Presente de Ano Novo. Que a rejeição das contas da Prefeitura de 2007 pelo Tribunal de Contas do Estado tenha vindo em boa hora para a oposição e terceira via, nada mais natural. Mas pelo visto, Sonia Santos e Manoel Marques também gostaram do “bom princípio” recebido.
Queijo no macarrão. Para a oposição, não poderia ter notícia mais aprazível. Além de ganhar assunto, negativo para o governo, gratuito na imprensa, a manutenção da rejeição tornará Toninho Bellini inelegível por oito anos, fato que complicaria de vez a complicada campanha eleitoral situacionista.
E não é só. Mantida a rejeição, o relatório do TCE acabará nas mãos do Ministério Público que poderá desencadear uma ação civil pública investigatória da movimentação financeira da prefeitura, no ano de 2007. Ação que independentemente dos resultados, daria farta munição para amortecer os ataques da situação contra os oposicionistas.
O contra do Zé Branco. Logo, não há como esperar votos favoráveis dos vereadores Carlinhos Sartori, Kará e Zé Branco. A manutenção da rejeição é fundamental para os planos oposicionistas. Mas precisam de sete votos. E o Zé Branco já deu a senha: “vocês querem que eu fique sem legenda?”
Zé até pode ser. Sonia, mais difícil. Um governista disse, sem explicar o porquê, que será mais fácil conquistar o voto do Zé Branco, que mudar a tendência de Sonia Santos. Zé Branco poderá ficar sem a legenda e ver a pavimentação da estrada que ele tanto reivindica protelada. Sonia, por outro lado, tem fortes questões ideológicas e eleitorais na lista de troca de favor.
A terceira via ganha fôlego. As estratégias governistas para minar os apoios à candidatura de Alberto Mendes entraram no compasso de espera e assim ficarão enquanto pairar dúvidas sobre a possibilidade de reversão do parecer do TCE na Câmara Municipal. Para os “mendezistas” quanto mais demorar, melhor.
Stand by. Se na semana passada, Mendes poderia ser considerado por alguns membros do PDT/PCdoB quase fora do baralho. Essa semana, aquelas esperanças entraram em stand by.
O preço da dor. O voto de Sonia Santos para aprovar as contas de 2007 não sairá barato. Se é que ele será favorável. Ela foi colocada em escanteio no grupo decisório do PT (pelos petistas situacionistas), foi traída na eleição da presidência da câmara, foi descartada da maioria das decisões governistas e desconsiderada, no seu pedido, de sair candidata a prefeita ou a vice nas próximas eleições e outras “cositas más”. O preço seria a reversão de todas as mazelas sofridas.
Sem eira, nem beira. O voto favorável de Sonia implicará, no entanto, no fim do relacionamento político que ela vem mantendo com a pré-candidatura Alberto Mendes. Dificilmente, ela será aceita para participar da campanha pedetista, naquilo que depender do pré-candidato, caso ela deixe de cumprir o papel que lhe cabe.
Mané não perdeu tempo. Manoel Marques fechou o ano insatisfeito. Não conseguiu ver as duas maiores promessas como presidente da câmara ser aprovadas. Ainda por cima, viu o nome do maior desafeto, Dado Boretti, crescer no grupo governista. Bastou receber a notícia da rejeição das contas, para ver a sorte mudar.
É Vapt Vupt. Ciente da importância que o assunto rejeição poderia provocar, rapidamente fez os arranjos e incluiu o retorno das sobras de 2011 para o orçamento da Câmara para 2012, abrindo, assim uma brecha para a compra da casa alugada - uma das promessas. Mas dizem que as conversas não pararam por aí.
Um preço muito caro. Não foi à toa que a sessão extraordinária foi convocada às pressas, sem aviso prévio aos órgãos de imprensa. Fazia parte do pacote, aprovar tudo, rapidamente, sem chance para muita conversa. Não deu certo. Sonia Santos cuidou da difusão da notícia e complicou o meio do campo, ajudada pelas ressalvas de Carlinhos Sartori.
Bellini não gostou. Corre a informação na Secretaria de Obras que Bellini teria informado que a sobra da Câmara, cerca de R$ 400 mil, seria usada nas ruas não programadas para aumentar a área recuperada. Não teve jeito.
Por conta de uma diferença mínima. Toda essa confusão e possibilidades criadas pela decisão do TCE foram geradas por meros R$ 40 mil não aplicados (segundo o TCE) na Educação, conforme exigência legal. Bem se diz que nesse país, o pouco é bastante e o bastante é pouco.
Transparência? Foram três sessões extraordinárias, com intervalos intermináveis para a realização de reuniões a portas fechadas. Sempre que podem, os vereadores daquela casa lançam mão da palavra transparência. Dizem que fazem tudo às claras, à vista do povo. Pergunta-se, então: porque as reuniões não foram realizadas no plenário? Havia algo a ser escondido?
A censura de Deus. Alguém deu a seguinte explicação às reuniões fora do plenário: “no lugar onde a gente lê a Bíblia, a palavra de Deus, não se pode falar certas coisas, entendeu?”
Segundo tempo. Ao ser questionado sobre o projeto Segundo Tempo que atende 1.800 crianças, Manoel Marques disse que a ONG tinha se manifestado por escrito pela não continuidade do projeto em Itapira em 2012 e, completou: “dificilmente o executivo terá condições de bancar os custos, mesmo que eles sejam temporários.”
Há males que vem pra bem... De alguns! O provável fim do projeto Segundo Tempo, em Itapira, interromperá um trabalho esportivo educacional importante para 1.800 crianças. Mas, para algumas pessoas, interromperá, também, a reestruturação partidária do PCdoB e pode, até, inviabilizar candidaturas à vereança, vice e prefeito. É duro imaginar que neste país pessoas se divertem com a desgraça alheia, mesmo que ela atinja, por tabela, as crianças.
Manutenção deficiente. Acidentes acontecem, mas a falta de manutenção ajuda bastante. Nessa semana, o ônibus contratado pela prefeitura para levar itapirense para exames médicos especializados em Mogi-Guaçu, assim que passou em frente ao Braz Cavenaghi, começou a balançar acima da habitualidade, deixando os passageiros amedrontados.
É a roda! Uma senhora chamou a atenção do motorista sobre a possibilidade de ser algum problema na roda do veículo. O piloto deu um sorriso simpático e continuo o percurso com se nada estivesse acontecendo. Perto da rotatória que liga a estrada Itapira Mogi-Guaçu à Usina N S Aparecida, os usuários que estavam do lado direito chamaram o motorista e perguntaram: “o que é isso que está ultrapassando a gente?” Era uma das rodas do ônibus.
Alguém já viu roda subir em árvore? A roda solta continuou o seu caminho, no meio da estrada e poderia ter provocado um grave acidente. Duas motos vinham em sentido contrário e por muito pouco não colidiram com a roda rebelde. Sorte que não havia outros veículos circulando até que ela saísse estrada e quase subisse numa árvore.
Ônibus chucro. Enquanto acontecia tudo isso, o motorista percebendo a gravidade da situação tentou com muito cuidado sair para o acostamento para avaliar o acontecido e tomar as providências necessárias. Não foi fácil. Mas o veículo foi paralisado.
Uma não. Duas! Para surpresa do motorista, aquela roda maluca, no meio da estrada, não era a primeira que tinha se soltado, mas a segunda. A primeira deve ter saído quando o ônibus começou a balançar perto do Braz Cavenaghi. Ninguém se feriu. Um novo veículo foi acionado e todos foram atendidos em Mogi-Guaçu, com atraso justificado.
Entrevista coletiva. Munhoz esteve na cidade na quinta-feira à tarde e boa parte da sexta. Com a agenda lotada achou um tempinho para entregar veículos às entidades assistenciais e à Polícia Militar. Sobre a comentada saída dele do PSDB, nenhum pio. Pelo jeito, os esclarecimentos desse episódio, só na prometida entrevista coletiva. Será que ela vai acontecer?
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Nino Marcati, da Redação do PCI
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