção?
Banana para o povo. Para os manifestantes os vereadores partiram de uma lógica antipopular. Uma ótica que fere a relação: representado e representante. Que reforça a ideia de que todo político só se preocupa consigo mesmo. Uma decisão que continua privilegiando a apatia e a indiferença do eleitor. É isso que os vereadores querem?
Em causa própria. Uma beleza! Enquanto os trabalhadores lutam para conseguir a reposição da inflação. Os vereadores de Itapira decidem o quanto e o como querem ganhar, desprezando a máxima de que o poder emana do povo.
Nem podia ser diferente. Desta vez os vereadores resolveram assumir a autoria do reajuste. Manoel foi o primeiro a falar e a defender que o índice estava dentro da normalidade. Normal, Manoel e Mino combinaram o reajuste...
Nisso Manoel está quase certo. Um índice normal deveria ficar perto da inflação, ele usou um que ficou cinquenta por cento acima do índice normal. Antes que alguém não entenda: de 20%, 50% é igual a 10%. Logo 30%, em relação a 20%, a diferença é 50% a maior.
Onde estavam essas pessoas? Sonia foi a segunda a ocupar a tribuna, esperava-se que ela comentasse e condenasse o aparato policial da semana passada. Mas ela preferiu perguntar onde aquelas pessoas estavam quando o SAAE foi vendido para a Sabesp ou no caso da Estrela.
O Dropes responde 1. Esse povo, vereadora, a maioria estava gozando a passagem da infância para adolescência naquela época. Esse povo, vereadora, a maioria, nada tem a ver com aqueles momentos. Nós estamos em 2012. Esse povo quer ver o futuro. Não o passado. A senhora tem razão quando diz que Itapira se calava por isso e outras coisas mais, mas isso acabou. Itapira acordou.
O Dropes responde 2. Lamentavelmente, talvez não seja essa a intenção, mas sempre que a senhora, Manoel e Mino falam de democracia, dão a entender que Itapira só acordou de tanto os senhores cutucarem. Pior, tentam justificar eventuais manifestações contrarias como uma heresia a quem sempre lutou pela liberdade de reclamar. Vereadora e vereadores, os senhores foram importantes, mas não coloquem a carroça na frente dos bois. E mais uma coisa, quando fizerem algo de bom, não deixem que a outra mão veja...
Mino, o responsável! Mino foi o último vereador a se pronunciar. Mais uma vez, mostrando que ele é um homem de verdade, assumiu a responsabilidade do aumento dos vereadores e dos erros cometidos na leitura do projeto.
E disse mais. “Eu ganho quatro mil e oitocentos reais. Descontam oitocentos. Gasto seiscentos com celular para atender o povo. Ajudo todas as entidades assistenciais e pessoas que precisam de mim”. Dando a entender que no final das contas, o salário do vereador vira pó. Antes de fazer caridade e pedir para o povo pagar a conta, o vereador deveria perguntar se todo mundo concorda, não é verdade?
Não abre mão do reajuste, de jeito nenhum. E garantiu que se todos os demais vereadores votarem na derrubada do reajuste, ele continuará votando pela manutenção, pois ele precisa desse salário. Ele trabalha pelo povo e nesse tempo, não pode exercer completamente a sua profissão.
Cartismo itapirense. Para justificar ainda mais a sua posição, Mino usou o Movimento Cartista que levou remuneração ao parlamento inglês no final do século XIX, propiciando a participação dos assalariados não viventes de renda não trabalhada sol a sol.
Opinião do Dropes. De fato a democracia não existe sem a participação de todos os grupos sociais, representados proporcionalmente. Sem remuneração, os trabalhadores não seriam representados. Sem remuneração, Lula, por exemplo, não chegaria nem à vereança. Não resta a menor dúvida que falar em salário mínimo para o trabalho parlamentar é defender a exclusão do trabalhador do papel representativo que lhe cabe. Nem todos os trabalhadores recebem salário mínimo. Graças a Deus.
Iguaizinhos aos ingleses. O diacho é que enquanto nos países desenvolvidos os parlamentares são transparentes nas suas ações - e menos corruptos - e discutem abertamente seus salários. Por aqui, tenta-se fazer tudo às escondidas. Sem abrir mão da corrupção para complementar aquilo que eles acham pouco no saldo bancário. Vide mensalão, lá trás, e agora, o caso Cachoeira.
Comparação errada. Tanto Manoel como Mino disseram que a comparação feita com os vereadores da região não é correta, pois o salário é menor, mas tem os gastos com assessores etc.. Não é por nada, não. Mas a câmara não deveria ter feito um levantamento pormenorizado, sobre os salários da região, para apresentá-los na sessão?
Mas a gente queria assessores. Não queria? É bom lembrar, que não faz muito tempo, tentou-se criar a figura do assessor parlamentar para os vereadores nossos de cada dia. A verba existia e estava pronta para isso. O assessor não veio, mas quanto é que foi devolvido para o tesouro mesmo?
E ponto final. O Dropes, a partir da colaboração de um internauta, está buscando esclarecer essa questão. Mas vai avaliar o custo que o poder legislativo representa para cada contribuinte, pois é essa a comparação correta. Por hora, foram comparados os salários, e quanto a isso, Itapira é campeã.
Alguém tem sugestão como avaliar isso? Mas tem uma questão que é complicada: a qualidade dos vereadores e o quanto eles retornam para o município com o trabalho realizado, na fiscalizando, ora evitando que o poder executivo faça bobagens, ora ajudando o prefeito a trazer recursos, melhorias, indústrias, habitação e, principalmente, cuidando da educação e da saúde.
É mentiroso ou não é? O PP divulgou um folheto que diz que enquanto o funcionalismo perdeu para a inflação de 27 a 48. O aumento dos vereadores deu de 104 a 48. Para Mino e Manoel, esse folheto é mentiroso. Será que não teria sido mais produtivo, um dos dois, mostrarem tintim por tintim onde está a mentira?
Sabe o que é mentira, com certeza? Dizer que o reajuste tinha que ser aplicado de qualquer maneira. Dizer que ele tinha que ser votado naquele dia, sem discussão. Dizer que reajustou com base no salário dos servidores municipais. Dizer que um reajuste do legislativo não tem nada com o do administrativo, mas usar o mesmo índice para o salário do vice, secretários e diretores. Dizer que...
A interpretação é por conta do freguês. A frase mais interessante da noite saiu da boca de Mino Nicolai. Ele disse: “quando se faz a coisa errada, se voltar atrás, pior fica”.
Amizade perdida. O Mino disse, também, outra frase interessante ao se referir ao apoio popular: “disse que de uma eleição para outra viu seus votos aumentarem em 250.” Seria perfeito se outro candidato não reclamasse que esses 250 tinha dono
Aumentou. Para quem imaginava que o movimento encabeçado pelo PSOL perderia força nessa terça-feira, dançou. O número cresceu e se diversificou. Mostra de que a indignação não é restrita a um partido que quer aparecer politicamente, como tentou caracterizar Zé Branco.
De novo, só faltou o camburão. Em função da pressão, Manoel Marques pediu aos policiais que não aparecem na sessão logo de cara. Orientou para que elas chegassem, sorrateiramente, depois da fala da representante dos vereadores.
Quietos até demais. Nada mais, nada menos do que cinco viaturas da PM e GM apareceram para garantir a ordem e a disciplina. De novo, nenhum vereador usou a tribuna para contestar essa barbaridade. Nem mesmo quando a vereadora Sonia Santos chamou a ditadura militar para o seu discurso, ela se lembrou de dar um puxão nas orelhas em Manoel e Mino.
Sábado, na praça. Mas os manifestantes não parecem intimidados e muito menos, cansados. Pelo contrário. Eles estão sentido o apoio revigorante do povo. Sábado farão outra manifestação na Praça Bernardino de Campos, às 10h30min. Certamente, a pressão sobre os vereadores continuará.
Veja se isso tem cabimento. Quatro vereadores ensaiaram entrar com pedido para revogar o reajuste dos salários, mas foram convencidos a não fazer isso agora, para não dar força ao movimento popular.
É o fim da picada. Para os ideólogos da resistência contra a retirada do reajuste, qualquer recuo, nesse momento, vai interferir nos reajustes futuros.
Com o rabo no meio das pernas. Um internauta, depois de ler o Dropes 125, encaminhou uma mensagem dizendo que ele, no lugar de Cristinha Gomes, do Sindicato, faria como o avestruz, colocaria a cabeça debaixo da terra e enfiava o “rabinho no meio das pernas”!
Eu quero ver como ela ficará. Para esse mesmo internauta, as colocações feitas pelo “escritor anônimo” foram pertinentes, uma vez que ela só vê o que interessa para ela “$s”. E declarou “só quero ver na próxima administração, como é que ela ficará”.
TVPCI com Cristina. Como já anunciado, Cristina Gomes estará na TVPCI na próxima segunda-feira, 23h, às 8h. Ela vai abordar, principalmente, o reajuste dos vereadores, conforme anunciado. Não percam!
O cagaço do Pasté! Quem passou um apuro danado nesta segunda-feira foi o Devaldo Cescon e sua turma. Foi na renovação de um terço do conselho, onde sete novos conselheiros seriam escolhidos.
A oposição na Recreativa, como Pasté tem observado, a cada dia que passa a oposição ganha mais peso. Na eleição ele desconfiava que a cobra fosse fumar. Foram sete noites sem dormir no chão duro e frio. Perdeu até a fome na hora de comer giló.
Vote no Gonzaga. O candidato montou uma grande campanha com direito a telemarketing e distribuição de santinhos azulados que diziam: “Vamos mudar!” “Sócio faça valer seu voto.” “Para presidente, é você sócio quem de direito escolhe.” Vote no Gonzaga. Vamos mudar o estatuto”. A batata do Pasté estava assando.
Foi por pouco. Segundo Devaldo Cescon, a campanha foi boa, levou mais de duzentos sócios para a votação. Mais do que o dobro da eleição anterior. Computados os votos, Pasté, 178; Fracca, 143; Sergio, 142; Fabiano, 113; Benedito, 112; Monfredini, 111 e Celso, 97.
E como ficaram os dois representantes da oposição na Recreativa? Gonzaga, 65, em 11º, e Emerson, 62, em 12º e último lugar.
Até o próximo capitulo!
Prezados Internautas
Os informantes desta coluna integram todos os matizes políticos da cidade.
As opiniões, aqui publicadas, não refletem, necessariamente, o pensamento da redação do Portal Cidade de Itapira.
PCI garante às pessoas citadas o direito de resposta. Para isso, basta que enviem email com a manifestação desejada para:
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A coluna não é porta-voz da verdade absoluta. Limita-se a democratizar a informação política que corre pela cidade. Usa o bom-humor como recurso redacional, sem apelar para as agressões gratuitas ou preconceituosas ou tendenciosas.
Nino Marcati, da Redação do PCI.