Não é de hoje que nada mais aterroriza as elites detentoras de capital do que a teoria marxista que trata da luta de classes ao conceber a ideia de que o povo unido e organizado poderia derrubar o capitalismo, dividir as propriedades e impor o sistema socialista na face da terra.
Marx dizia que no dia a dia, as relações de produção determinam o pensamento do homem: “Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência”. Uma explicação complexa que o popular ditado esclarece assim: “o órgão mais sensível do corpo humano é o bolso”. Marx preconiza, ainda, que o processo de exclusão e a pobreza levariam à criação de um exército popular, levando os trabalhadores à revolução em busca de uma sociedade mais igualitária.
Os ideais marxistas, encampados por setores de esquerda até hoje no Brasil e no mundo, não oferecem grandes riscos à acumulação de capital. Mas será que estamos livres de uma revolução da pobreza contra a riqueza insensível? Da fome contra a mesa farta? Do desemprego contra os altos salários? Dos péssimos serviços públicos contra a corrupção? Da carga tributária contra os gastos nababescos governamentais? Do quem trabalha muito e ganha pouco contra quem quase nem trabalha e ganha muito? Do povo inseguro pela criminalidade contra a polícia que não dá conta do recado? Das carências escancaradas contra os privilégios escondidos? Enfim, antagonismos não faltam, só falta, segundo alguns sociólogos e antropólogos, a coragem e o starter.
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