Na última terça-feira, o presidente da Comissão de Ética, Juliano Feliciano, anunciou que a denúncia sobre o uso indevido do veículo da Câmara Municipal que envolveu o presidente da casa, Décio da Rocha Carvalho, será investigada minuciosamente pelos vereadores.
A Comissão de Ética é o instrumento adequado, lhe cabe zelar pela observância dos preceitos éticos da atividade parlamentar para preservar incólume a imagem do Poder Legislativo. A ação de encampar a denúncia com a disposição de investigar a fundo, doa a quem doer, é o mínimo que a população espera dos vereadores, que assumem, dessa maneira, a responsabilidade de dar respostas às dúvidas dos representados, deixando para a justiça a observância e cumprimento da legislação em vigor. Não cabe à imprensa o papel de julgadora, assim como a denúncia jornalista não constitui prova de boa fé. Por isso, as investigações!
A demora em agir e o silêncio dos vereadores sobre o caso, até então, são plenamente justificáveis. Como vereadores, na condição de políticos situacionistas ou oposicionistas qualquer membro está sempre exposto não só aos acontecimentos, mas à maledicência lastreada nos interesses políticos ou questiúnculas pessoais. Aguardar a sedimentação dos fatos é uma reação absolutamente normal em qualquer agrupamento, da política ao empresariado, e, por que não dizer, entre os integrantes da própria imprensa. Por outro lado, não são compreensíveis a reação negativa ou agressiva do político em relação às críticas recebidas nesse ou em qualquer outro caso.
A democracia requer da imprensa posicionamento político claro associado à responsabilidade, como órgão noticioso, cujas pautas não devem levar em conta as desavenças de ordem pessoal. Quem age assim não pode e não deve ser reconhecido como órgão de imprensa que exercita o bom jornalismo. A democracia exige dos políticos convivência pacífica com a liberdade de expressão cabendo-lhes, sempre, o direito de explicar ou de se defender sobre os equívocos cometidos que os envolveram, quando for o caso.
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