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27/06/2011 | Economia: Por que o Brasil tem o carro mais caro do mundo? Se você falou impostos, errou!

É isso mesmo. As montadoras costuma jogar o alto preço dos carros em cima da carga tributária ou da baixa produção. Dizem, também, que a mão de obra e os benefícios socias encarem o preço final. Mas não revelam, de jeito nenhum, a quantificação desses custos.

Vamos lá, então. O Brasil, em 2010, foi o quinto maior produtor de veículos do mundo e colocou-se como o quarto maior mercado consumidor do planeta, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades. Foi colocado por terra, a tese da baixa produção. Será que três milhões e meio de carros não seria suficiente para baratear o produto?

Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, justificou: “é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa”. Elegeu um novo patamar para que a redução do preço final ocorrese: cinco milhões de carros. Assim, é fácil explicar. 

Outra justificativa, o imposto, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool. Hoje, o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Uma rápida análise nos números, mostra que o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual, mas nas demais categorias, ele caiu: 4,4 pontos percentuais para o médio a gasolina e quase 3%, para a versão álcool/flex. Além disso, durante a crise economica, baixas drásticas no IPI, em nenhum momento, benefícios foram totalmente repassado para o consumidor.

O problema está no lucro!

Uma pesquisa realizada pelo banco Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que as montadoras instaladas no Brasil respondem por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e a maior parte desse lucro vem da venda dos carros fora-de-estrada. Os derivados de carros de passeio comuns, que ganham uma um estilo aventureiro, suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais, faróis de milha,estepe na traseira, para dar aparência esportiva. 

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que a margem de lucro é três vezes maior quando comparada com outros países

O Banco Morgan verificou que esses carros de aparência esportivas são altamente lucrativos. Os técnicos calcularam que o custo de produção de carros como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o “Lucro Brasil” (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

Fonte: Da Redação do PCI

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