Itapira conta com uma empresa que começou numa área inferior a 300m2 e meia dúzia de funcionários. Hoje, gera mais de 300 empregos diretos e, pelo menos, outros 300 indiretos. Faturou nos últimos doze meses quase 65 milhões de reais e reverte ao município mais de R$ 1 milhão por mês.

 

Uma empresa ficha-limpa 

Não há nenhum comentário depreciativo à Scapex. Ela paga salários, fornecedores e tributos em dia. Preocupa-se com a segurança e oferece um bom ambiente de trabalho aos seus colaboradores. É uma empresa que investe em tecnologia, organização enxuta e tem potencial para crescer.

 

Só falta motivo. 

Quando as outras empresas deixaram a cidade, não faltaram comentários que atestaram problemas financeiros, atrasos de salários, impostos não recolhidos, deficiência comercial etc... Caso a Scapex resolva abandonar Itapira, ninguém terá muita coisa para falar dela.

 

Será que é Itapira que não dá sorte?

Quando a Nogueira nos deixou, dizia-se que ela estava falida. Pois bem, em São João da Boa Vista ela continua ativa, com 350 empregos diretos e acaba de reconquistar, neste mês, dois prêmios no Top of Mind Rural 2012, nas categorias Enfardadeiras e Colhedoras de Forragens. A Sbeghen e a Alca continuam funcionando em outros municípios e a Teka, diante da decisão de fechar unidades, colocou Itapira em primeiro lugar.

 

A terceira maior.

A Scapex é a terceira maior empresa do Brasil na área de escapamentos e catalizadores, produz acessórios para todas as marcas. Desde o ano passado a empresa planeja ampliar a produção e aumentar o faturamento em cinquenta por cento. Conseguiu com o prefeito Toninho Bellini, com aprovação dos vereadores, o direito de uso por cinco anos, com renovação por mais cinco, do imóvel localizado no distrito industrial Juvenal Leite.

 

Eles acreditaram...

Com o espaço físico assegurado, a Scapex transferiu um setor de produção para aquele imóvel, enquanto projetava a ampliação, visitava fornecedores estrangeiros de máquinas e equipamentos, fazia estudos financeiros etc. que resultaram em investimentos na ordem de R$ 10 milhões. A direção da Scapex mantinha a prefeitura a par dos seus planos e prazos.

 

Agora vai!

Em maio, com os estudos concluídos e o cronograma fixado agendou para o início de junho a transferência da produção que estava no imóvel da Juvenal Leite apertando-se na sede, no Jardim Raquel. 

 

Não explicou?

Inesperadamente, como se não soubesse de nada, a Prefeitura pediu informações à Scapex.  Logo em seguida, no dia 18 de junho a empresa respondeu à prefeitura: “demos início ao projeto, e para isto temos que fazer obras de infraestrutura no prédio, e temos que ter o galpão vazio.” 

 

Mas não adiantou!

No dia 3 de julho, a câmara recebeu o pedido de autorização de Toninho Bellini para vender o imóvel que está com a Scapex. No dia seguinte, o prefeito saiu de férias e ninguém procurou a empresa para conversar sobre o assunto.

 

E não parou por aí!

Nesta quarta-feira, 19 de julho, o Procurador do Município, foi até a residência do diretor geral da Scapex, em Limeira, levando uma notificação que lhe deu quinze dias para desocupar o imóvel, sob pena de serem tomadas medidas judiciais cabíveis.

 

Nota.

Nessa mesma quarta-feira, 19 de julho, o diretor geral estava na empresa em Itapira, não recebeu nenhuma visita e nem uma ligação telefônica. Qualquer pessoa que ligasse na fábrica receberia a informação de onde ele se encontrava. Pergunta-se: por que o procurador foi até Limeira, se poderia ter feito a mesma coisa aqui?

 

Para tentar entender o caso:

A Prefeitura cedeu um imóvel para a Scapex ampliar a produção. Quando a empresa estava pronta para fazer as obras de infraestrutura, sem mais, nem menos, ameaçaram deixar ela na mão, sem conversa ou entendimento. O prefeito estava longe da cidade. Deixou diretores e empregados da Scapex e a população em geral intranquilos.

 

Essa ninguém conseguirá matar!

É possível imaginar o que levaria um grupo político, a menos de noventa dias da eleição, querer mexer com um dos assuntos mais sensíveis para a população de uma cidade: o desemprego? Principalmente,  ao se tratar de uma empresa sólida, com planos consistentes para o futuro?

 

Que tal economizar. 

O motivo dessa aventura, conforme noticiado no capítulo anterior, seria cobrir um rombo de dois milhões de reais necessários para que esta administração feche as contas, sem deixar dívidas para o próximo prefeito, como reza a Lei de Responsabilidade Fiscal. 

 

Por que será?

Mas como desgraça pouca é bobagem e a imaginação do povo é criativa, já corre pela cidade que o referido imóvel foi avaliado aquém do valor real. Um engenheiro encaminhou e-mail a esta redação dizendo que o Laudo não acompanhou o Projeto de Lei. E ele pergunta: “Por que será?”

 

R$ 10.000.000,00?

Segundo este engenheiro, o custo aproximado para construção padrão de galpões é de R$ 1.500,00 por metro quadrado. O imóvel em questão tem cinco mil m2, por isso chegaríamos a R$ 7.500.000,00. Considerando o movimento de terra, guias, sarjetas, pavimentação asfáltica, fechamento do terreno, galerias, paisagismo e as outras edificações, o valor final poderia chegar a R$ 10.000.000,00.

 

R$ 15.000.000,00?

E o valor do terreno? Quanto valeria aqueles 22 mil metros quadrados, situados em área nobre do distrito industrial, com acesso direto e fácil para a SP-147? Um terreno no Jardim Santa Barbara, lá perto, não se vende por menos de R$ 350,00 por metro quadrado. Dados alguns descontos, será que os 22 mil m2 não valeriam uns R$ 5 milhões? Calculando dessa maneira, o imóvel teria sido avaliado por um terço do valor real.

 

Há de se considerar.

A venda do imóvel poderia, em tese, ser maior que o valor mínimo. Mas será que diante da atual retração econômica, várias empresas disputariam a compra daquela área? Ou será que existe alguma empresa ou instituição interessada, com preço previamente acertado? 

 

Será que foi isso?

Um dos diretores da Scapex ao ser questionado o que levaria a administração atual a proceder dessa maneira, respondeu: “não sei dizer, talvez exista alguma questão pessoal. Do nosso faturamento, cerca de R$ 13 milhões retornarão para o munícipio este ano, nossos compromissos são cumpridos religiosamente, patrocinamos a Esportiva... Mas teve uma reunião, faz uns seis ou oito meses, que um secretário, antes de começar, gratuitamente, disse que a Scapex era um grande problema para a cidade... Ao ouvir essa ofensa, fiquei irritado e me retirei. Será que foi isso?”.     

 

Os vereadores não aprovarão.

O projeto que autoriza a venda do imóvel está na câmara. Pouca gente acredita que ele será aprovado pelos vereadores. Além dos riscos que essa decisão poderia trazer para Itapira, a câmara não se arriscaria em ter mais uma situação emblemática perambulando no plenário.

 

Quer informação.

Manoel Marques ao ser consultado sobre esse projeto declarou que acredita que está havendo desencontro de informações. Por isso, pediu e aguarda esclarecimentos. Achou estranha a história como ela chegou. 

 

Não retornou.

O Dropes procurou Antonio Carlos Martins, o prefeito que respondeu pelo gabinete nesse período, para corrigir ou complementar as informações. O recado ficou na caixa postal, mas não retornou.

 

Enquanto uns fogem dos problemas...

Paganini e Dado estiveram na empresa Scapex, na manhã de quinta, 19, para levar solidariedade e apoio aos diretores e funcionários. Rogaram por serenidade, dizendo acreditar que tudo não deve passar de um mal entendido e que a atual administração saberá olhar para as possíveis consequências e caminhará em busca das melhores soluções.   

 

Soltou...

Alberto Mendes considerou as atitudes da administração, se verdadeiras, um grande descalabro: “não é possível tanta inabilidade, tanta insensibilidade, tanta incompetência...”

 

Inauguração do comitê.

O candidato pedetista é o primeiro a divulgar a data da inauguração do seu comitê, dia 28 de julho. Está confirmada a presença do deputado Major Olímpio e espera outros grandes nomes do PDT, PT e PSDC.

 

Tá começando...

O Paganini começou a colocar a campanha na rua. As placas começaram a ser fixadas em alguns pontos da cidade. Além de gastar sola de sapato, de casa em casa, todos os dias.

 

Avaliação.

Das três obras programadas para serem inauguradas dentro do prazo permitido, apenas a Concha Acústica cumpriu a promessa. A pista de Bicicross está abandonada. Dizem que o motivo seria não dar pontos para quem conseguiu a verba: Luizinho Pasté, e querer nomear, a gora, a pista: Alcindo Gasparino, avô de Marcos Gasparino Schimidt. A terceira obra, o centro de exposições perto do almoxarifado, também está parado por falta gerenciamento adequado.

 

Contra a concha.

O mais interessante é que pouca gente da cúpula governista queria a construção dessa Concha Acústica. Queriam, mesmo, que o prefeito Toninho Bellini lutasse para transferir a verba federal para um teatro maravilhoso, no parque, projetado por Luiz Paulo Souza Ferreira. No final, a Concha demorou, mas saiu, ficando mais cara do que devia. 

 

Também não cumpriu.

Um secretário belinista fez o que pode para que Manoel Marques não se tornasse o candidato governista. Pressionava o prefeito Toninho Bellini dizendo que se isso acontecesse, no dia seguinte entregaria o pedido de demissão. Quando a decisão foi fechada e o prefeito garantiu, ao grupo, que Manoel era a maior expressão política de Itapira, esse secretário abaixou a cabeça e esqueceu a promessa.

 

Verba de campanha.

Nessa semana, para não perder o costume, uma nova onda rondou a candidatura de Manoel Marques. Dessa vez, a tônica centrou na dificuldade que o pevista estaria encontrando para selar as contribuições de campanha. Ao tomar conhecimento através desta redação, Manoel assim se manifestou: “não estou encontrando nenhuma dificuldade, não estou recebendo nãos, não tenho dinheiro sobrando, mas tenho o suficiente para começar bem a campanha.”

 

RESPOSTAS: 

 

Para finalizar, na manhã desta quinta-feira, a redação do Portal Cidade de Itapira recebeu o requerimento de resposta de Manoel Marques e da Coligação “Para Itapira Continuar Crescendo” às inverdades publicadas no Dropes 163º, de 15 de julho de 2012. 

 

Eis a íntegra do documento:

 

“As inverdades quais me refiro são as que especulam a minha renuncia à candidatura de Prefeito, assim como a maneira como isso ocorreria. Sou candidato ao cargo de Prefeito e não viso nenhuma possibilidade de deixar esta posição. Esclareço que em momento algum esta opção foi cogitada, muito menos arquitetada de acordo com um ‘Plano B’ como descrito, nem que meu nome aparecesse com um dígito nas pesquisas. (sic)” (1) 

 

“Como qualquer outro candidato, tenho com chance de vitória. Obviamente acredito nesta chance e, principalmente, por acreditar que posso oferecer ainda mais por Itapira me coloquei nesta posição de candidato a Prefeito. 

A nota, que cita ‘história que vale a pena ser registrada pela riqueza dos detalhes e criatividade’, nada mais é que uma junção de situações avulsas que levam a uma especulação mentirosa. Manoel Marques é candidato e continua nesta posição objetivando as eleições em outubro. (sic)”  (2)

 

“Novamente, e infelizmente, vemos este portal dar mais espaço para especulações do que a fatos, se atendo a fontes que não são reveladas, nem possuem crédito para sustentar e bancar as informações. O uso de ‘disseram’, ‘contaram’ e ‘chegou a este redator’ é frequente, enquanto afirmações diretas raramente aparecem com um fato sustentado por informações verídicas. Minha principal preocupação, e por isso solicito esse direito de resposta, é simplesmente informar corretamente o itapirense, que como cidadão, tem o direito de fazer suas escolhas partidárias, políticas e eleitorais e formar suas opiniões baseadas em informações imparciais e verdadeiras. (sic)” (3)

 

"Publicar algo que o próprio redator opina pela possível ‘inverossimilhança’ (condição do que não parece verdadeiro), porém, que ‘alguns fatos reais contribuíram para que esse roteiro frutificasse na cabeça dos contadores de história’, sem checar dados, ou então se preocupar com a qualidade da informação parece ser brincar com o leitor, ou então querer induzi-lo a uma mentira. Em ambos os casos essa situação é gravíssima e incoerente com qualquer veículo de informação. Desta maneira afirmo, não renunciarei e continuo com a candidatura ao cargo de Prefeito de Itapira. (sic)" (4)

 

(1) No mesmo Dropes 163º, a redação se manifestou dizendo que quem conhece Manoel Marques, sabe que ele jamais deixaria uma campanha eleitoral no meio e nunca tentaria enganar a população. Questionou se seria fogo amigo ou quem teria interesse em espalhar tais histórias. E terminou: “se Manoel está tão mal nas pesquisas como dizem, que interesse existiria nesses boatos?”

 

(2) Esta coluna jamais contestou a legitimidade da candidatura de Manoel Marques, assim como nunca o considerou carta fora do baralho.

 

(3) Este Portal dá espaço, como ninguém para as notícias. São mais de mil por mês. O Dropes é que dá espaço para as especulações. O Dropes é uma coluna política, não administrativa.  O candidato não precisa ficar preocupado com as informações recebidas pelos nossos leitores internautas itapirenses.A interpretação é do leitor. Não tem sentido querer controlar a liberdade de expressão, nem a liberdade de entendimento. Esta coluna se preocupa em levar a informação, cabendo às partes envolvidas, as versões. Em alguns casos a redação do Dropes tenta buscar o outro lado. Nesse caso, por exemplo, só para o vereador Manoel Marques e seus apoiadores, via telefone, com mensagem na caixa postal, inclusive, dez tentativas foram realizadas, sem que o candidato pevista respondesse, ao vivo ou por e-mail.

 Quanto à questão da proteção da fonte e o uso do recurso de indeterminação, não significa que as informações possam ser consideradas inverídicas. A maioria dos escândalos desse país parte de informações dessa natureza, sem identificação da fonte inicial. Caso contrário, a morte era certa.

 Esta coluna sugere ao candidato, de vez em quando, a leitura da coluna Radar, da revista Veja, ou do Painel, da Folha de São Paulo, assim como milhares de colunas que inspiraram e inspiram o Dropes. É evidente que tais publicações são mais ricas, envolvem pessoas mais poderosas e atuam num universo amplo, não como o nosso restrito a 70 mil habitantes, mas seguem os mesmos princípios das notas instantâneas baseadas nas fontes, sem investigação jornalística, processo que é destinado às reportagens. 

Para exemplificar, o Radar de Veja publicou, recentemente: “É provável que nenhum dos deputados do PSD tenha coragem de dizer o que pensa na frente de Kátia Abreu, mas o que se diz entre os colegas de Kátia na Câmara é que ela só desceu a borduna em Gilberto Kassab porque está querendo ganhar mais espaço no comando do partido.”

E quando se discute as questões éticas sobre o jornalismo, prefiro a opinião de Eurípedes Alcântara, Diretor de Redação de VEJA: “A ética do jornalista não pode variar conforme a ética da fonte que está lhe dando informações. Entrevistar o papa não nos faz santos. Ter um corrupto como informante não nos corrompe.” Da mesma forma, quando o assunto é jornalismo, continuo com Eurípedes: “O jornalismo é feito com fontes de informação. O jornalista não é pago para saber. É pago para descobrir. Por essa razão, as relações do jornalista com suas fontes merecem uma reflexão permanente.”

 

(4) O uso da palavra “inverossimilhança” contextualizado indica que esta redação apesar dos fatos reais, acontecidos, não deduziu que a renuncia viria como consequência. Esta coluna não brincou com leitor que sabe ler e muito menos o induziu à mentira. Tais interpretações podem ser frutificadas nas cabeças contaminadas por pensamentos limitados, não nos leitores habituais desta coluna.

Os veículos de informação não são incoerentes, podem quando muito, não dourar o acontecimento ao gosto do freguês, eles apenas noticiam ou opinam. Quantas vezes os senhores vereadores não ocuparam a tribuna para dar informações ou opiniões. Nem sempre elas foram confirmadas, antes ou depois.

Quanto aos fatos reais que poderiam ter contribuído para fertilizar as imaginações, estes ocorreram:

a) Era seu desejo, assim como dos governistas, a união dos partidos aliados. Não aconteceu.

b) Até o último momento, o PT deveria estar unido à sua campanha. Não está.

c) A definição do vice foi um parto. Ou não foi?

d) A questão do reajuste dos vereadores foi mais longe do que o esperado.  

e) A insatisfação dos candidatos a vereador quanto as coligações.

f) A situação ambígua do prefeito Toninho Bellini que deverá trabalhar para Mino Nicolai, que somará voto para coligação que apoia Alberto Mendes, criando dificuldades para a unidade das coligações que apoiam a sua candidatura.

 

Enfim, prezado candidato Manoel Marques. Esta coluna, na sua essência, nunca se colocou como portadora da verdade absoluta. Ela quer, apenas, contribuir para a discussão política. Esta coluna não pode ser responsabilizada pelos acontecimentos correntes e muito menos pelas informações não recebidas.

 

Esse espaço, assim como o Portal Cidade de Itapira, estará sempre à sua disposição. 

 

Prezados Internautas

 

Os informantes desta coluna integram todos os matizes políticos da cidade.

As opiniões, aqui publicadas, não refletem, necessariamente, o pensamento da redação do Portal Cidade de Itapira.

 

PCI garante às pessoas citadas o direito de resposta. Para isso, basta que enviem email com a manifestação desejada para: [email protected].

 

A coluna não é porta-voz da verdade absoluta. Limita-se a democratizar a informação política que corre pela cidade. Usa o bom-humor como recurso redacional, sem apelar para as agressões gratuitas ou preconceituosas ou tendenciosas.

 

Nino Marcati, da Redação do PCI.