Não cheirou, nem fedeu... Pouco repercutiu a matéria paga publicada neste final de semana do jornal Tribuna de Itapira assinada pelo ex-secretário municipal Helio Citrângulo. Usando a proximidade dos 100 dias do governo Paganini, o autor deu ares de desabafo e dirigiu maior artilharia ao deputado Barros Munhoz. Segundo os avaliadores, os apoiadores do atual grupo político acharam que foram usadas muitas palavras para dizer muito pouco.
Usou mal. Para justificar o título da matéria, “o retorno do coronelismo” Citrângulo gastou quase metade do espaço reservado fundamentando-se nos pensadores nazistas. Será que não teria sido mais produtivo se fossem usadas comparações concretas sobre os legados deixados pelas duas últimas administrações?
Burro? Na manhã desta segunda-feira numa roda de discussão política no centro da cidade, um comerciante que apoiou o Novo Tempo chegou a dizer: “li o artigo do Hélio como muita atenção e conclui que ele só faltou chamar o Toninho Bellini de burro.”
Verdade ou mentira? Outro comerciante antitotonhista histórico não se conteve: “mas como você diz isso, o Helio falou um monte de verdades que a muito estava entalado na garganta da gente. Ele mostrou a realidade. Aquilo é a verdade. O resto é mentira.”
Balanço. O primeiro explicou: “Então tá. Como foi o segundo semestre de 2012? Toninho deixou de tapar buracos, coletar lixos, fornecer remédios, realizar exames, transportar pacientes, capinar e roçar, limpar córregos... Não pagou os consórcios intermunicipais, a conta de luz... Não repassou as contribuições de responsabilidade patronal. Patrocinou o Natal mais triste da história de Itapira. Não permitiu que companheiros comissionados pedissem demissão deixando-os com o constrangimento de receberem da atual administração o cartão vermelho. Diga-me, tudo isso é realidade ou invenção?”.
E continuou: “O Hélio diz que deixou para o prefeito Paganini caixa suficiente para quitar as dívidas de curto prazo e sobra de R$ 2,2 milhões, deixando a prefeitura numa situação financeira extremamente confortável.” Concluindo: “Só um burro deixaria a cidade naquele estado para guardar dinheiro para o novo prefeito, opositor. Tô falando bobagem?”
Queimou. O terceiro integrante da roda tentando acalmar os ânimos, já exaltados, fechou: “O Hélio deveria ter usado aquele espaço para falar das férias acumuladas que ele e seus amigos receberam, nas economias conseguidas por Paganini na coleta de lixo, na merenda, nos exames de média e alta complexidade...” O primeiro emendou: “pegou pesado”. O segundo saiu queimando a sola do sapato.
Por falar em pegar pesado. Um forte parceiro do prefeito Paganini comentou (com esta redação) que a atual administração não anda nada satisfeita como vem sendo tratada pelo jornal A Tribuna de Itapira. Acha que o jornal está buscando por todos os meios criar animosidade a fim de comprometer a relação cordial que o governo União por Itapira vem dispensando a todos os órgãos de imprensa. “Não fazemos a menor ideia porque esse jornal está fazendo isso.”, exclamou.
Aproveitando a oportunidade, esse interlocutor destilou:
1) Em nenhum momento executivo e legislativo reclamaram ou achincalharam a imprensa como ocorria até o ano passado à menor crítica proferida. Quase todas as sessões de câmara tinha chororô, vindas de cima ou da própria casa. Alguém viu isso até agora? Alguém deixou de atender a imprensa por conta das críticas?
2) Este governo sempre esteve aberto à imprensa. O prefeito atende ligações para o seu celular, a qualquer hora, só não o faz quando está em reunião ou resolvendo algo importante, afinal ele tem que trabalhar. Foram realizadas várias entrevistas coletivas e atendimentos individuais. As secretarias só deixaram de atender a imprensa diante de situações indefinidas, onde não se tinha o que dizer.
3) Mas o que está pegando mesmo são as críticas, as forçadas de barra para criar falsa informação. Isso é repugnante. (E citou alguns casos.)
4) No domingo, a manchete: Bellini doa e Paganini toma áreas cedidas a três empresas. A intenção é clara, é dar uma visão negativa e perseguidora da decisão tomada pelo prefeito. O jornal tinha a informação de que as três empresas tinham recebido as áreas em situação irregular. Eles sabiam que as empresas tinham sido notificadas para apresentarem a documentação necessária e que diante da enrolação, cabia ao poder executivo cumprir a lei e proteger o interesse público.
5) Citando um caso, os outros poderão ser conferidos com o Guto, a PET que foi anunciada às vésperas da eleição com grande estardalhaço pela administração anterior teve seu processo avaliado em apenas quatro meses, não apresentou a documentação exigida, não provou idoneidade econômica e não mostrou dados que pudessem garantir os compromissos assumidos. O próprio Geif foi empurrando com a barriga e uma ata chegou a ser anexada ao processo sem data de inclusão. Tá tudo errado. A área cedida a essa empresa valia na época cerca de R$ 500 mil. Dá para brincar com isso?
6) Teve o caso dos avisos fúnebres. Todo mundo sabia que a determinação de proibir a colocação em postes ou logradouros públicos vinha de Lei aprovada no governo anterior. Sabia também que o prefeito anterior para evitar problemas empurrou o cumprimento da lei até terminar o mandato. Paganini cumpriu a lei e o que eles fizeram, jogaram a opinião pública (apesar de impressos em média 50 avisos e distribuídos em poucos pontos do centro da cidade) contra o prefeito. O trabalho da imprensa, nesses casos, é orientar a população, auxiliar o poder público, não atravancar os andamentos. Quem era contra a lei deveria ter se manifestado na época das discussões.
7) Outro assunto que foi explorado indevidamente foi o erro de digitação dos recursos destinados ao projeto Batutinha. O projeto passou pela câmara onde foi devidamente quantificado o custo por sala de aula, além disso, houve contato com a diretoria da Casa das Artes. Sabia-se de antemão que se tratava de um erro de digitação, mas mesmo assim optou-se pelo carnaval e aventar a hipótese de gastos em mais de nove milhões de reais no ano, superior ao que se gasta com a coleta de lixo.
8) Finalmente, sobre os 100 dias de governo, o prefeito tinha anunciado que faria uma prestação de contas nesta semana e apresentaria boas notícias, mas mesmo assim, tentou se antecipar ao cronograma e criticar o “silêncio” de Paganini ao não atender as solicitações. Paganini só não falou com o jornal em face do falecimento do filho do secretário João Bozzi, da agenda de reuniões e da programação do evento.
9) Tentou-se fazer outro carnaval ao colocar Paganini como dando mais importância para a imprensa regional em detrimento da local. O atendimento ao órgão de imprensa regional tinha sido agendado a quinze dias. Não houve preferência, houve compromisso.
10) Enfim, quando um jornal entra em contato com o governo, tira suas dúvidas e mesmo assim monta versões para manipular a opinião pública, algo esquisito pode estar acontecendo. O que será?
Coletiva dos 100 dias. Todos os órgãos de imprensa do município foram convidados para a coletiva que será concedida pelo prefeito José Natalino Paganini nesta quarta-feira, 10. Na oportunidade deverá ser explanado tudo o que foi feito até agora. Mas o Mestre deve lamentar que daquilo que ele programou para o período, só conseguiu implementar - ver sinal de fumaça - setenta por cento.
Tem notícia boa. Mas alguns anúncios bombásticos devem acontecer durante a entrevista coletiva dos 100 dias. Uma delas será que o prefeito de Itapira assumirá a presidência do consórcio intermunicipal CEMMIL que atualmente tem máquinas e equipamentos reparando as nossas estradas rurais. Outra, com maior impacto, virá da Educação. Deverão, ainda, ser anunciadas, segundo burburinhos, outras novidades, mas ninguém arriscou abrir o bico.
Tá devagar. A demora no lançamento do cursinho popular e na entrega dos uniformes tem sido motivo de críticas direcionadas a Paganini. A justificativa, entretanto, diz que tudo está sendo feito, como nos demais casos: garantir qualidade e economizar para o município. Além disso, tudo de acordo com a legislação.
Sob medida. Com relação aos uniformes a secretária Flavia Rossi está tomando as medidas de aluno por aluno para que ninguém os use fora dos tamanhos adequados, sobrando ou faltando material. Outro cuidado que a Flávia está tomando é com detalhes que vão desde a quantidade de costuras dos calçados até o tamanho do cavalo. “Não basta oferecer o uniforme, tem que ser de qualidade.”, esclareceu Flávia.
Estreia. A sessão de câmara desta terça-feira transcorreu sem grandes novidades, com o objetivo de limpar a pauta. Joilson abriu a tribuna para falar do projeto horta comunitária. Na sequência, duas estreias na tribuna (salvo confusão desta redação) que recebeu Dr. Pedro que reclamou da situação dos cemitérios e pediu médico pediatra e nutricionista para o sistema municipal de saúde.
No tempo do Totonho. Também estreante na tribuna, Cesar da Farmácia sugeriu que o prefeito Paganini retorne a coleta de lixo como era antigamente. Para Cesar do jeito que era feito antigamente era mais barato e ninguém reclamava. O vereador petista fez as contas e concluiu que com o que se paga para a EPPO é possível comprar os seis caminhões e ainda sobrar muito dinheiro.
Esse não falha! Para não voltar “sapatero”, Dr. Rafael defendeu o retorno da brinquedoteca no HM. Mauricio agradeceu o poder executivo pelos atendimentos não só dos seus pleitos, mas de todos os vereadores. Carlão Jamarinho falou do erro de digitação nos valores que envolvem o projeto Batutinha e Carlinhos Sartori encerrou falando do grande evento de domingo com a Banda Lira no salão social do Santa Fé. Esqueceram-se da Caminhada e Corrida de domingo que reuniu mais de 800 pessoas.
Na função. Os vereadores têm sido criticados por apresentarem enxurradas de indicações ao poder executivo. Mas pelo visto nem eles, nem o prefeito estão incomodados com isso. Apesar das críticas eles continuam indicando, apontando falhas e apresentando projetos. O presidente disse: ”eu acho engraçado, quem deveria reclamar dessas coisas seria o prefeito. Ele não reclama, não sei por que tem gente que fica incomodada com isso.”
Nem dá tempo. Um assistente costumeiro das sessões fez a seguinte colocação: “até o ano passado, o prefeito atendia aos pedidos do irmão e de vez em quando dos demais vereadores, sempre quando eram feitas no cocho. As indicações pela câmara iam direto para o lixo. Agora, o prefeito e os secretários atendem antes da apreciação. Só hoje, três ou quatro foram retiradas”.
Outro Barcos? Muito se especula sobre a transferência do vereador Carlão Jamarinho para o prédio de cima da João de Moraes por conta do plantão que ele tem dado no período da tarde na prefeitura para a aceleração de alguns projetos. Carlão não descartou essa possibilidade, mas garantiu, caso ocorra, ela se dará no final de abril. Até lá muita coisa tem para acontecer e muita conversa vai rolar. E conversa fiada, também!
Nino Marcati, da redação do PCI.
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