Quando tudo começou. Os problemas financeiros da nossa centenária Santa Casa não nasceram hoje. Começaram a aflorar com a redução do número de religiosas que mantinham a instituição, diminuição do trabalho voluntário, escassez das contribuições grandes e pequenas da comunidade, com a mudança das características profissionais dos médicos e com o aumento da população.

Pão de ló. Na década de setenta, com o agravamento da situação econômica da Santa Casa, a questão passou para a seara política. Na verdade os assuntos das instituições brasileiras nunca saíram da política. Quando falta dinheiro a política é tratada a pão de ló.

Buraco. Enquanto um grupo dizia que a irmandade e a mesa diretora rezava a cartilha do corpo clínico, donde prevaleciam, exclusivamente, os interesses financeiros dos médicos. Ouvia-se “enquanto os médicos ganham rios de dinheiro, a Santa Casa vai para o buraco”.

Queda na qualidade. Outro grupo acusava o deputado Barros Munhoz de tentativa de ingerência indevida na instituição, tentando transformar a Santa Casa em braço político o que a levaria à redução da qualidade nos serviços médicos e hospitalares. Dizia-se “o Totonho quer mandar e desmandar na Santa Casa.”

E agora, quem poderá nos responder? Será que a situação da Santa Casa é apenas financeira? Será que nessa discussão não falta racionalidade, principalmente por parte dos envolvidos diretamente com a instituição hospitalar? Será que na cabeça do corpo clínico da entidade existe a preocupação com a saúde pública do município ou estariam eles preocupados, exclusivamente, com os seus rendimentos?

Esclarecer é preciso. Nenhum profissional, mesmo da área médica, deve ser crucificado por buscar a melhor remuneração pelos serviços que presta. Vivemos no sistema capitalista e nessa questão quem pode mais, chora menos. Quem não concordar com isso, que forme um exército, promova uma revolução socialista e arque com todas as exigências que esse regime pede.

Já nos cansamos disso! Mas o que não deveria ser aceitável é o uso indevido ou deficiente de uma estrutura que foi construída e mantida pela população e que rotineiramente busca ajuda de recursos do tesouro municipal, estadual e federal. Quer dizer, não dá para tolerar gestão incompetente que tapa buracos com dinheiro público.

Dois meses. Segundo informações colhidas nesses últimos dias, a Santa Casa acumula uma dívida superior a R$ 2 milhões e convive com um déficit operacional mensal na ordem de R$ 100 mil. Até o final do ano a brincadeira ultrapassará a casa dos R$ 3 milhões. Segundo um bem graduado funcionário da instituição, do jeito que as coisas vão, a Santa Casa não aguenta dois meses.

É mais em cima. Mas até onde se sabe o problema da Santa Casa não é só financeiro. Ela está sem alvará de funcionamento por falta de aprovação do corpo de bombeiro e da vigilância sanitária.

Tomara que seja mentira. Não há divisão que não resulte em denúncias. Uma situação recebida por esta redação diz que os procedimentos de parto têm sido realizados na mesma mesa dos exames ginecológicos. Segundo um especialista consultado pelo Dropes, o correto é que as mesas sejam distintas. O uso comum é realizado em cidades sem estrutura, como no nordeste, ou hospitais das periferias das grandes cidades. Para esse especialista tal procedimento não deveria jamais acontecer numa cidade como Itapira: “espero que essa informação não se confirme”.

Esterilização. Outra denúncia que aportou no Dropes foi a de que um médico estaria reutilizando instrumentos cirúrgicos destinados a uso exclusivo. Esses instrumentos teriam sido implantados em pacientes, depois de devidamente esterilizados, porem, pelo menos oito casos de contaminação teriam sido detectados.

Urgência. Consta, também, que uma empresa de auditoria teria sido contratada pela Santa Casa, a JM, para verificar os ralos que estavam inviabilizando a instituição, mas depois de algumas constatações registradas em relatório, o corpo clínico não gostou do que viu e a mesa diretora encerrou unilateralmente o contrato com a JM. O administrador chegou ligar para vários membros, depois da reunião com os médicos, tarde da noite.  

UTI, a responsável! Pessoas gabaritadas da Santa Casa creditam à UTI como a maior sangradora de recursos, responsável, portanto, por boa parte do déficit operacional. Dos 14 leitos disponíveis, nesses últimos dias apenas um estava sendo ocupado. Como toda estrutura estava posta, o prejuízo é certo. O especialista ouvido pelo Dropes disse que o hospital erra por manter 14 leitos, deveriam ter 10 ou 20.

UTI responsável. Em relação à UTI há de se colocar outra informação importante denunciada, a de que a equipe de intensivistas não atende todas as recomendações estabelecidas pela Anvisa. Apesar da necessidade de uma UTI num hospital do porte da Santa Casa, a unidade atende basicamente cinco médicos. A UTI assume a responsabilidade pelo paciente a partir da internação e libera o médico principal.

Fora SUS. Ao que tudo indica o corpo clínico da Santa Casa não tem interesse em atender pelo SUS. Segundo as fontes que alimentam esta coluna, os médicos exigem além da remuneração tabelada, o pagamento adicional de plantão à distância. O que é ilegal. Mas como o hospital tem interesse em manter o SUS, a exigência é aceita, mas nem sempre tem caixa para honrar o compromisso, indo a diferença para a anotação em caderneta.

A nossa região é carente de UTI. Para que a unidade da Santa Casa não passasse por períodos de baixa ocupação bastaria vender leitos para o SUS. Nessa semana, o G1 noticiou que Campinas terá 20 leitos de UTI custeados pelo governo do estado. Um dissidente comentou: “a provedora ao invés de organizar rifas, livro de ouro, jantares e festa junina deveria vender leitos e serviços para as prefeituras e para o estado.”

Voto de parente. Cerca de vinte e cinco irmãos que compareceram e votaram na última quinta-feira na eleição da Santa Casa tinham algum grau parentesco ou relações profissionais com membros da chapa situacionista ou com o corpo clínico. Segundo um dos dissidentes o estatuto estabelece impedimento de voto às pessoas que tivessem interesses pessoais na votação.

Vai deixar como está. Esse dissidente não soube dizer se o grupo pretende se valer dessa determinação estatutária para melar o resultado da eleição, mas ressaltou que a chapa vencedora se valeu do apoio irrestrito do corpo clínico da instituição, o que não deveria ocorrer.

Um profissional ligado ao dia a dia da Santa Casa fez as algumas observações importantes:

1)      A mesa diretora anterior começou a se desentender em meados de 2012. Todos os problemas da instituição eram do conhecimento de todos. Alguém chamou uma assembleia para denunciar as supostas irregularidades? Alguém pediu a demissão do administrador ou destituição da provedora?

2)      Imaginando que esse grupo dissidente pleiteava disputar as eleições este ano, não deveriam ter convidado e apresentado novos irmãos preocupados com a Santa Casa? Os situacionistas apresentaram no ano passado dez novos irmãos. Sabe quanto os dissidentes apresentaram? Nenhum.

3)      Houve tentativas do grupo dissidente em conciliar. Foi proposto que cada parte apresentaria nove nomes. A provedora eleita não aceitou. Mas a chapa opositora não deveria ter sido constituída com mais tempo?

4)      A responsabilidade dos desmandos da Santa Casa deve ser atribuída à mesa diretora e aos irmãos que vem aceitando tudo sem qualquer pedido de esclarecimento ou contestação. Se os médicos estão se valendo desse desinteresse para defender o deles isso é outra conversa.

5)      Há algumas semanas uma entrevista num dos jornais da cidade mostrou a realidade econômica totalmente distorcida, colocava a Santa Casa num verdadeiro mar de rosas. Alguém questionou aquelas informações? Alguns integrantes da antiga mesa podiam não ter os dados atualizados, mas tinham o suficiente para contestar o que foi dito.

6)      O balancete chegou às mãos das duas chapas, ao que me consta, dois dias antes do pleito. Que trabalho a chapa de oposição empreendeu para convencer os irmãos que precisava mudar? Houve alguma contestação? Não se pode aceitar o que está incorreto hoje e amanhã contestar.

7)      A nova mesa está composta por quatro veteranos e cinco novatos que devem estar totalmente por fora da realidade da instituição. Como tudo se resolve por voto da maioria, certamente, muitas decisões poderão ser prejudicadas.

8)      A situação da Santa Casa mereceria medidas saneadoras eficazes e urgentes, até a nova mesa diretora tomar pé da situação, poderá ser tarde demais.

9)      O estatuto oferece à irmandade ampla possibilidade de ação. Um quinto dos irmãos pode solicitar assembleia para tratar assuntos de interesse da Santa Casa.

10)   A Santa Casa está na UTI. Para resolver seus problemas é preciso competência e dinamismo. Ninguém vai resolver com empirismo.

Você vai ser minha! Não se sabe se é por brincadeira, mas um dos médicos costuma dizer que a Santa Casa um dia vai ser dele. Considerando que os planos de saúde têm montado estratégias de ampliação de sua base hospitalar, não será de se estranhar se a Santa Casa ficar tão dependente da Unimed ao ponto de ser absorvida pela cooperativa médica.

Prós e contras. Para algumas pessoas ouvidas por esta redação, o fato de Itapira ter um hospital que atenda particular e convênios é uma notícia auspiciosa. Para outras, a ideia é boa, desde que não use a estrutura construída pelo povo de Itapira e seus beneméritos. Eles que construam um belo e moderno hospital como o 22 de Mogi-Mirim. Esse assunto vai dar muito pano pra manga.

E-mail sobre a Santa Casa: Francisco José Mari que acompanha de longe as notícias da terrinha encaminhou e-mail sobre o assunto Santa Casa, abaixo transcrito na integra:

 “Li atentamente a nota que menciona a reeleição da Sra. Lurdinha Piva para a Provedoria da Santa Casa. A reeleição da referida senhora só reflete o profundo desinteresse dos demais "irmãos" daquela instituição, que insistem em manter em um cargo tão importante, uma pessoa que vem dando demonstrações de total incompetência administrativa, a começar pela manutenção de seu esposo como administrador, e também pela dívida acumulada ao longo de sua gestão.. Se fosse uma instituição pública, isso seria proibido. Aliás, há que se verificar se o Sr. Aldo tem de fato curso de Administração e especialização em Administração Hospitalar, como determina o Ministério da saúde. Caso contrário, ele estaria exercendo ilegalmente a profissão.  Graças a Dona Lurdinha, a Santa Casa está com uma dívida gigantesca, sendo que um dos principais credores é a UNIMED. Não será de se estranhar se a UNIMED a qualquer momento, execute a dívida e faça a adjudicação do prédio da Santa Casa, ou em bom português, tome o prédio da irmandade. Já fui testemunha de situação semelhante em um hospital e é bem possível que a Cooperativa faça isso, se o prédio interessar a seus cooperados (os médicos). A irmandade preferiu ficar na zona de conforto a dar a oportunidade de uma mudança na direção do hospital. Só temos que lamentar, e ver a morte lenta e dolorosa daquela instituição”.

Sucessão presidencial. A situação já tem candidata, Dilma que viu o IBOPE lhe dar 58% das preferências. Já o principal partido oposicionista tem Aécio quase definido, mas tem Alckmin que está ensaiando a entrada no páreo, sem falar em Serra que ainda alimenta a possibilidade.

O nó! Esse intrincado nó por qual passa o PSDB poderá acabar nas mãos do deputado Barros Munhoz para ser desatado. Munhoz além de ter livre trânsito entre os tucanos maiores, ainda goza da amizade de Eduardo Campos do PSB, a noiva preferida para figurar na chapa maior de 2014. Advinha com quem Aécio Neves se encontrará em São Paulo, nesta segunda-feira, dia 25, para uma conversa tête-à-tête?

Durma com um barulho desses! Para alguns tucanos, Munhoz poderá ficar no verdadeiro mato sem cachorro. É serrista de carteirinha. Tem Alckmin como grande parceiro da qual nada tem a reclamar. Aécio é o preferido do PSDB nacional. Haja conversa e estratégia para sair sem arranhão.

Diálogo é tudo! Recebida no gabinete nesta sexta-feira Cristina do Sindicato saiu satisfeita com o método Paganini de governar. Ela pleiteia conquistas para o professorado da rede municipal, mas nunca recebeu garantias. O prefeito prometeu estudar o caso. Em outros tempos o diálogo só acontecia por meio da imprensa.

Emprego em alta. Guto Pinheiro está satisfeito com os números do Caged em relação ao emprego nos primeiros meses de 2013, mas promete ainda mais empenho na geração de novas vagas. O balanço coincidiu com o anúncio da Nitron de que novos postos foram abertos essa semana e muitos outros estarão disponíveis nos próximos anos. Para algumas reclamações pontuais que tem chegado ao seu conhecimento ele deixa o recado de que melhor que reclamar é buscar aprimoramento profissional, aí as chances aumentam.

Bomba, bomba, bomba! Por hora só a fumaça dá pistas de que os problemas jurídicos para a gestão anterior só devem aumentar. A fonte contou o santo, mas escondeu o milagre. A única coisa que se sabe é de que a bucha que vem por aí se refere à má gestão de bens públicos. É esperar par ver.

Contato direto. Apesar de despachar durante um bom tempo do dia, Paganini dá mostras de que não quer ficar preso ao gabinete. Na sexta-feira depois do horário comercial, quando em outros tempos já começava a festa do final de semana, o prefeito inventou de fazer visita oficial ao distrito de Eleutério para verificar as obras de uma ponte.

In loco. Solícito ele ouviu moradores e se prontificou a tentar ajudar até mesmo em problemas que nada tem a ver com a prefeitura. Não bastasse isso, escalou todo o secretariado para acompanhá-lo e também para ouvir a população in loco. E a presença destes foi maciça, afinal todos tem que seguir os passos do Mestre para não levar duras. 

O que vale é a Lei! O que teve de gente querendo dar "um jeitinho brasileiro" no leilão de inservíveis de quarta-feira não estava escrito no gibi. Apesar de o edital deixar claro que as visitas só eram permitidas até a véspera, alguns 'espertinhos' tentaram de última hora verificar os produtos.

Cegueira ou esperteza? Será que eles não leem os contratos que assinam? Por que queriam eles o edital do leilão ignorar? Chegaram até a reclamar no gabinete do prefeito, mas Paganini não os recebeu e mandou um recado: “Vale a Lei”. Deu moral para a secretaria de recursos materiais que não foi desautorizada.

O Mestre obedeceu! Para não perder o costume, Paganini passou a tarde deste sábado mexendo com espinhos. Mas desta vez foi a mando da esposa Sonia para que ele desse um jeito na roseira que pedia uma boa poda.

Benção. Paganini e Sonia pegarão na madrugada deste domingo a estrada rumo à Aparecida do Norte. Os dois sozinhos vão até a Nossa Senhora para agradecer os recentes acontecimentos, a oportunidade de cuidar de Itapira e pedir proteção para os desafios que virão.

Economia sem perder a qualidade. Depois de anunciar a economia de mais de R$ 130 mil por mês com a merenda sem interferir na qualidade, esta semana Paganini e a secretária de saúde Eliane de Castro anunciarão os resultados das novas contratações nos exames e outros procedimentos médicos que superarão, de longe, os bons resultados conseguidos na merenda.

Promessa é promessa. Paganini não se cansa de falar que uma das principais promessas de campanha ele levará a cabo. Planejar, executar e fiscalizar todos os gastos do governo, cuidando do dinheiro público sem desperdício, oferecendo sempre mais qualidade.

Exemplo já tem. A EPPO já está demonstrando, segundo as avaliações constantes, ser um grande exemplo que resultou em economia e aumentou a qualidade na coleta de lixo que foi ampliada, na coleta seletiva que atende a cidade inteira, capina e roçagem que está dando um novo visual para a cidade.

Nino Marcati, da redação do PCI.

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