Foi um susto danado. Na quinta-feira passada, dia 22, reuniram-se no restaurante do Manoel Marques, Paganini e Cristina Gomes. Segundo as conjecturas iniciais, tratava-se de um encontro para selar um acordo tácito eleitoral. Cristina, representando Alberto Mendes, seria a mentora intelectual desse misterioso plano.
O pensamento voa. Quando alguns frequentadores da praça viram Cristina Gomes entrando no Restaurante do Manoel Marques e logo depois, Paganini, chegando apressado, a imaginação começou a fortalecer a idéia de uma eventual aliança Paganini/Mendes/Marques contra qualquer candidatura governista.
Passado o susto... O encontro nada tinha de política partidária. Era um almoço patrocinado pela ACEI e Sindicato dos Servidores Municipais oferecido à artista Gabriela Gonçalves que apresentou a arte “estátua viva”, o Anjo Envelhecido, durante as festividades natalinas. O local foi escolhido por Cristina Gomes, grande amiga do proprietário do estabelecimento Manoel Marques.
Lapso político. Depois que Cristina Gomes marcou e escolheu o restaurante é que ela percebeu a inconveniência de levar o Mestre Paganini ao reino de Dom Manoel. Mais do que depressa, ela ligou para o presidente da ACEI perguntando se almoço poderia ser lá mesmo. Deixando o pré-candidato oposicionista à vontade para indicar outro local, se assim desejasse.
Quanta preocupação. Assim que Paganini chegou ao restaurante, Manoel Marques, cheio de dedos, se aproximou, cumprimentou-o como bem manda a educação, procurando deixá-lo à vontade. Garantiu que não se sentaria à mesa e que não participaria da conversa, nem do almoço, pois estava a trabalho. Disse, também, que caso Paganini achasse melhor mudar para outro restaurante, que ele entenderia perfeitamente.
Esse mundo tá com a cabeça virada! Um cliente do Restaurante Orion ao ver Paganini espantou-se e foi logo perguntando, quase que cochichando: “você aqui Paganini? Você sabe de quem é esse restaurante? O Mestre abriu um sorriso, deu uma tapinha nas costas do amigo e disse-lhe: “sei sim de quem é esse restaurante. Você se esqueceu que eu sou o presidente da ACEI?”
Republicano. Paganini achou a preocupação de Cristinha Gomes, Manoel Marques e das pessoas com quem encontrou muito exagerada. “No fundo eles até me constrangeram por acharem que eu deixaria de comparecer ao Restaurante do Manoel ou a qualquer outro lugar por diferenças ou interesses eleitorais. Quando Cristina marcou o local, eu nem me preocupei se o dono do restaurante era Manoel ou Joaquim”, assim declarou Paganini.
E o Mestre filosofou: “as diferenças políticas, as diferenças de idéias, não podem jamais interferir no relacionamento das pessoas ou restringir os locais que freqüentamos. É a possibilidade do contraditório que nos faz ficar mais atento, mais cuidadoso. Confundir essas coisas, não tem o menor cabimento. Se alguém está imaginando que na campanha eu farei esse tipo de confusão, está redondamente enganado. Caso eu seja indicado candidato e seja eleito, quero ser o prefeito da cidade inteira. Respeitarei as diferenças, os meus opositores, sempre com muito diálogo e entendimento.”
Mané não gostou do que o Dado falou. Para Manoel Marques, Dado Boretti foi indelicado com o prefeito Toninho Bellini ao dizer mudou de partido - do PSB para o PCdoB - sem que o prefeito lhe chamasse para saber discutir o rumo que tomaria sem o PSB. Para Manoel Marques, Dado desrespeitou a hierarquia. Era Dado que deveria consultar o prefeito. Não o contrário.
Não era hora de falar isso! Para Manoel Marques além de indelicado, Dado foi petulante ao dizer que ele está à disposição do PCdoB e que deixava Toninho Bellini à vontade para exonerá-lo, quando bem entendesse. Mesmo dizendo que continuaria amigo do prefeito, esse ato, para Manoel, foi pior que uma apunhalada nas costas (do prefeito).
Não é o que parece. A quem diga que a história de que Dado Boretti tenha ido para o PCdoB sem conversar com Toninho Bellini antes, é a maior balela. Quem conhece Dado, sabe que ele não faria isso. Se não conversou com o prefeito, conversou pelo menos com o irmão dele. A ida de um para o PT e do outro para o PCdoB foi uma engenharia política que caberá ao tempo esclarecer. Alberto que se cuide!
Ser ou não ser, eis a questão. As mesmas fontes garantem que Manoel Marques, apesar da visível falta de sintonia entre Dado e ele, está por dentro dessa tal engenharia. A idéia foi travar os partidos da base aliada. Agora, se for verdadeira a idéia de que Manoel não sabe de nada, então ele que seu cuide, também!
Um segundo Segundo Tempo. Luizinho Domingues esteve viajando pelo Uruguai e Argentina a trabalho e agora está gozando férias no Guarujá. Em nenhum momento deixou de se preocupar com o destino do trabalho realizado por 27 profissionais que cuidava de 1.800 crianças. A idéia é que a prefeitura acolha por alguns meses, toda estrutura, até a formalização de um prometido convênio com o governo federal. No máximo até maio e junho.
O projeto é mais importante. Luizinho tem lembrado que desde que surgiram as primeiras denuncias e a possibilidade de corte dos recursos destinados à ONG Bola pra Frente, alertava para que focassem o projeto que estava sendo desenvolvido em Itapira e deixassem a ONG de lado. Mas parece que não foi o que aconteceu, lamentou.
Terceira via, não! Segundo um influente novotempista está tudo acertado para a manutenção do projeto que envolve 1.800 crianças, com algumas pequenas alterações. O trabalho tem peso político muito forte, principalmente, em ano eleitoral. Mas tem uma condição: a garantia de manutenção do PCdoB entre os governistas. E uma dúvida: e se o prometido convênio não sair?
Sinuca de bico. Como ficará o PCdoB diante da pré-candidatura Alberto Mendes? Parte dos integrantes não quer nem ouvir falar de outra canoa. Outra parte, aquela mais chegada a Dado Boretti, desde que não tenha Manoel Marques na parada, já está com pé e meio dentro do outro barco. Será que essa situação vai dividir o partido, de novo?
Uma grande questão poderá vir à tona. O que é mais importante para Itapira. Manter 1.800 crianças em atividade esportiva e bem alimentada ou garantir o apoio eleitoral de um partido? Caso isso aconteça, vai reforçar a tese do deputado Barros Munhoz que diz que o Novo Tempo não está preocupado com a cidade, só com eles mesmos.
Mais uma sindicância à vista. O ano de 2011 não foi nada bom para o prefeito Toninho Bellini. Enfrentou o caso da criança na creche, o desvio através de pagamentos em duplicidade e antes que o ano terminasse mais uma pendenga foi descoberta.
Será verdade? Uma compra de alimentos dos assentados de Vergel totalizou R$ 20 mil. Tudo dentro da normalidade. Mas informações não oficiais dão conta de que o pagamento do frete ficou em R$ 15 mil para um caminhão só.
Parece que foi o percurso. A carga não poderia sair de Vergel e vir diretamente para Itapira, segundo consta. Antes precisaria dar uma passadinha em São Paulo, uma dormidinha no Rio de Janeiro, um passeio por Brasília, com retorno por Belo Horizonte até chegar a Itapira. Para não estragar os alimentos, um sofisticado sistema de refrigeração foi cuidadosamente preparado. A denúncia tem pé, mas o percurso, pura brincadeirinha.
Outro afastamento. Melhores esclarecimentos deverão sair do forno nos próximos dias. Por enquanto, a funcionária responsável pelos dois pagamentos foi afastada da função. Mas dizem que a moça tem as costas quentes. As más línguas dizem que ela mantém estreitas relações de amizade com um grande figurão.
Na quinta, 5 de janeiro de 2012, se a atividade política nos permitir, tem mais.
Feliz e próspero Ano Novo.
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Nino Marcati, da Redação do PCI