O grande dia. Não é de hoje que Manoel Marques esperava ouvir do prefeito Toninho Bellini a palavra de apoio à sua pré-candidatura. Desdizendo, com isso, todos os comentários de que Toninho não queria vê-lo, nem pintado de ouro.
Coisa boa não falta. Toninho Bellini foi firme ao anunciar o apoio a Manoel. Chegou a dizer que pouco importa o que falam por aí sobre as chances do candidato pevista na eleição: ”o que importa é que tem muita coisa boa para mostrar. E vamos mostrar!”
Isso não é aquilo? Toninho Bellini disse também, que ele não quer a eternização no poder para o seu grupo, como tanto queria Barros Munhoz, antes de 2004. Ele quer e acha que tem o direito de querer apenas a continuidade: “queremos que continue o nosso jeito de governar.”
Queriam que eu não aguentasse. Bellini mostrou-se emocionado ao dizer o quanto sofreu nos primeiros seis meses de governo e desabafou: “acho que deixaram as coisas daquele jeito imaginando que eu não aguentaria o rojão e pedisse o chapéu antes do primeiro ano terminar.”
Feliz com o caminho que escolheu. O prefeito chegou a insinuar que teria sido convidado para ser candidato a prefeito no grupo de Barros Munhoz, mas que felizmente não aceitou. Preferiu combater tudo aquilo que ele representava. Está feliz por ter conseguido colocar a prefeitura e o fundo de pensão dos servidores em ordem.
Sobre o fundo de pensão. Toninho informou que o fundo tinha em 2005 um rombo de 1,2 milhões de reais. Hoje, o saldo positivo ultrapassa a casa dos quarenta milhões, religiosamente depositados na Caixa Econômica Federal.
Entre os primeiros. Barros Munhoz sempre que fala sobre o assunto Fundo de Pensão contesta as informações do prefeito Toninho Bellini e se gaba de ter sido um dos primeiros prefeitos, senão o primeiro, a criar um fundo de servidores municipais, no Brasil.
Alberto e Toninho. Ao final do encontro foi colocada a Toninho Bellini a seguinte questão: “em política aquilo que é definitivo hoje, amanhã pode virar fumaça. Caso ocorra um acordo entre Manoel, PDT e PT que leve o nome de Alberto para a cabeça de chapa, em que posição o prefeito ficaria?”
Primeira resposta: “isso não vai acontecer, não existe a possibilidade de Manoel abrir mão. O máximo que pode ocorrer é Alberto ocupar a candidatura de vice.”
Segunda resposta. Com a pergunta reformulada para que ele analisasse a hipótese desse acordo, mesmo tendo pouquíssima chance de acontecer, ele respondeu: “aí eu estarei fora da campanha. Como eu já disse, eu não apoiaria a candidatura de Alberto.”
Mistério da meia-noite. Grandes dúvidas rondam a união do prefeito e Manoel Marques. Muitos se perguntam qual seria a razão de Manoel exercer tanto fascínio sobre Toninho Bellini. Principalmente quando o prefeito realiza ações contrárias à sua vontade, apenas para atender ao pedido do velho companheiro. Várias hipóteses circulam pela cidade.
Do ponto de vista político, uma foi revelada hoje pelo prefeito. Um compromisso firmado em 2008, entre os dois, fechou uma história contada nesta coluna, ganhando novos contornos.
Prólogo. Naquele ano, no final do primeiro mandato, Manoel esperava que Toninho Bellini não se candidatasse à reeleição. Ele queria sair candidato majoritário.
Assim eu não brinco mais. A pressão dos novotempistas e a forte rejeição que eles alimentavam em relação a Manoel fizeram Toninho partir para a reeleição. Manoel, desgostoso, comunicou ao prefeito que não mais contasse com ele na coordenação da campanha. Ele iria cuidar da dele. E só.
Mas voltou para a brincadeira. Mas como no grupo não havia outra pessoa para realizar tal tarefa, Manoel passou a ser pressionado por todos os lados, inclusive pela esposa, a manter-se como coordenador da campanha.
Seria o cara! Fazendo parte da pressão, Toninho Bellini acabou garantindo a Manoel que ele seria o candidato do grupo para a sua sucessão. E mais, lhe daria carta branca para construir o caminho que o levasse às urnas em 2012. Estabeleceram algumas exceções, Manoel aceitou e coordenou a campanha. Toninho foi reeleito.
Faz de conta que não existiu. Até aí o acordo ente Toninho e Manoel nada teria demais. Tratar-se-ia de um acordo político, perfeitamente aceitável nas melhores democracias do mundo. O problema é que todos sabiam ou percebiam esse acordo, mas ninguém o admitia de fato.
Não era para menos. Toninho passava o tempo todo dizendo para o PT que o candidato dele seria o Martins. Mas chegou a pensar em Dado Boretti, Mario da Fonseca e até em Paganini que chegou a ser sondado diretamente pelo prefeito. Postura que irritava cada vez mais Manoel Marques e com razão.
De caso pensado? Não se sabe se Toninho cometia esses deslizes com o velho companheiro por inabilidade ou por desejo expresso de quebrar a promessa de 2008. O fato é que acabou criando mais problemas do que soluções.
Pode ser! Não deve ser considerado, que o prefeito Toninho Bellini recebia grande pressão não só dos companheiros, mas de alguns locais da cidade que visitava. Sempre tinha alguém que puxava o assunto e abria o lacre.
Manoel, por sua vez, contra-atacava com aqueles que pudessem atrapalhar-lhe o destino. Foi tirando, um a um, todos os que o ameaçavam. Como contrapartida granjeou desafetos por todos os lados.
A César o que é de César. A de ser justo. Enquanto outros governistas cruzavam os braços e esperavam que alguma solução caísse do céu. Manoel agia. Montou uma estrutura partidária que lhe garantiria voar sozinho, se necessário.
Único. Deve ter soado como música aos ouvidos de Manoel o discurso de Toninho Bellini quando proferiu que nenhum outro nome do grupo reunia tantas condições para postular a condição de sucessor como Manoel Marques.
E disse mais: “Manoel elegeu-se vereador em 1996. Foi reeleito em 2000, 2004 e 2008. Foi chefe de gabinete e presidente da câmara. Passou por tudo isso sem que tivesse um senão contra ele. Juntando com o que este governo fez, vamos à vitória!”
Mas nem tudo são flores para Manoel. PT e PDT não compareceram à reunião como era desejo. Do PT, apenas Mino Nicolai e Centofane, mas nenhum deles falou em nome do partido. Mino foi convidado a falar sobre o assunto para a TVPCI, mas num piscar de olhos, escafedeu-se.
Última que morre. Manoel ainda acredita que terá PT e PDT com ele. Marcou a convenção para 30 de junho. Mas as coisas não parecem convergir para esse ponto. Além das questões pessoais e políticas que separam Manoel do petista histórico Carlão, tem gente no partido que não se conforma com o fato de Toninho anunciar o tempo todo que Martins seria candidato à sua sucessão, mas no meio do processo convidar outros nomes e dar corda para Manoel.
Fiel. Martins, ao contrário do que muita gente possa imaginar, não se abalou com a predileção do prefeito. Muito pelo contrário, tem tentado convencer os correligionários a apoiar Manoel.
Atordoada. Mas como disse uma petista a esta coluna: “tem hora que a gente conversa com o Martins, ele fala de Manoel, a gente fica animada achando que essa é a melhor opção, mas depois a gente escuta outras conversas, vinda do povo, e é aquele banho de água gelada.”
O ocaso do PT. Carlão Vieira já anunciou aos companheiros do partido que caso o PT se coligue a Manoel Marques, ele retirará a sua candidatura e subirá no palanque de Alberto Mendes. Com Carlão devem seguir outros nomes do partido, além do ex-secretário Antonio Carlos dos Santos e a vereadora Sonia.
Se do lado do PT a tendência é “vamos para Alberto mais ou menos unidos ou vamos para Manoel e ficamos totalmente rachados”, pelas bandas do PDT, para o grupo governista, as últimas notícias não são alentadoras.
Reunião de reconcialiação. Deve acontecer na próxima semana a reunião da executiva do PT com os candidatos Alberto e Manoel. O PT tentará convencer um dos dois a abrir mão de ser candidato a prefeito. Caso não consiga, o caminho tende a ser Alberto ou a divisão. Poucos acreditam numa boa solução.
Não era um nó. Quando Alberto foi chamado para São Paulo, às pressas, para uma reunião sobre a sua pré-candidatura, durante a viagem ele empurrava para baixo, com o dedão, algo que parecia chegar à sua garganta.
Desfiliação ao PDT. A primeira ideia que passou pela cabeça de Alberto é que o PDT poderia lhe forçar a se juntar com o PSDB por conta dos acordos da esfera estadual. Foi com o espírito preparado. Se isso acontecesse, pediria desfiliação, no ato.
Ops! Mas para a surpresa de Alberto, logo na primeira conversa, ouviu que o PDT nacional estabeleceu metas para a eleição desse ano e que diante de dados levantados pelo partido, ele, Alberto, estava nos planos pedetistas.
Rejeição. O PDT estadual mostrou, ainda, as taxas de rejeição levantadas, que colocou Alberto como a menor, 5%; Totonho, 8%; Paganini, 9% e Manoel com 28%.
Quem é esse Alberto? Além da pesquisa que o PDT estadual tinha rodado na cidade, mostraram relatórios com análise sobre vários aspectos sobre o homem e político Alberto Mendes.
Resultado da conversa. Alberto foi anunciado como um dos candidatos prioritários para as metas traçadas pelo PDT. Por conta disso, veio a notícia que Mendes e o PDT local tanto queriam ouvir: Alberto terá apoio maciço, estrutura e recursosf inanceiros para tocar a campanha com tranquilidade.
Projeto de Alberto. Um ponto que pesou muito na avaliação do PDT estadual foi o plano de governo de Alberto Mendes, que inclui, por exemplo, o enxugamento da máquina administrativa e a consequente valorização do servidor.
Proposta. Aliás, um bem posicionado membro governista ao propor a Alberto que participasse da reconstrução do grupo de 2004, garantiu que eles poderiam criar umas vinte secretarias, umas cinquenta diretorias, assim poderia acomodar todo mundo.
Nada de cargos. Projeto! Alberto chamou o incansável discurso e respondeu a esse interlocutor que o projeto dele é direcionado para Itapira e não para cargos e salários.
A verdade é que o grupo governista, exceto Manoel, não faz nenhum gesto concreto para consolidar a união em função dos interesses da cidade. Parecem querer forçar uma situação não alcançada pelos militantes políticos. A única coisa que Manoel não faz é abrir mão de ser candidato a prefeito.
Mudou o deputado ou mudaram os milicos. O deputado Barros Munhoz, em menos de dez dias, foi condecorado por três instituições: Exército, Polícia Militar e Polícia Rodoviária. Para quem entrou na política, em 1976 criticando ferozmente os guardiões da ditadura, tá assim como os homens de farda.
NA TVPCI. Nesta sexta-feira, 27, às 14h, o Programa Conversa de Gente Grande pegará o pré-candidato José Natalino Paganini à unha. Valerá a pena acompanhar a conversa, ao vivo.
Até o próximo capitulo!
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Nino Marcati, da Redação do PCI.
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