"Corintiano é tudo igual".

Uma matéria recente do Uol Esporte mostrou que da favela ao bar da moda, corintianos de todas as classes bebem, sofrem e gritam do mesmo jeito. Corintiano roxo, quando o time está disputando um campeonato importante, deixa o coração tomar conta do caminho.

Queria todo mundo torcendo.

O deputado Barros Munhoz não é diferente. No sábado já estava com a cabeça em Yokohama e convidava todo mundo para torcer para o timão, achava ruim quando ouvia um “sou Chelsea desde criancinha” e classificava o interlocutor como da torcida dos anticorintianos.

Parecia criança ganhando o primeiro presente.

Na segunda-feira, quando Munhoz tomou conhecimento que estava na seleta comitiva que receberia o campeão do Mundial em Cumbica, acompanhando o governador, arregalou os olhos e dizia: “eu tô na lista? Eu tô, você tem certeza? Vocês estão brincando comigo, não estão?” Só faltou pedir que lhe dessem um beliscão para ter certeza de que estava acordado.

Volta e meia, Corinthians na cabeça.

Mas quem não acreditava o que via era o pessoal do gabinete. O assunto prioritário do presidente era a recepção do time coração que conquistava, pela primeira vez, depois de ser campeão da Libertadores, o título de campeão Mundial de Clubes.

Um dia inesquecível.

Munhoz, ao lado do governador, recebeu e cumprimentou, um a um, os jogadores na descida da aeronave, nesta terça-feira às 6h40min. Conversou com o Tite, “tietou” os atletas e quase foi às lágrimas quando ficou frente a frente com o grande herói do jogo: o goleiro Cássio.

Ultima sessão.

A sessão da câmara desta terça-feira foi marcada por despedidas. Depois de várias semanas ausentes do pequeno expediente, quase todos os vereadores foram para a tribuna, agradeceram os votos para os mandatos recebidos, enalteceram os funcionários e aos colegas da casa.

Sem mulher, uma pena.

Sonia Santos, a primeira a discursar, agradeceu os eleitores que fizeram dela a primeira vereadora eleita, lamentou o fato de a casa ficar sem uma representante feminina e confessou o sonho de ver, um dia, mais mulheres do que homens naquela casa de leis.

Inimigos, obrigado.

“Esses doze anos valeram a pena. Nele aprendemos muita coisa, principalmente a brigar”, destacou Sonia antes de encerrar com um agradecimento especial aos inimigos: “sem eles eu não teria força para ficar aqui até agora”.

Como presidente, o primeiro ato.

Zé Branco pediu desculpas por alguns descontroles naturais da vida legislativa e explicou que como vereador ele não poderá entrar com ação para reverter o reajuste dos subsídios dos vereadores. Segundo os advogados dele, só podem tomar tal iniciativa a mesa da câmara e os presidentes dos partidos. Garantiu: “caso eu seja eleito presidente desta casa para a próxima legislatura, no dia seguinte entrarei com a representação para fazer justiça ao nosso trabalho.”

Saudade das coisas boas. E das ruins?   

Toninho Orcini que tinha prometido para si mesmo não usar a tribuna, não resistiu. Emocionado falou dos quase trinta anos, dos vereadores que já partiram e relatou, brevemente algumas passagens como tapas, cadeiradas, sangue escorrendo pelo rosto... Falou das sessões que iam até as 2h da madrugada. O decano vereador admitiu já estar com saudade. “Se eu falar que não estou nem aí, eu estarei mentindo. Quero voltar, se Deus quiser daqui a quatro anos.”

Quer voltar, também.

Mino Nicolai disse que sai da câmara como se tivesse feito um curso de direito. É engenheiro, mas se sente como um advogado. Lamentou não ter conseguido voltar, pois não queria sair da vida pública. Sempre gostou de política, nunca perdeu uma sessão, salvo parte de uma delas por problemas de saúde incontornáveis. Também pensa em voltar daqui a quatro anos.

Preço alto.

Em tom de desabafo, Mino Nicolai disse que é muito difícil ser vereador, mas é muito pior ser vereador e irmão do prefeito. Ele disse ficar arrepiado ao lembrar-se das palavras que ouviu, das situações por qual passou, assim como a sua família. Pagou o preço de ser contra alguém tão poderoso, referindo-se a Barros Munhoz.

Os escolhidos.

Carlinhos Sartori fez todos os agradecimentos que tinha direito até que no final não deixou de dar a sua costumeira alfinetada: “eu quero dizer que devemos agradecer por estar aqui, fomos escolhidos pelo povo para continuarmos aqui”.

Quando a derrota é vitória.

Manoel Marques foi o último a usar o espaço e o fez em tom glorioso. Disse que da origem humilde ao ponto que chegou ele só tinha que agradecer. Desmistificou a derrota eleitoral recente dizendo que o importante é a vitória para a vida, lição que só a derrota ensina.

Mais forte.

Ao contrário de Orcini e Mino, Manoel não disse que pretende voltar à vida pública, mas também não garantiu que não volta. Deixou no ar que o futuro dele a Deus pertence. “Estou saindo muito maior do que quando entrei nessa casa, sei muito mais, me sinto-me muito mais forte.”

Escândalo?

Um grande escândalo poderá respingar no prefeito Toninho Bellini, pelo menos pela condição de presidente do Consórcio da Saúde que reúne Itapira, Mogi-Mirim, Mogi-Guaçu, Estiva e Conchal, formado pelos secretários de saúde, como conselheiros, e coordenadores.

Desvio?

Segundo as informações preliminares foi detectado um desvio na ordem de R$ 1 milhão. Por hora, a coordenadora geral foi afastada e todo os procedimentos do consórcio estão sob investigação.

R$ 2 milhões?

Outra notícia nada agradável deverá deixar o prefeito eleito com a cabeça quente. Consta que a prefeitura não tem recolhido desde outubro a quota patronal ao INSS. Só de outubro a conta estaria perto de um milhão de reais, somando novembro, dezembro e o décimo terceiro a encrenca poderá ultrapassar R$ 2 milhões.

Essa tem que ser paga urgentemente!

A herança maior para Paganini, caso seja confirmada essa situação, é que a dívida impedirá a prefeitura de obter o CRP – Certificado de Regularidade Previdenciária – cuja certidão é exigida nas assinaturas de qualquer convênio estadual e federal.

É mentira.

Mais uma vez o vereador Mino Nicolai foi à tribuna para dizer que tudo isso que andam falando por aí “é tudo mentira”. Disse que o irmão dele vai entregar a prefeitura limpa e desimpedida. Tomara que tudo isso, como disse o vereador, seja mentira mesmo. Paganini e o povo de Itapira vão agradecer...

Anuncio oficial

Nesta quinta-feira, às 16h, na ACEI, conforme o único convite emitido pelo futuro prefeito, acontecerá o lançamento oficial do primeiro escalão. Todos os postos estão definidos, à excessão da secretaria de desenvolvimento econômico que por hora será coordenada pelo próprio Paganini, assessorado pelo grupo de empresários convidados e uma equipe de primeira linha do futuro governo. 

Nino Marcati, da Redação do PCI.

[email protected].