Em maio, o governo federal anunciou corte de gastos na ordem de R$ 70 bilhões. Em 2014, o bloqueio de despesas já tinha sido de R$ 44 bi. O corte atingiu os programas símbolos da presidente Dilma como o PAC e o Minha Casa Minha Vida. Na Saúde, o enxugamento foi de R$ 11,7 bilhões e na Educação, a R$ 9,4 bilhões. Cortes que repercutem negativamente nos estados e municípios. No final de agosto, o orçamento federal para 2016 foi entregue ao Congresso Nacional com um déficit de R$ 30 bilhões. Se antes se gastava sem olhar o saldo no canhoto do cheque, corre-se o risco de não sairmos do cheque especial tão cedo.

 

Com essas e outras, todas essas medidas recaem sobre os municípios. Itapira está na fila dos desesperados. Não por acaso, no dia 4 deste mês foi publicado no Jornal Oficial do município um decreto do prefeito José Natalino Paganini (PSDB) instituindo contingência no orçamento de 2015 em face da grave crise econômica que assola o país e afeta diretamente a arrecadação. Foram determinados limites para as compras e serviços por prazo indeterminado, salvo as solicitações de compra ou serviços comprovadamente necessários e de extrema urgência. Sabiamente, as secretarias de Educação e de Saúde ficaram de fora do rigor do decreto, o que não as isentam de entrar no patrocínio da economia.

 

Tal qual como ocorreu nas esferas estadual e federal, a oposição itapirense, em nome de defender o povo contra o corte governamental, se arvorou em criticar a decisão da administração, como se cortar despesas, deixar de fazer obras e de oferecer serviços ampliados à população fosse do interesse dos governantes. O Brasil passa, sem dúvida nenhuma, por um momento bastante delicado, senão traumático, cujas consequências, não sendo atacadas com competência e criatividade, poderão nos render anos de retrocesso econômico e social.

 

A atitude corajosa do prefeito José Natalino Paganini em adequar as contas do município em um ano que antecede as eleições deveria ser motivo de elogios e, sobretudo, exemplo a ser seguido por todos os prefeitos deste país, atuais e futuros. A crítica abestalhada, da forma como ela é feita, pode, isto sim, impedir que futuros governantes façam o mesmo quando a situação exigir deles tamanha responsabilidade. Não é por aí.