Ele sempre tem uma boa história para contar. Um ‘dedo’ de prosa com ele é o caminho para relembrar bons momentos, recordar fatos e trazer de volta nomes que muitas vezes estão esquecidos no passado. Com tantas histórias e recordações, hoje ele é referência para qualquer assunto que envolva a história da cidade e de sua gente.
Arlindo Bellini, prestes a completar três quartos de séculos – fará 75 anos em agosto – começou cedo na lida. Seu primeiro emprego foi em uma oficina de reforma de móveis, depois passou pelo cartório de registro, de propriedade de Azum Pereira de Macedo e Benedito Calil, até entrar para o mundo das letras como funcionário da Folha de Itapira, que editava o jornal do mesmo nome e também funcionava como tipografia.
Talvez tenha sido ali, em meio a tipos, fontes e ideias, que pegou o gosto pela escrita, atuando ao lado de pessoas que marcaram época no jornalismo local, como Amaury Martins, por exemplo. Mas, apesar de ter frequentado os bancos do Grupo Escolar Dr. Júlio Mesquita até o quarto ano primário, encontrou na leitura o suporte necessário para enriquecer seu vocabulário e aguçar o dom de relatar fatos que já estava inserido em seu seio.
Nomes famosos da literatura como Machado de Assis, Monteiro Lobato, Júlio Verne, Menotti del Picchia, Afonso Schimidt e Augusto dos Anjos foram seus companheiros nas horas dedicadas à leitura. E foi dessa predileção que veio a facilidade para colocar as palavras e a vocação para contar as histórias que todo mundo gosta de ler e ouvir.
Aos 18 anos, na segunda metade da década de 50, passou a ser funcionário da Casa Baiochi, de propriedade de Arthur Baiochi Neto, um dos grandes empreendedores que Itapira já teve. Ao mesmo tempo iniciava o namoro com Guiomar Aparecida Pizzi.
O ‘casamento’ com as Casas Baiochi já dura 57 anos. Do enlace com a esposa, com quem já tem 52 anos de união, vieram os filhos Fernando Adamo, Marcelo Augusto e Patrícia Elaine e os netos Ana Carolina, Pedro Henrique e Vitor Augusto.
Apesar das ocupações como comerciário, Arlindo Bellini nunca deixou de lado a ligação com a história. Sua memória aguçada proporciona a lembrança de fatos e a história da cidade aflora a partir de um simples acontecimento.
E é dessa forma que há 34 anos, desde a fundação do jornal Tribuna de Itapira, em junho de 89, relata semanalmente acontecimentos, relembra pessoas e dá vida às lembranças do passado. Começou relatando e relembrando o futebol itapirense e hoje é o principal historiador de uma terra que já não conta com João Torrecillas Filho e Jácomo Mandato, que também deram importante contribuição para a preservação da memória de Itapira e sua gente.
Conversar com Arlindo Bellini é prazeroso e uma viagem às nossas origens, pois ele sempre tem uma boa história para contar. E quem não gosta de ouvir uma boa história?
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