Raivosos A sessão da Câmara Municipal desta terça-feira foi marcada por discursos raivosos por parte de alguns vereadores, de participação intervencionista das cerca das 30 pessoas que acompanharam parte dos trabalhos e de um fato inédito, provavelmente, na história política brasileira.
Indignação Os vereadores situacionistas ficaram indignados com a atitude - acredita-se inédita numa casa legislativa - do vereador Rafael que levou para a sessão desta terça–feira os familiares de uma pessoa recentemente falecida, cuja causa morte declarada pelo médico responsável foi choque séptico, termo usado para designar a falência circulatória aguda de causa infecciosa.
Difícil No entanto, segundo informações do próprio Dr. Rafael, dificilmente alguém em Itapira ou qualquer outro município vai ter diagnostico de Dengue como causa morte, no máximo ela aparece como causa antecedente, ou seja, para o vereador ortopedista o “choque séptico” pode ser decorrente de complicações da dengue.
Luto Para os situacionistas, Dr. Rafael, ao levar a família que ainda está de luto, abalada com a morte prematura de um ente querido, tentando absorver a fatalidade, mostrou não só insensibilidade, mas até que ponto uma pessoa pode chegar para atingir os seus objetivos políticos.
Quase quase Por esse motivo, por muito pouco, Rafael Lopes e Casimiro de Lima não abandonaram a principal arma do legislador (a palavra), para usar tapas e pontapés. O clima esquentou tanto que esse desfecho parecia inevitável. Felizmente, os dois que começaram aos berros, terminaram conversando civilizadamente.
Nojo O vereador Mauricio Casimiro de Lima chegou a pedir desculpas para algumas pessoas que estavam presentes à sessão por ter perdido, momentaneamente, o controle da situação. “Confesso que fiquei fora de mim. Eu não acreditava naquilo que estava assistindo. Cheguei, naquele momento, a sentir nojo da política e me perguntei: o que eu estou fazendo aqui?”
Suspendeu Ao discurso do Dr. Rafael, em que ele atribuiu como sendo um desabafo, o agito inconsequente do público presente - a maioria pessoas convidadas pelo vereador - levou o presidente Zé Branco a suspender a sessão até que a ordem fosse restabelecida.
Chicote Há de se cobrar do novo presidente a promessa de que ele manteria as sessões mais respeitosas não só do público em relação aos vereadores, assim como do vereador em relação aos colegas legisladores. Cadê o estalo do chicote.
Dar o exemplo Ninguém espera que Zé Branco adote postura de general do tipo prendo e arrebento, mas a mesa diretora dispõe de recursos democráticos para evitar os exageros de qualquer espécie. Deve começar entre os próprios vereadores que estouram tempo, saem do tema, falam abobrinhas repetidas, falam olhando para o público, fazem caretas, dão sorrisinhos maliciosos, atos que nada contribui para a melhoria do trabalho legislativo.
Não é chato Há de se registrar as manifestações pacíficas e ordeiras do Pedroso, lutador quase solitário do PSOL, que leva as suas mensagens, mostra para o público e vereadores, procurando não atrapalhar as sessões.
Ligado A preocupação do prefeito Paganini com a dengue é tanta que ele se reúne todos os dias, logo pela manhã com a secretária Rosa Iamarino para detalhar os procedimentos do dia. À tarde, entre as 17h e 19h, nova reunião, desta vez com Josi (VE), Andreia (Enf), Cintia (Lab), Deise (postos) e Rosa para avaliar as ações realizadas.
Vai voltar Na sessão da semana passada e desta terça-feira foi observado que as pautas não contemplaram os votos de pesar ou de congratulações. Acreditava-se que era o dedo do Zé Branco. Carlinhos Sartori, ao ser questionado, esclareceu: “Coincidência! Na semana que vem voltaremos com as homenagens aos quem devem ser homenageados.”
Desenvolvimento Outro assunto que deu pano para manga foi o pedido de autorização para que o município possa contratar empréstimo na ordem de R$ 15 milhões para fazer frente a inúmeras obras como o viaduto sobre a rodovia ligando as duas partes da Rua Lindoia, a ligação do Della Rocha III com o Braz Cavenaghi, a continuação da AV. Lions Club com a entrada Itapira Mogi Guaçu e recape de algumas ruas, entre elas a Rua Minas Gerais que está em situação de miséria.
Sem pensar Segundo os vereadores oposicionistas, o prefeito deveria usar o dinheiro da arrecadação do município para fazer frente às obras necessárias, como se esse dinheiro estivesse livre e desimpedido, sem qualquer comprometimento, pronto para ser usado onde a prefeitura desejar.
Concordância Como na hora das justificativas vale tudo, o Dr. Rafael depois de dizer que ouviu o último programa do deputado Barros Munhoz pela Rádio Clube disse ter concordado plenamente com ele ao dizer que a crise brasileira é grave e que o município precisa estar atento a essas dificuldades.
Abstenção Até a fala do vereador Mauricio, a oposição tinha declarado que votaria contra, mas na hora “h” optaram pela abstenção. Segundo as más línguas a mudança ocorreu depois que o líder disse que a prioridade do prefeito Paganini é o desenvolvimento da cidade. Dr. Rafael espertamente declarou a abstenção, os outros dois foram atrás. Luiz Machado justificou o voto dizendo: “votamos a favor porque não somos caranguejo, não andamos para trás.”
4ª vara Está prevista para esta quinta-feira a instalação da 4ª Vara da Comarca de Mogi Mirim. Várias autoridades do poder judiciário da região, de Campinas e São Paulo devem prestigiar o evento, além das autoridades políticas, entre elas a do Deputado Barros Munhoz que lutou para que a nova estrutura fosse implantada na vizinha cidade.
Também quer O vereador Juliano Agua Suco comentou brincando com esta coluna que está desconfiado que ele também possa ter sido excluído do grupo da situação, pelo menos com relação às viagens a Brasília. Segundo Juliano todos os vereadores da base já acompanharam o prefeito até a capital federal, menos ele. Nisso, Carlinhos Sartori, que estava por perto, destilou: “é simples, basta você conseguir algumas verbas para Itapira através dos deputados do PRB.”
Por falar em PRB, acredita-se que nos próximos dias virão as confirmações das notas publicadas nesta coluna.
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