A oposição itapirense continua presa ao velho espírito provinciano, como não se bastasse, de vez em quando lança mão do pensamento feudal em que coloca todas as ações, boas ou ruins, da iniciativa à conclusão ao governante (ao senhor do feudo).
Toda e qualquer ação governamental raramente nasce ou “chega aos finalmente” tendo o governante como peça única no processo. A maioria das ideias brota no seio da população e colaboradores, é desenvolvida pelos técnicos, cabendo ao chefe de governo a sensibilidade e visão para incorporá-la, agilizá-la, cuidar da aprovação e executá-la.
Recentemente, por conta do encaminhamento pelo prefeito José Natalino Paganini e a consequente aprovação pelo legislativo itapirense do projeto contra maus tratos aos animais e a natural repercussão positiva que o assunto desperta, enciumados, alguns oposicionistas tentaram desqualificar a importância do poder executivo no processo. Há razão para isso?
É fato que o referido projeto nasceu sob as mãos de algumas pessoas envolvidas diretamente com a causa dos animais e.
Não deveria ser diferente. Na prática é assim que ocorre com todas as leis. Quando esse trâmite não é observado, certamente vem porcaria e mais tempo de conserto.
A título de referência, o ex-prefeito Toninho Bellini tem o mérito de ter patrocinado a aprovação, em 2011, do Código Municipal do Meio Ambiente. Um projeto que nasceu e foi quase que totalmente construído pelos ambientalistas da cidade, mas na fase da finalização técnica, como não deu ouvido aos construtores, alguns equívocos foram incorporados e o projeto foi aprovado sem a devida revisão. Erros que podem estar atrapalhando a aplicação integral do código até os dias de hoje.
Foi um processo que do nascedouro à aprovação foram mais de cinco anos, apesar das cobranças diuturnas do Conselho Municipal.
Está mais do que na hora de compreender que o espírito republicano que representa a assunção da condição de cidadão com os seus direitos e deveres, que toma a responsabilidade de participação ativa no seio da sociedade e rejeita, definitivamente, a condição de súdito deve ser observado não só pela classe política, mas também pelos organismos sociais e pela imprensa.
Assim, toda vez que o governante acolhe, apoia, aprimora e dá os encaminhamentos necessários a ele deve ser reconhecida, sim, a paternidade pela oficialização e conclusão do processo, principalmente, quando o pleito da sociedade ganha celeridade, como foi o caso. A iniciativa que vem da sociedade deve ser, por todos, abençoada, reconhecida e agraciada, pois é dessa forma é que construiremos a sociedade que tanto sonhamos.
O mérito do poder executivo, aqui ou em qualquer lugar do mundo, não está no ponto de partida, nas ideias ou propostas de qualquer natureza que nem sempre estão bem municiadas. O mérito está na consecução, no avanço, no conjunto da obra.