Adeus Scapex.
No dia 3 de julho, um dia antes de sair de férias, o prefeito Toninho Bellini encaminhou projeto pedindo autorização dos vereadores para vender o imóvel que pertenceu DBW e hoje abriga a Scapex.
Patrimônio público.
O imóvel colocado à venda pelo prefeito Toninho Bellini foi avaliado pela Comissão de Avaliação da Prefeitura em R$ 4.402.921,76, conta com três galpões que totalizam cinco mil metros quadrados de área construída sobre um terreno com vinte e dois mil metros quadrados.
Compromisso público.
A empresa Scapex está instalada no imóvel desde 2011 e lá deverá funcionar, por força de Lei até setembro de 2016, produzindo, faturando e mantendo postos de trabalho.
Sem atividade?
Na justificativa encaminhada aos vereadores, o prefeito Toninho Bellini diz que o imóvel não está sendo utilizado pela empresa para o exercício de sua atividade industrial, depois de apurar “in loco” que apenas um funcionário trabalha no local, na função de porteiro.
Conclusão!
Diz ainda que no interior dos galpões constatou-se que uma reduzida parte do local está sendo utilizada para acondicionar caminhões desmontados, além de outros objetos, aparentemente inutilizados, o que força a conclusão de que a empresa está deixando de produzir naqueles galpões industriais.
Patrimônio público é patrimônio público.
Na finalização da mensagem ao presidente da câmara o prefeito pede que a acolhida do projeto de alienação do imóvel se fundamente na Lei Orgânica do Município de Itapira, configurando o caráter de urgência e manifestação em 45 dias. Mas a nossa lei maior estabelece, também, que a alienação de bens municipais, deve ser subordinada à existência de interesse público devidamente justificada com prioridade para o direito de uso.
A Scapex tinha oficiado o prefeito...
Segundo informações colhidas por esta coluna, a direção da empresa Scapex oficiou a Prefeitura sobre as atividades industriais e as consequentes dificuldades de mercado. Informou está em fase de aquisição de máquinas de grande porte que restabelecerá a competitividade da empresa. Um pouco de paciência...
Entre o céu e o inferno.
É bom lembrar que a Scapex foi até o final do Campeonato Paulista da série A3, deste ano, uma das principais patrocinadoras da vermelhinha. O que será que aconteceu com essa relação? Será que a empresa não mereceria um pouco de atenção?
Rombo de dois milhões.
Tudo começou em uma reunião da cúpula palaciana que buscava planejar o segundo e último semestre de Toninho Bellini frente à Prefeitura de Itapira, buscando atender a Lei de Responsabilidade Fiscal e, de quebra, alguns investimentos para ajudar o candidato governista. Até que um secretário alertou: “calma pessoal, se não controlarmos as despesas terminaremos o ano com um rombo de R$ 2 milhões”.
Estraga prazeres...
Diante da catastrófica informação, outro participante da reunião não se conteve e disse mais ou menos assim: “puxa vida, a gente querendo encontrar um caminho para oferecer boas notícias para a cidade e você vem com esse balde de água gelada?”
Tapar dois buracos com uma basculhada só.
Quando o clima da reunião caminhava para “o último que sair apaga a luz”, alguém disse: “a não ser que a gente coloque à venda o imóvel da Scapex. Temos uma avaliação de mais de R$ 4 milhões”. E continuou: “Nós temos como justificar o cancelamento da cessão de uso onerosa. A empresa não está produzindo mais nada.” Os olhos dos demais brilharam...
Agora está explicado.
Como tem gente maldosa nesse mundo. Muita gente pensou que o prefeito Toninho Bellini tinha saído de férias para ficar longe de Manoel Marques, Mino, PT e companhia. Nada disso. Toninho fez a o mesmo que nos outros casos estressantes. Para refrescar: queimadura na creche, aprovação das contas, anúncio da pré-candidatura de Martins...
O que ninguém consegue entender.
Itapira precisa de imóveis adequados para trazer empresas e gerar emprego. Certo?
O presidente da câmara e candidato da situação afirmou que a cidade não dispõe de galpões para acomodar empresas. Por isso não vinha empresa para a cidade. Faz sentido!
Não seria lógico, primeiro, dar um tempo para a direção da Scapex, depois, se necessário, ter esse espaço reservado para chamar outra empresa?
A regra é clara.
É verdade que o município deve exigir das empresas ajudadas, as devidas contrapartidas combinadas, senão vira a maior bagunça. Nesse ponto, o prefeito Toninho Bellini está certo. Mas essa intolerância tem sido aplicada a todas as empresas, sem distinção?
Os dois lados.
Para os oposicionistas o projeto de venda do imóvel que selaria a sorte da Scapex só não foi votado na sessão desta terça-feira, diante da comprovação, por eles, dos erros primários da iniciativa e dos vícios jurídicos. Manoel Marques, consultado, disse que o projeto não foi apreciado por falta dos pareceres das comissões: ”não tiveram tempo.”
Eles falam...
Não é de hoje que esta coluna cobra o angustiante silêncio dos vereadores diante das manifestações contrárias. Finalmente, um deles, Sonia Santos, ocupou a tribuna livre para falar sobre o assunto, revelando conversas mantidas com os manifestantes, defendendo o salário dos vereadores e se colocando como interlocutora para buscar uma solução para o conflito.
Entrou tarde na conversa, mas...
A vereadora ao contrário de Manoel Marques, noutro momento, permitiu apartes dos manifestantes, demonstrando habilidade para tratar com os movimentos sociais. Contou ter sido procurada e que os representantes concordaram em reajustar os salários dos vereadores pela inflação, mas percebeu que o movimento não estava bem informado dos índices.
Proposta, proposta.
A vereadora percebeu, durante o debate estabelecido entre ela e os manifestantes, que os quatro representantes não tinham autoridade para falar em nome do grupo, dizendo que na casa dela tinham fechado uma coisa e na sessão, passaram a defender outra. Para ela, uma proposta de consenso passava por um reajuste em torno da inflação dos quatro anos e, a partir de 2014, seguiria o reajuste anual do funcionalismo.
Até aí, tudo bem!
Sonia condenou, também, o fato do projeto ter sido apresentado e votado no mesmo dia, a toque de caixa. Lamentou ver o movimento se prestar ao uso eleitoreiro de Vandré Cavalheiro e de se transformar em tábua de salvação para Cleber Borges.
Esse negócio de tudo ou nada, nem sempre funciona.
Esta coluna entende que o movimento contra o reajuste apesar de bem organizado falhou ao não ter em mãos, os índices de inflação, quando solicitado. Na guerra devemos estar preparados para tudo. Falhou, também, em se fechar em demasia, sem dar espaço para negociação.
Será um equivoco?
E, finalmente, intencionalmente ou não, o movimento tentou desvalorizar a atividade parlamentar. Foi a remuneração que permitiu, por exemplo, o acesso dos trabalhadores à atividade política. O valor pode ser alto, talvez, mas é uma discussão muito mais complexa.
Rogério de Oliveira, um dos organizadores, encaminhou as seguintes informações:
“Nós fomos acusados de donos da verdade. Partindo contra isso, buscamos dialogo com os vereadores. Conversamos com Cleber, Carlinhos, Ferrarini e Sônia. Alguns deles tiveram uma postura diferenciada em relação ao aumento depois dessas conversas.”
“Procuramos a vereadora Sonia apenas para tentar entender o posicionamento dela na votação que resultou no adiamento de até noventa dias na apreciação do projeto. Dissemos que concordaríamos com algum reajuste, tanto na conversa, como por e-mail, em torno de 6,5%, e não o acumulado nos últimos quatro anos.”
“Não estivemos lá para negociar, mas diante da proposta, esclarecemos que não poderíamos decidir sem discutir com todos. Hoje, na porta da câmara, discutimos e não aceitamos a contraproposta. Reiteramos o aumento de 0%, por entender que 20% de reajuste ainda é um valor absurdo em vista do montante que corresponde.”
“É importante ressaltar que a iniciativa de dialogo partiu do movimento e não o contrário. Sobre as acusações de defender candidato A ou candidato B, estamos fartos disso, pois uma hora é culpa do PSOL, outra hora porque tenho parente ex-vereador, agora porque estamos fazendo campanha.”
“Marcamos uma ação para sábado as 9h30min, na praça Bernardino, com distribuição de panfletos e dialogo com a população. Na segunda-feira, dia 23, haverá um debate sobre o papel do vereador na câmara municipal, que terá um palestrante e, também, serão convidados os senhores vereadores municipais.
Não é estranho?
Semana passada, Cleber disse que queria usar a tribuna e não lhe permitiram. Por que ele não usou nesta?
É bom para o candidato, mas tem cheiro de ditadura.
O TSE divulgou nesta terça-feira que 106 cidades brasileiras terão candidatos únicos nas eleições deste ano. Nessas cidades, os candidatos não terão concorrentes. As únicas opções dos eleitores: o candidato, o voto em branco e nulo. Pelo visto, em Itapira, tem gente que no fundo, no fundo, gostaria de se ver nessa situação: sem concorrentes.
Os pingos nos is.
Em economia, dentro do capitalismo, o mundo sem concorrência só é desejado pelos incompetentes. Nas artes, pelos não criativos. Nos esportes, pelos não habilidosos. Na política, pelos filhotes da ditadura.
Desde a pré-campanha, a cada período levanta-se comentários. Uma hora era que Paganini não chegaria até a convenção, seria substituído por Munhoz. Depois passaram a dizer que o substituto seria Dado Boretti.
No campo da situação, uns diziam que Manoel desistiria ao não receber o apoio de Toninho Bellini que era de Martins. Outros arriscavam que na hora certa, o nome de Mário da Fonseca seria o vencedor na convenção.
Na chamada terceira via, Alberto já tinha tudo acertado com Manoel Marques. No dia da convenção, o primeiro desistiria em nome do segundo para sacramentar a união de 2004.
Passaram as convenções e a única novidade concreta foi a mudança de lado do PT, depois que a Estadual interveio na Municipal e optou por Alberto Mendes. Aliás, com relação a esse assunto, até esta terça-feira restava esperanças aos manezistas. Furou!
O recurso apresentado à Nacional não prosperou. Foi mantida a intervenção e a coligação com o PDT. Esta coluna entrou em contato com Alberto para saber se ele, finalmente, estaria tranquilo em relação ao PT: “nunca perdi a tranquilidade e não há nada para comemorar, prefiro nem comentar”.
Depois das convenções, os comentários de renúncia continuaram.
Começou a circular que Alberto estaria negociando a desistência com Manoel por R$ 1 milhão. Os dois desmentiram e Manoel disse que se tivesse esse dinheiro, aplicaria tudo na própria campanha.
Depois começou a engrossar a onda de que Manoel Marques estaria prestes a renunciar. Teve gente que estabeleceu até uma data, 30 de agosto, para entrar Mário da Fonseca em cena.
Agora, começaram a falar que Paganini poderá ser substituído por Dado Boretti caso, na próxima rodada de pesquisa, ele não saia dos 46%.
Provavelmente, essa preocupação com quem vai continuar ou renunciar deve chegar até o dia da eleição. Esse mecanismo, quando é usado sem fundamento, serve para desviar o foco. O mais interessante, muitas vezes, é que eles não nascem nas bases adversárias, mas no chamado fogo amigo.
Tanto os adversários como os “amigos” acabam mostrando com essas atitudes a fragilidade das suas convicções ou inteligência.
Munhoz: entrevista na TV
O presidente da ALESP estará nesta sexta-feira, às 14h, no programa Notícias em Debate comandado por Helton Pimenta. Barros Munhoz vai falar da sua atuação parlamentar, mas para não perder o costume, vai falar de política e, com toda certeza, sobre Itapira.
Festa política ou literária?
O Tribunal de Justiça prestou homenagem “Colar do Mérito Judiciário”, na tarde desta terça-feira, ao poeta Paulo Bomfim, que é assessor especial da Presidência do TJSP e trabalha no Judiciário paulista há quase 50 anos. Lá estavam, o presidente do TJSP, Ivan Sartori, o corregedor-geral da Justiça, José Renato Nalini, o presidente do Tribunal de Justiça Militar, coronel Orlando Geraldi, a secretária de Justiça, Eloisa Arruda, o presidente do STF e CNJ, ministro Ayres Brito, o presidente da ALESP, Barros Munhoz, entre outras autoridades.
O poeta Ayres Brito.
Tanto o homenageado, Paulo Bomfim, como Renato Nalini e Ayres Brito, poetas da gema, discursaram dentro do mais alto clamor literário, transformando a homenagem num verdadeiro sarau de poesias. Quem usou e abusou da veia poética foi o Ministro Ayres Brito que surpreendeu Barros Munhoz pela sonoridade do discurso, principalmente quando o associou a Itapira.
Era velório ou macumba?
Hoje à tarde, um correligionário entrou no escritório político de José Natalino Paganini, no Jardim Soares, que estava no maior breu. Um homem e duas mulheres rodeavam uma mesa com uma vela acesa no meio. Antes que o cidadão saísse correndo, foi alertado: “calma, estamos sem energia.”
Borsato, você pagou a conta?
Diante da escuridão do escritório, todo mundo perguntava para o Borsato: “você esqueceu de pagar a conta da luz neste mês?” Cansado de tanta gozação, passou a responder: “Nós esquecemos de verificar as contas anteriores.” Para mais tarde, pacientemente, explicar: “A CPFL está trabalhando na região. Aqui não tem corte não!”
Prezados Internautas
Os informantes desta coluna integram todos os matizes políticos da cidade.
As opiniões, aqui publicadas, não refletem, necessariamente, o pensamento da redação do Portal Cidade de Itapira.
PCI garante às pessoas citadas o direito de resposta. Para isso, basta que enviem email com a manifestação desejada para:
[email protected].
A coluna não é porta-voz da verdade absoluta. Limita-se a democratizar a informação política que corre pela cidade. Usa o bom-humor como recurso redacional, sem apelar para as agressões gratuitas ou preconceituosas ou tendenciosas.
Nino Marcati, da Redação do PCI.