O parlamento é o sustentáculo da democracia. É constituído proporcionalmente, de acordo com as regras do jogo, na condição de representantes da população. Por este motivo, o mínimo que o representado espera é que o eleito respeite os desejos indicados na eleição para que possa, no decorrer do mandato, analisar, julgar e decidir pela manutenção ou pela mudança. É assim que caminha a democracia, desde os primórdios gregos. Tempo em que a oratória era exercida em sua plenitude, de acordo com os padrões e costumes da época.
A Câmara de Vereadores reúne os parlamentares mais próximos do povo de todo arco político e deve trabalhar de acordo com os interesses desse povo, mantendo as boas regras de conduta e respeito ao conjunto de representantes, em outras palavras: desrespeitar o colega parlamentar é o mesmo que desrespeitar uma parcela da população.
O parlamento é o ato de trocar palavras, idéias, conversas. Parlamentar é o integrante do parlamento, quem deve estar preparado para negociar, conversar em busca de um acordo. Considerando esses conceitos básicos, cabe ao vereador o uso da palavra, não só no púlpito, mas, sobretudo, no trabalho de convencimento dos colegas. Quem não tem capacidade para convencer os pares, no tête-à-tête, não será a vociferação que as coisas acontecem.
A tribuna é o local da publicidade dos atos legislativos, é o lugar das denuncias, desde que bem fundamentadas e objetivas para que o dito seja compreendido. A palavra do parlamentar deve ser concisa, articulada, inteligível, coerente, não redundante pra fazer valer a força do cargo outorgado pela população.
Quem sabe, a redução do tempo para as intervenções verbais não produza uma onda de melhoria nos raciocínios desenvolvidos de forma que sejam corretamente compreendidos. Não é ter todo o tempo do mundo que garante ao parlamentar o bem legislar, o bem representar, mas a qualidade do seu trabalho, o seu poder de influência e convencimento e, principalmente, o resultado final, o conjunto da obra, avaliado pelo eleitor, na eleição seguinte.
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