Munição. A ruptura entre Dr. Rafael e o grupo político comandado pelo deputado Barros Munhoz deve municiar as rodas de bate papo de todos os cantos da cidade, durante a semana. Afinal, a ação colocou para escanteio nada mais nada menos do que o segundo vereador mais votado e guindado, desde a transferência de Carlão Jamarino para o executivo, a líder de governo.
Motivo. Para quem não entendeu o acontecido, os governistas explicam que o nobre vereador doutor vem infringindo, não é de hoje, a regra básica da atividade política: vestir a camisa da administração e atuar sempre em benefício da união do grupo, sem cair no conto da oposição.
Estrela não. Segundo esses mesmos governistas, o Dr. Rafael sempre esteve mais preocupado consigo mesmo do que com o projeto político que ele jurava ter adotado. Para ficar de bem com todo mundo, acendia uma vela para Deus e outra para o diabo.
Prova maior não há. O governista ouvido por esta redação deu a dica: “se a decisão de afastá-lo do grupo tivesse sido arbitrária ou desprovida de fundamento, nessas alturas muitos companheiros estariam saindo em defesa dele, mas repare, caso apareçam defensores, todos virão da oposição.”
E continuou: “Ultimamente, o Dr. Rafael conversava mais com a oposição do que com os companheiros. Para sentar com o prefeito e com os vereadores da bancada, dificilmente encontrava tempo. Mas para conversar com os opositores do governo, aí ele sempre achava tempo.”
Não é novidade. Para quem está vendo a ruptura do prefeito com vereador como novidade, é bom lembrar que na última passagem de Barros Munhoz como prefeito de Itapira, três vereadores passaram pelo mesmo processo, foram excluídos do grupo. Um não demorou muito e retornou ao ninho. Os outros dois, demoraram, mas acabaram pegando o mesmo caminho de volta.
E a bancada do amém? A ruptura mostra que o rótulo impingido aos vereadores de que eles atuavam de acordo com a cartilha governista era fruto de análise equivocada do quadro. Para os governistas, três vereadores da base aliada vêm mais atrapalhando que ajudando. Para um analista político ouvido pelo Dropes, apenas votar favoravelmente os projetos, não significa rezar a cartilha.
Consonante sim. Dissonante, não. “O vereador deve incorporar o plano de governo com espírito coletivo, não individual. Deve discordar, sugerir, brigar para que os resultados beneficiem o governo como um todo e não atuar de forma a tirar proveitos pessoal e político. Apresentar projetos, por exemplo, deve ser consonante com o projeto político do grupo, discutir com o prefeito e secretarias, e não fazer deles ações individuais jogando ônus ou constrangendo o poder executivo”, explicou o analista.
Voz de comando. Quem não se lembra dos problemas que o ex-prefeito Toninho Bellini teve na câmara com os vereadores da base dele? E quais foram as atitudes tomada por TB? Silenciava e deixava o vereador se manifestar, ora indo para a independência, ora indo para a oposição. Enquanto isso, os vereadores fiéis ficavam perdidos e também reclamavam. E o que aconteceu?
Formação política. Assim com em qualquer atividade humana, não há como desenvolver uma boa atuação, sem preparação adequada. Não há como atuar na política, no exercício de cargos eletivos ou contratado, sem passar por uma boa formação política. Será que não está faltando essa base conceitual? Um pouco de teoria pode ajudar a prática.
A Deus pertence... O futuro político do vereador Rafael é incerto. Nesse momento há três caminhos: ir para oposição, buscar a chamada “independência” ou construir o caminho de volta. Na oposição há quem acredite que ele buscaria composição com o vice-prefeito Dado Boretti e Cristina Gomes. Na independência, apesar do conforto, morreria politicamente. Para voltar ao ninho, vai precisar mostrar comprometimento e desprendimento, senão nada feito.
Plano infalível... Mas há quem acredite, também, que o Dr. Rafael possa ser abduzido pelos opositores de Barros Munhoz e usado para liderar a formação de um futuro grupo de oposição ao prefeito Paganini e, no ano que vem ser lançado candidato a deputado estadual. A estratégia será: “pode não ganhar, mas pode atrapalha os 75% e, ainda por cima, passa a ser um nome para 2016.”
Fantasia? A hipótese pode parecer maluca, mas diante da voracidade com que o Dr. Rafael se portava como candidato continuado, atuando como vereador como se estivesse em campanha permanente, os próximos passos poderão nortear até onde vai essa verdade ou fantasia.
Coringa. Ninguém deu por hora qualquer dica de quem ocupará o posto de líder do prefeito na câmara. O recesso vai dar folego para a decisão. Uma possibilidade seria a indicação do vereador Mauricio. Mas o retorno de Carlão Jamarino para o legislativo não deve ser descartado. Talvez, nesse momento, Carlão será mais útil na João de Moraes de baixo.
Democracia participativa. Depois que os cerca de 50 manifestantes se retiram da sessão de quarta-feira, onde esperavam que o prefeito Paganini atendesse à convocação deles, eles se reuniram em frente à câmara e definiram concentração em frente à prefeitura e participação nas pré-conferências programadas para este mês. A participação nas pré-conferências é aberta à população e excelente oportunidade para o aprimoramento da democracia participativa.
Educação qualificada. Terminou nesta sexta-feira, 12, o treinamento da Secretaria de Educação que envolveu diretores, professores, merendeiras, serventes, inspetores, zeladores e secretários com palestras sobre humanização no ambiente do trabalho e técnicas de atendimento ao público. Presente nos grupos da manhã e tarde, Paganini ficou impressionado com os depoimentos dos participantes: “mostrou que estamos no caminho certo ao oferecermos cursos de capacitação. O caminho para melhorar os serviços prestados à população.”
Mão de obra qualificada. O CVT está comemorando a movimentação de cursos visando a qualificação profissional de jovens e adultos. Entre os cursos já encerrados, ativos e com início agendado para julho e agosto, 487 alunos estão envolvidos nos campos de manicure, corte de cabelo, costura industrial, inspetor de qualidade, eletricista, administração, libras, artesanato, auxiliar de pessoal e RH, NR10, logística e qualificação comportamental.
Articulação. O ex-presidente Lula e o presidente do senado, Renan Calheiros, querem Aldo Rebelo (PCdoB) na articulação política que hoje é realizada pela ministra Ideli Salvatti, mas o PMDB de Michel Temer não quer nem ouvir falar de Aldo. Dilma vai ter que conversar muito.
Movimento pró-plebiscito. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, confirmou que o partido está coletando assinaturas para que o plebiscito da reforma política seja apresentado ao Congresso na forma de decreto legislativo. Segundo Falcão, até agora, a proposta contaria já com 138 assinaturas das 171 necessárias para apresentar à Mesa Diretora. O decreto precisa da maioria simples dos votos para ser aprovado.
Alguém tem que ceder. O próximo passo, segundo o parlamentar, seria conseguir os 33 votos faltantes. O PT já admite a possibilidade de “flexibilizar” um dos pontos de honra defendidos pelo partido para a reforma política, que é o financiamento público de campanha. O projeto de lei de iniciativa popular prevê que, além do financiamento público, pessoas físicas também possam contribuir com campanhas eleitorais.
Getúlio assassinado. O gato vira-lata chamado Getúlio, do estimado e competente advogado Brás Gerdal de Freitas, foi cruelmente assassinado, por envenamento, nesta semana por algum morador vizinho. Os “gatófilos” de Itapira se solidarizam com o nobre advogado e rogam para que o criminoso seja localizado e punido.
Nino Marcati, da redação do PCI.
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